21 de ago. de 2010

AUTOCONHECIMENTO como Fonte de Harmonia e Saúde

Acreditamos, em muitos momentos, que as situações de conflito e dificuldades sejam oriundas de fatos ou de atitudes pessoais exteriores a nós. As nossas primeiras tentativas são as de obter respostas para as nossas dúvidas e incertezas de alguém ou de algo exterior a nós mesmos, até que nos damos conta de que elas se encontram em nosso interior. Segundo Kant, nós nada sabemos do ‘mundo em si’, sabemos somente do ‘mundo em nós’. O ‘mundo em si’, objetivo, não nos afeta. O que nos afeta é o ‘mundo em nós’, isto é, a impressão que nós temos do mundo objetivo. Os ‘males’ da vida nos atormentam, porque são o nosso mundo subjetivo, crido pela ignorância do nosso ego. A partir do momento em que o nosso ego ignorante toma consciência do Eu sapiente, os males se dissipam. A verdadeira harmonia só é encontrada com o descobrimento de uma comunhão interna com algo maior, que é a experiência do nosso encontro com Deus. Com a consciência da presença de Deus em nós, vivenciamos tranqüilidade e paz interior. Quando repousamos nessa maravilhosa paz, o corpo torna às suas funções normais, revelando saúde perfeita e plena – dons de Deus.

À semelhança do que ocorre conosco, o sistema imunitário funciona harmoniosamente através do autoconhecimento. O termo ‘imunidade’ é derivado do latim ‘IMMUNITAS’ e se refere à isenção, oferecida aos senadores romanos, de várias obrigações cívicas durante o exercício do cargo. Historicamente, imunidade significa proteção conta doenças e, mais especificamente, doenças infecciosas.

Imunologia é a ciência que estuda a imunidade no seu sentido mais amplo, isto é, os eventos celulares e moleculares que ocorrem após o organismo entrar em contato com microorganismos tais como bactérias, fungos, vírus, ou com moléculas estranhas. Esses eventos dependem da atividade de células encontradas no sangue e em nossos órgãos linfóides. No homem e em outros mamíferos, as células do sangue surgem de um ancestral comum, de uma célula-mãe denominada ‘Stem Cell’ ou célula primordial.

Essa célula-mãe, verdadeira semente orgânica, encontra-se na medula óssea. A medula óssea é um tecido que se acha distribuído em vários ossos: esterno, vértebras, costela e fêmur. Na medula óssea, a partir da célula primordial serão originadas as células do sangue. Algumas se tornam avermelhadas e bicôncavas, denominadas glóbulos vermelhos ou hemácias; outras, de um branco transparente, assumem morfologias diversas e são denominadas glóbulos brancos ou leucócitos. No final da metamorfose, todas escoam, formando o fluido mais nobre do corpo – o sangue.

Os glóbulos brancos ou leucócitos do sangue ajudam a proteger o organismo contra doença e infecção, portanto responsáveis pela imunidade. Dentre os glóbulos brancos, encontramos os neutrófilos, monócitos e linfócitos. Os neutrófilos e monócitos combatem as infecções bacterianas englobando estes microorganismos e destruindo-os. Este processo é denominado fagocitose.

Os linfócitos podem ser divididos em dois grandes tipos, segundo necessitem ou não de um estágio de maturação no interior do timo. Os linfócitos B, que não necessitam de passagem pelo timo, podem dar origem a plasmócitos; células que secretam os anticorpos no sangue e na linfa. Os anticorpos são proteínas especiais que ajudam a bloquear a penetração de antígenos [microorganismos ou moléculas estranhas] no organismo ou, quando esta penetração ocorre, facilitam sua eliminação combinando-se em eles. Em 1974, o dinamarquês Niels Jerne propôs uma TEORIA IMUNOLÓGICA REVOLUCIONÁRIA, o que lhe valeu o premio Nobel. Jerne baseou-se na existência de anticorpos capazes de reconhecer estruturas [determinantes antigênicos] em moléculas de outros anticorpos pelo mesmo organismo. Portanto, o anticorpo que reconhece o próprio [estrutura outro anticorpo] combinar-se-á com o estranho[ex. microorganismo] resultando na eliminação do mesmo.

Na maioria das vezes, porém, a transformação para plasmócitos é controlada por um outro linfócito, denominado linfócito T, que passa pelo timo e não produz anticorpo. Os linfócitos T, que amadurecem no timo, são os regentes da orquestra nas respostas imunes. Células T imaturas, recentemente originadas de precursores na medula óssea, isto é, da célula-mãe, e comprometidas com a linhageem T, denominadas de células pré-T, migram através da corrente circulatória, fazendo uma longa viagem através da parte dos 100 quilômetros de veias e artérias presentes no corpo humano, para finalmente se alojarem no timo.

Como é que estas células que não são visíveis a olho nu percorrem um trajeto tão longo e ‘sabem’ que para cumpri sua missão deve passar pelo timo?

ð Isso implica que possuam mente e, conseqüentemente, esta está ligada à Mente Universal. Isto nos traz de volta ao antigo adágio: ‘Assim como é em cima é em baixo.’ O homem é um replica microscópica do macrocosmos. Em seu interior, ele é o universo menor, expressando a Mente Divina assim como o universo maior, com a Mente Divina a controlá-lo.


O timo é uma glândula que se situa na cavidade torácica, detrás do esterno e logo acima do coração. É um órgão que cresce até a puberdade e a segui sofre uma gradual involução. As células pré-T, recém-cheegadas ao timo, migram da parte periférica para a mais interna, isto é, da cortical para a medular, e finalmente caem na corrente circulatória como linfócitos T maduros. O processo de maturação envolve contato intimo com a matriz e células teciduais, bem como com os hormônios liberados pelo timo, como a timosina e timopoietina, estimula e timulina. Neste diálogo, as células adquirem receptores na sua superfície, que são estruturas que reconhecem o próprio e são tolerantes ao mesmo. Durante a migração intratímica, algumas células são estimuladas a proliferar e várias outras a morrer. A natureza aparentemente desperdiça uma grande quantidade de linfócitos antes de selecionar aqueles que vão constituir o sistema linfóide, assegurando que apenas os linfócitos T, que fazem o reconhecimento do próprio e tolerantes ao mesmo deixem o timo. Portanto, o sistema imune não está voltado para fora do corpo à espera de contatos eventuais com materiais estranhos, mas para si mesmo. Este fenômeno biológico demonstra um sistema cognitivo organizado onde é fundamental o reconhecimento do próprio, não se permitindo a manipulação ao acaso pelo ambiente.

Os linfócitos T então maduros saem do timo, caem novamente na corrente circulatória e se alojam nos órgãos linfóides, especialmente baço e gânglios linfáticos,embora certo numero delas esteja sempre presente no sangue. A partir daí, os linfócitos T estão prontos para cumprir sua missão cósmica: manter o equilíbrio do sistema imune pelo reconhecimento do próprio. Nada ou ninguém reconhece algo totalmente estranho ou desconhecido. Pelo principio da dualidade, sabemos o que é o dia se vivenciamos a noite. Da mesma forma o linfócito T reconhece materiais estranhos ou microorganismos ao mesmo tempo que reconhece a si próprio. O receptor na superfície do linfócito T, que foi adquirido durante o processo de maturação, é dual, reconhece simultaneamente o próprio e o estranho.

Com o reconhecimento do estranho no contexto do próprio pelo receptor do linfócito T [estranho e próprio correspondendo às duas pontas do triangulo] ocorre a ativação desta célula, com liberação de substancias que irão estimular outras células do sistema imune para que o agente estranho seja eliminado. Com a manifestação, temos a terceira ponta do Triangulo que representa a criação perfeita.

Em nosso âmago repousa o reino desconhecido, a Divindade não reconhecida. É indispensável que nos habituemos a ultrapassar a nossa habitual consciência objetiva, que constitui o nosso pequeno ego, e entremos na zona da consciência Cósmica, do nosso grande Eu divino.

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[Texto de Irmtraut Araci H.Pfrimer, DSC].

A NECESSIDADE DE AGRADECER

‘A dádiva da vida e da consciência’.

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Neste exato momento em que o mundo parece perturbado por pensamentos destruidores, pela inquietude por nossas posses mundiais, por nossas bênçãos mundiais, e pela ansiedade a respeito daquilo que pensamos que precisamos e devemos ter, há uma coisa que não devemos negligenciar, e está é a dádiva de que desfrutamos sob forma de vida e consciência. Assim sendo, nossa maior necessidade nos tempos atuais é a de uma apreciação mais profunda daquilo que temos tido e daquilo de que ainda desfrutamos.

Se pararmos e pensarmos por um momento, perceberemos que há uma coisa fantástica na vida que não pode ser comprada, não pode ser artificialmente fabricada, não pode ser decretada por nenhum ato governamental, não pode ser legislada nem ser suprida humanamente. Essa coisa fantástica é a própria vida. Podemos melhorar nossa saúde, podemos fazer coisas para aumentar nossa longevidade, podemos ser capazes de adquirir ou criar coisas que tornem esta vida temporariamente feliz, mas todas estas coisas dependem do primeiro requisito fundamental – a vida mesma.

Sem vida não há necessidade de saúde; sem vida não há necessidade de felicidade e paz; sem vida não há necessidade de qualquer das coisas que o homem criou ou que os impérios organizaram ou que o homem possa imaginar. E, no entanto, a vida nos é dada abundantemente pelo Deus do nosso coração, o Pai de todos nós. Ela é algo que não pedimos no começo; é algo que não podemos controlar no fim. É algo que é dado a todos nós igualmente, independente de credo, religião, posição social ou formação educacional.

O mais humilde homem sobre a terra desfruta da vida, em toda sua essência vital, tão livremente quanto aqueles de grande poder e posses e conquistas materiais. E, no entanto, os que têm abundantemente das coisas terrenas acham essas posses absolutamente sem valor quando chega aquele momento em que a vida parece prestes a se esvair, e a ser tirada tão livremente quanto foi dada.


OS DOIS GRANDES MISTÉRIOS

Dos dois grandes mistérios que deveriam chamar nossa atenção mais que qualquer outra coisa no mundo, o primeiro é aquele do inicio e da dádiva da vida que recebemos, e o segundo é o da sua retirada e sua existência ulterior. Entre estes dois eventos – a criação da vida e a sua transição desse corpo terreno – estão todos os excitamentos e fascinações de importância menor aos quais o ser humano dá proeminência, aos quais dedica a maior parte de seus pensamentos, e para a aquisição dos quais ele até sacrifica a si mesmo e à sua vida.

E quando falo da vida que nos é dada como seres humanos, eu deveria incluir e de fato incluirei também a vida que é dada às flores, às árvores, às gramas, ao trigo e aos grãos e a todas as plantações, e a todas as coisas que vivem e crescem e nos dão sustento e nutrição em abundância. Nem uma só dessas coisas, nenhuma dessas dádivas de Deus, é controlável pelo homem. Contudo, cada uma delas é um presente espantoso, miraculoso, a que raramente damos a devida apreciação e gratidão.

Por isso, lembremo-nos sempre de ser gratos pela mais abundante de todas as dádivas – a dádiva da vida e tudo o que vive. E expressemos esse agradecimento não só nas Igrejas e Templos, ou nas cerimônias religiosas e festivas. Expressemos nosso agradecimento não apenas num único dia do ano mas pela vida afora. Vamos expressá-lo de modo menos ritualístico, de forma menos cerimonial, mas com verdadeira sinceridade em nosso coração e de uma maneira que transmita aos outros uma nota de alegria, uma nota gratifica.

Uma palavra gentil ou um sorriso gentil dado a uma outra vida é um dos melhores meios de expressarmos nossa apreciação. Fazer os outros sentirem que somos muito felizes porque temos vida, que desejamos que eles sejam felizes graças a e com a mesma vida, é um modo verdadeiramente adequado de expressarmos nossa gratidão; ajudar outras pessoas a encontrar a solução para seus problemas ou a detectar as coisas que as tornam infelizes, é uma outra maneira; mas com certeza o modo mais definitivo é sentir em nosso próprio coração, e permitir que saia de nossos lábios, uma palavra de agradecimento e apreciação ao Deus e Pai de toda a criação.

Nessa maior apreciação da vida, tornar-nos-íamos menos dispostos a destruir a vida, a maltratar a vida ou a torná-la mas triste para os outros. Por essa razão, igualmente, todos os pensamentos de guerra cessariam e todos os pensamentos de destrutividade desnecessária chegariam a um fim. Mas suplantamos nossa gratidão e apreciação com inveja e desejos de poder materialista...

Se uma grande parte do mundo e sua população pudesse entrar verdadeiramente num espírito de gratidão pela vida em si, então a inquietação numa grande porção do globo, e o desejo por coisas que só podem ser conseguidas através da destruição da vida, chegariam ao fim e deixariam de ser.

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[Texto de H.S.L _Imperator]