Em nosso artigo anterior, estivemos considerando a hiperestesia dos animais. Continuaremos agora com alguns exemplos a esse respeito.
Um caso muito famoso foi o dos cavalos de Eberfeld, que aparentemente sabiam somar, subtrair, multiplicar, dividir, e até extrair a raiz quadrada de um número. Muitos curiosos e cientistas presenciaram isso e se espantaram ao observar como esses cavalos davam respostas corretas para questões de aritmética, dando com a pata dianteira tantas batidas no chão quantas necessárias para a resposta. Por exemplo, se perguntavam a um cavalo quanto era 3+5, ele dava 8 batidas no chão, quanto era 4 vezes 3, ele dava doze batidas. Ao pedido da raiz quadrada de 9, ele respondia com 3 batidas, e assim por diante. A maioria acreditava que aqueles cavalos eram sumamente inteligentes e que tinham aprendido as operações básicas de aritmética. Mas um belo dia em que o dono treinador do cavalo não estava presente, chegou alguém e perguntou quanto era 5+9, e o cavalo começou a bater no chão sem parar,chegando a passar de 100 batidas. E isso continuou até que o dono apareceu. Percebeu-se então que havia uma relação dono-animal e que os cavalos agiam com base no princípio do reflexo condicionado, mas em função de sinais que, embora fossem imperceptíveis para o público, não o eram para os cavalos. Devido justamente à hiperestesia, eles podiam saber o número correto de batidas porque seu dono fazia um gesto sutil com os olhos ou com a respiração. Isto indicava ao cavalo que era o momento de parar de bater. Quem na realidade sabia a resposta era o dono e não o cavalo. É com base nesse principio do reflexo condicionado que trabalham os animais treinados que vemos nos circos e locais de exibição pública.
Um caso muito famoso foi o dos cavalos de Eberfeld, que aparentemente sabiam somar, subtrair, multiplicar, dividir, e até extrair a raiz quadrada de um número. Muitos curiosos e cientistas presenciaram isso e se espantaram ao observar como esses cavalos davam respostas corretas para questões de aritmética, dando com a pata dianteira tantas batidas no chão quantas necessárias para a resposta. Por exemplo, se perguntavam a um cavalo quanto era 3+5, ele dava 8 batidas no chão, quanto era 4 vezes 3, ele dava doze batidas. Ao pedido da raiz quadrada de 9, ele respondia com 3 batidas, e assim por diante. A maioria acreditava que aqueles cavalos eram sumamente inteligentes e que tinham aprendido as operações básicas de aritmética. Mas um belo dia em que o dono treinador do cavalo não estava presente, chegou alguém e perguntou quanto era 5+9, e o cavalo começou a bater no chão sem parar,chegando a passar de 100 batidas. E isso continuou até que o dono apareceu. Percebeu-se então que havia uma relação dono-animal e que os cavalos agiam com base no princípio do reflexo condicionado, mas em função de sinais que, embora fossem imperceptíveis para o público, não o eram para os cavalos. Devido justamente à hiperestesia, eles podiam saber o número correto de batidas porque seu dono fazia um gesto sutil com os olhos ou com a respiração. Isto indicava ao cavalo que era o momento de parar de bater. Quem na realidade sabia a resposta era o dono e não o cavalo. É com base nesse principio do reflexo condicionado que trabalham os animais treinados que vemos nos circos e locais de exibição pública.
Em Stanford, Califórnia, alguns cientistas afirmam que os chimpanzés podem ajudar os seres humanos a predizerem terremotos, porque se inquietam de maneira anormal quando os terremotos estão prestes a ocorrer. Cientistas chineses disseram que observaram um comportamento anormal do gado antes que um abalo de grandes proporções sacudisse a cidade e Halcheng. A doutora Helena C. Kraemer, Professora Associada de Bioestatística, disse que observou a possível ligação entre chimpanzés e terremotos quando fazia um estudo de símios numa instalação ao ar livre, perto da falha de Santo André, em San Francisco, Califórnia, área onde todos os dias se registram pequenos tremores imperceptíveis para o ser humano e que somente os sismógrafos acusam. Pois bem, com base nisto, os chineses tem grandes jaulas com chimpanzés e observam tanto o comportamento desses animais quanto os instrumentos científicos. Quando notam que os chimpanzés estão muito inquietos e em pânico,sabem que um grande abalo se aproxima, e assim puderam salvar milhares de vidas.
Há uma explicação cientifica para este fenômeno. Devido a sua HIPERESTESIA, os chimpanzés e muitos animais captam vibrações sutis e infra-sons [sons abaixo de 16 ciclos por segundo, imperceptíveis para o ser humano] e essas impressões alcançam o tálamo central do cérebro, provocando o pânico. No caso do ser humano, quando essas vibrações são captadas produzem um fenômeno semelhante, com a diferença de que em nós o pânico é irracional. Isto pode ser comprovado pela observação de que, depois de um terremoto, as pessoas correm e caminham a esmo, sem rumo fixo ou definido, sem saberem realmente o que se passou.
No ser humano, a HIPERESTESIA assume outras modalidades. Em primeiro lugar, consideraremos a ‘Hiperestesia Direta’, também chamada ‘visão para-óptica, visão extra-retinana, extra-ocular ou cutânea’.
O fenômeno consiste em que em que algumas pessoas podem distinguir cores ou objetos com os olhos fechados. São vários os ponto do corpo por onde se capta a luz. Pode ser pelos dedos das mãos, pelas maças do rosto, pelos lóbulos das orelhas,m pela ponta do nariz, etc. O fenômeno poderia se estender a outros sentidos, como a audição, o olfato e o paladar, mas até agora só foi observado a nível da visão.
Vejamos alguns exemplos:
Giselle Court, menina que ficou cega por causa de uma perturbação nervosa, foi pouco a pouco hiperestesiando as pontas dos dedos até que, por aproximação tátil, conseguiu distinguir cores.
Rosa Kuleshova, da cidade de Nizlin-Tagil, estudada em 1962 pelo professor Isaac Goldberg, psicólogo da Clínica Svedolov, e depois pelo Instituto de Neurologia da Academia de Ciências Médicas de Moscou, sob a direção do Dr. Gregory Razrah, pode distinguir pelo tato as cores, ler impressos, perceber uma fotografia, com os olhos vendados. Também passou nessas provas lendo com os dedos grossos dos pés e com a língua. Os russos encontraram umas seis pessoas com visão digital.A pele reage à luz como se fosse os olhos.
Também se conhece o caso de uma americana chamada Molee Faucher, totalmente cega, que podia ler toda espécie de livro servindo-se das mãos, fazia bordados, tapeçaria, distinguia cores e confeccionava flores artificiais. Isto foi observado em 1884 e foi explicado pelo biólogo inglês Herbert Thurston.
Um fenômeno parecido ocorreu no pequeno povoado de Santo Domingo, numa das ilhas Canárias, La Palma. No princípio deste século vivia ali um cego chamado Julio, que era sapateiro e fazia sapatos sob medida. Ele reconhecia as pessoas pelos passos.
Recentemente descobriu-se uma jovem japonesa que podia ver pelo nariz. Ela se chama Sayuri Tanaka, foi estudada em Tóquio e fez demonstrações para a televisão do Japão. Fez as seguintes demonstrações com os olhos vendados: guiar uma bicicleta em linha reta; descrever um programa de televisão que se tinha tirado o som; tirar fotografias perfeitamente focalizadas, com sua máquina; ler trechos de um livro que nunca tinha visto; pegar uma bola arremessada; verter chá em várias xícaras sem derramar, etc. Mas se, além de ter os olhos vendados, seu nariz é tapado, ela não consegue fazer nenhuma dessas coisas.
No total, forram registrados até hoje dez casos de visão através da pele, no mundo inteiro. Na maioria dos casos, a pessoa ‘dotada’ foi uma mulher ou uma menina.
Quanto a TEORIAS sobre este fenômeno, alguns cientistas sustentam que existem na pelo minúsculos foto-receptores, que captam a luz. Outros dizem que se trata de uma faculdade que o homem primitivo possuía e que é um vestígio dela que aparece em algumas pessoas. Este estudo despertou muito interesse no campo da parapsicologia, e pensa-se em ajudar os cegos procurando HIPERESTESIAR partes do seu rosto, a fim de que eles possam se orientar melhor. Acredita-se que, no futuro, poder-se-ia desenvolver isso empregando a técnica da hipnose.
Trataremos agora de outra modalidade, chamada HIPERESTESIA INDIRETA ou LEITURA SENSORIAL DO PENSAMENTO, que é bastante comum e talvez alguns dos leitores conhecem alguém que tenha essa faculdade, embora pensem que é outra coisa, por desconhecerem os fenômenos paranormais.
Como já dissemos, a Hiperestesia Indireta consiste na capacidade de alguns sensitivos de ler o pensamento da pessoa ou das pessoas que estão perto deles, especialmente se podem ver seu rosto. Esses sensitivos são comumente chamados de ‘adivinhos’.
Dizem os pesquisadores que, a certa distancia, é possível captar a linguagem fisiológica mínima, isto é, os reflexos externos das idéias. Não se capta realmente o fato mental e sempre é necessária a presença da pessoa consultante. Em outras palavras, o pensamento de uma ação prestes a se realizar pode mover nossos músculos sem intervenção da vontade e sem percebemos esses movimentos. Ocorrem sinais mínimos, ações que correspondem a nossas idéias, sentimentos, desejos, anseios, etc., sem o querermos e sem estarmos conscientes de que as fazemos. O ‘sensitivo hiperestésico’ capta tudo isso por via subliminar e o transfere para sua mente consciente.
Outra hipótese propõe que, quando pensamos alguma coisa, movemos sutilmente as cordas vocais e isto produz no ar uma vibração imperceptível para qualquer pessoa exceto o sensitivo, que neste caso seria um ‘hiperestésico auditivo’. Para confirmar esta hipótese, o doutor Lehman, Diretor do Laboratório de Parapsicologia da Universidade de Copenhague e seu colaborador, C. Hansen, fizeram uma experiência. Colocaram dois espelhos côncavos um de frente para o outro e a uns dois metros. Colocaram uma pessoa junto e diante de um dos espelhos, com boca aberta, e lhe pediram que pensasse alguma coisa. Diante do outro espelho, colocaram um sensitivo com o ouvido encostado ao espelho, e este conseguiu ‘ouvir’ o que a outra pessoa ‘pensava’. Ou seja, houve articulação das palavras correspondentes aos pensamentos. Esta experiência está baseada em observações que foram feitas na vida real com uma menina chamada Ilga K. de Trapene. Quando ainda não tinha aprendido a ler e escrever, ela podia declamar uma poesia ou dar o resultado de uma soma ou uma subtração, desde que estivesse perto de sua mãe e esta estivesse lendo ou pensando a poesia ou a operação aritmética. Mas se a menina era colocada num lugar onde não podia ver a mãe, ou se colocava uma barreira como um vidro para que o ar não pudesse passar e, portanto, também não passasse o som, a menina se queixava de que não conseguia ouvir a mãe.
Também se confirmou que, quando se diz a uma pessoa hipnotizada que ela vai ouvir muito mais do que o normal, ela consegue ouvir uma conversa mantida em voz baixa a vários metros de distância. Também é possível estimular a sua visão e, ao se colocar um relógio sobre a sua cabeça, ela consegue ver a hora.
Para compreendermos completamente este fenômeno e depois fazermos algumas recomendações, analisaremos agora outra modalidade de hiperestesia. Na Hiperestesia Indireta ou Leitura Sensorial do Pensamento, faz-se a adivinhação sem que haja contato físico. Só é preciso contato visual e estar a certa distancia do consulente.
Outra forma de ‘adivinhação do pensamento’ é a que se faz por contato. Esta modalidade é denominada “CUMBERLANDISMO”. Este nome vem de um ilusionista chamado Garner, que, em fins do século passado, usava o pseudônimo de Stuart Cumberland e apresentava esta modalidade em seus espetáculos, a fim de adivinhar onde qualquer objeto havia sido escondido no público.
Trata-se de um fenômeno psicomotriz, por meio do qual chega-se a perceber os movimentos inconscientes de outra pessoa. Todo ato psíquico genuíno tem uma carga inconsciente, exteriorizada mediante manifestações quase imperceptíveis. Qualquer reflexo fisiológico pode ser percebido por outra pessoa, se há um contato físico. Isto pode explicar em parte a chamada ‘Quiromancia ou leitura da mão’. Talvez o adivinho comece a captar muitas experiências do consulente devido a que o contato corporal lhe transmita essas experiências.
No caso do ‘Cumberlandismo’, o ilusionista segura a mão de uma testemunha e começa a captar movimentos involuntários e inconscientes sutis, correspondentes ao testemunho, embora o publico também possa guiar o ilusionista de maneira inconsciente. A testemunha e o público desejam intimamente que o ilusionista não fracasse e, como este é muito sensível, capta o retesamento muscular sutil que ocorre quando ele se afasta do objeto e, do mesmo modo, a descontração da mão quando ela se aproxima da pessoa que tem o objeto.
Há experiências combinadas de hiperestesia que são muito curiosas e ilustrativas. O Dr. Boirac encontrou uma mulher histérica que podia ler um livro sobre o qual ele passava a ponta dos dedos enquanto ela pegava na mão dele. O que acontecia? O Dr. Boirac captava a informação por meio de HIPERESTESIA DIRETA ou VISÃO DIGITAL, mas essa informação não chegava à sua mente consciente e, sim, era transferida por meio do contato corporal [Cumberlandismo] à mente consciente da histérica. Isto explica os fenômenos que se produzem em corrente de sessões espíritas, quando o médium começa a se dar conta das coisas ou situações que se passam com cada um dos presentes.
Embora isso tudo seja muito interessante, especialmente para os cientistas dedicados ao estudo da parapsicologia, pode acabar sendo um tanto perigoso para as pessoas que costumam consultar os chamados ‘adivinhos’, pois estes não podem discernir se os pensamentos ou as idéias dos consulentes obedecem a causas reais ou imaginárias.
Por exemplo: um homem acreditava que estava muito doente dos rins, porque sentia certos problemas na cintura. Em vez de ir a um médico, consultou um adivinho famoso que, ao vê-lo disse: seus rins estão doentes. O adivinho captou as suspeitas do consulente e as confirmou. Assim, por causa da sugestão, esse homem adoeceu realmente e, portanto, o tratamento médico foi mais complicado e caro. Outras vezes faz-se uma pessoa acreditar que não tem nada, quando ela está realmente doente. Pelo mesmo processo de sugestão, ela crê que está bem e não sente nenhum problema; mas a doença segue o seu curso sem produzir sintomas, até que culmina em algo extremamente grave ou a morte. Também foram constatados casos de pessoas [homens e mulheres] muito ciumentas que imaginam que seu cônjuge tem um amante e que podem até suspeitar de algum vizinho ou companheiro de trabalho. Quando elas vão ao ‘adivinho’, este lê sua mente, mas, sem saber se se trata de algo real ou imaginário, confirma tudo e descreve com riqueza de detalhes a pessoa que o consulente imagina. A partir desse momento, este último se convence de que suas suspeitas são certas e pode-se criar uma situação de rompimento conjugal ou alguma coisa pior. Há muitos exemplos de casos dramático.
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[Texto do Prof. Pedro Raúl Morales]
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