10 de mar. de 2010

Introdução à Parapsicologia _ Parte 1


Vivemos numa época em que se fala abertamente dos fenômenos psíquicos [paranormal], sem nenhum temor. Mas isso não foi sempre assim. Houve uma época em que isso era tão perigoso que até podia trazer como conseqüência a morte na fogueira. Depois, em fins do século dezoito e começo do século dezenove, alguns cientistas começaram a se interessar por esses temas, e foi em meados deste século, em 1953, que a parapsicologia finalmente adquiriu caráter cientifico.

Mas bem poucas pessoas sabem disso. Se agente perguntar, “que é parapsicologia, ou quem são os parapsicólogos?”, seguramente vai obter respostas que não terão relação alguma com a verdade. Alguns acreditarão que se trata da prática de artes para ler a sorte, adivinhar o futuro,desenvolver poderes mágicos e mentais, praticar curas e até entrar em contato com extraterrestres.

E isso acontece precisamente devido ao desconhecimento do tema e também porque, como os cientistas dedicados a esse estudo não se uniram para formar uma associação de classe, assim como fazem os médicos, advogados, engenheiros, qualquer pessoa se intitula parapsicólogo, anuncia-se assim pela imprensa escrita e falada e começa a dar consultas para adivinhar o futuro ou encontrar tesouros ocultos. E isto é o que muita gente pensa que é a parapsicologia, inclusive aquelas mesmas pessoas, que não fazem a menor idéia do que é realmente essa disciplina [que, como veremos em artigos sucessivos, já é uma verdadeira ciência].

Apesar disso, as pessoas que se anunciam como parapsicólogas têm sua importância no estudo dos fenômenos psíquicos, de modo que também explicaremos como elas se classificam segundo as faculdades que supostamente podem desenvolver. Mas antes de mais nada devemos dizer que é necessário eliminar da mente a crença em que toda pessoa que diz ter alguma faculdade psíquica [ou que de fato a tem] é um parapsicólogo. Não. Parapsicólogo é um indivíduo devidamente qualificado, com formação acadêmica que lhe permite dedicar-se ao estudo desses fenômenos, para entendê-los e nos poder então explicar como e por que ocorrem. Os parapsicólogos autonomeados que produzem os fenômenos são chamados de ‘dotados’.

Feito este esclarecimento, começaremos explicando como nasceu a parapsicologia e, nos artigos subseqüentes, analisaremos o que ela estuda, faremos uma classificação dos fenômenos psíquicos mais importantes e dos que ocorrem com mais freqüência.

Os fenômenos psíquicos não são novos; sempre existiram. Mas, na antiguidade e na Idade Média, eram interpretados segundo as idéias supersticiosas da época. Mesmo hoje em dia ainda há grupos que atribuem sua origem ao diabo ou satanás. Na religião católica isto já foi superado; muitos eminentes representantes da Igreja, como jesuítas, são parapsicólogos, como é o caso do Padre Gonzáles Quevedo. Na Universidade Luterana do vaticano há uma cadeira de Parapsicologia.

A primeira sociedade de pesquisa psíquica nasceu em 1882. Mesmo antes, porém, em 1870, William Crookes, Prêmio Nobel de Química, comunicou suas observações à comunidade cientifica de Londres. O tema despertou grande interesse, embora os cientistas que se ‘atreviam’ a estudá-lo fossem tachados de loucos ou tolos. Depois foi fundada na América do Norte a Sociedade Americana para Pesquisa Psíquica e realizaram-se congressos internacionais, o que causou grande agitação nos círculos da ciência ortodoxa.

O nome, PARAPSICOLOGIA, foi criado na Alemanha por Max Dessoir, em 1889, e começou a ser usado nos Estados Unidos a partir de 1908. Mas foi somente em 1934 que ele foi difundido, graças aos trabalhos desenvolvidos, juntamente com sua esposa, pelo Dr. Joseph Panks Rhine, licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade de Duke, na Carolina do Norte, no campo da telepatia, faculdade que finalmente pôde ser comprovada. Ao analisarmos esta faculdade, nos artigos seguintes, explicaremos com detalhes os trabalhos desse eminente cientista e parapsicólogo.

Em 1953 foi realizado em Utrech, Holanda, um Congresso Internacional de Parapsicologia. Aí se deu pela primeira vez uma aula sobre o tema, ministrada pelo Dr. W.H.C. Tenhaeff e, desde então, a parapsicologia está reconhecida como ciência.

Como podemos então perceber, a parapsicologia tem apenas alguns anos de existência. Diríamos que ela ainda está usando fraldas, mas, a cada dia que passa, mais cientistas se dedicam seriamente ao seu estudo, no que pesem as dificuldades que encontram em muitos de seus colegas, além da má imagem que as pessoas inescrupulosas, ou mesmo ignorantes, estão causando ao se anunciarem como parapsicólogos e realizarem atividades que nada têm a ver com essa nobre ciência.

Atualmente, a maioria dos teóricos do tema argumentam que sua definição não corresponde aos fenômenos que ele estuda. Do ponto de vista etimológico, a palavra ‘parapsicologia’ implica que os fenômenos estão totalmente contidos no campo da psicologia, mas a parapsicologia realmente abrange outros campos, como a biologia, a física, a química, etc. Por esta razão tentou-se empregar o termo PSICOTRÔNICA, que no entanto não conseguiu substituir o termo ‘parapsicologia’.

A definição de psicotrônica é: ‘ciência que, de maneira interdisciplinar, estuda os campos de interação entre pessoas e seu meio ambiente, tanto interno como externo, e os processos energéticos envolvidos nessa interação’. A psicotrônica reconhece que a matéria, a energia e a consciência, estão interligadas. Como ciências afins, para compreender a verdadeira natureza e a origem dos fenômenos paranormais, ela se apóia na parapsicologia, na biologia, na física, na matemática, na sociologia, e até tem de pedir às vezes a orientação dos ilusionistas, devido a que há muitas pessoas que afirmam possuir faculdades psíquicas e o que realmente fazem são truques.

Em nosso artigo seguinte, começaremos a classificar os fenômenos paranormais e os ‘dotados’, isto é, as pessoas que os produzem. Daremos uma explicação cientifica de cada um deles, com relatos de fenômenos autênticos que ocorreram a certas pessoas, que, por não conhecerem ou saberem nada sobre o assunto, se assustaram ou traumatizaram. Esperamos que esses artigos sirvam para os leitores conseguirem uma compreensão mais clara dos fenômenos da vida, bem como para que possam se orientar melhor.
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[Texto do Prof.Pedro Raúl Morales].

Introdução à Parapsicologia _ Parte 2

Continuamos a informação prometida no artigo anterior. Desta vez trataremos de classificar os fenômenos ‘paranormais e dotados’, vale dizer, as pessoas que percebem ou produzem fenômenos psíquicos que não são comuns.

Mas antes quero me referir a uma característica ou função mental denominada PANTOMNÉSIA. Este termo significa ‘memória total ou completa’. Implica em que nosso subconsciente nunca esquece nada, tem tudo arquivado. Em certas condições, como durante sonhos, estados de relaxamento, etc., recordamos coisas que nos aconteceram muito tempo atrás. Por meio de técnicas hipnóticas, pode-se recordar até o momento do nascimento. Relacionada também com este fenômeno, temos a CRIPTOMNÉSIA, ou ‘memória de coisas ocultas’,que é uma memória não reconhecida como tal, pois a pessoa encontra coisas que tinha sido perdidas muito tempo antes, ou de repente vem à sua mente consciente o nome de alguém que a pessoa conheceu muitos anos atrás e de quem já não se lembrava. A Criptominésia faz parte da Pantomnésia. Um exemplo clássico desse fenômeno ocorreu com a Divina Comédia de Dante. O Cântico número 13 perdido e ninguém sabia onde estava. Em maio de 1321, o filho menor de Dante sonhou que seu pai se aproximava dele e o levava a um quarto onde havia passado os últimos anos de sua vida, e ali indicava um lugar. Quando acordou, procurou esse lugar e nele achou o manuscrito. Evidentemente, trata-se de um caso de Criptominésia. Em algum momento o rapaz viu seu pai guardar ali o cântico, ou ouviu ele dizer onde estava o manuscrito Depois essa informação passou para o subconsciente e, com o tempo, voltou através de um sonho, devido ao alvoroço das pessoas que tentavam encontrar esse escrito, provocando na mente do rapaz o desejo de descobrir seu paradeiro.

A pessoa que se dedica ao estudo da Parapsicologia deve considerar muito, tanto a Pantomnésia quanto a Criptominésia, pois alguns fenômenos, como o que descrevi, não são realmente parapsicológicos nem paranormais. Mais adiante, quando fizermos de fato a classificação, consideraremos também alguns outros sentidos que temos, como seres humanos, a fim de compreendermos que muitas coisas que assustavam nossos avós eram na realidade fenômenos naturais, captados através do sistema nervoso.

De um ponto de vista muito geral ou global, os fenômenos paranormais se classificam em ‘sensoriais e extra-sensoriais’.

Os fenômenos ‘sensoriais’ são aqueles que se captam ou se produzem com a participação de nossos sentidos físicos. Os ‘extra-sensoriais’, por sua vez, são captados ou produzidos por vias indiretas, sem a participação direta do sistema nervoso, embora este acabe sempre participando numa fase secundária, a fim de que nosso cérebro compreenda o fenômeno. Como exemplos gerais, entre os fenômenos sensoriais temos a RADIESTESIA e, entre os extra-sensoriais, a TELEPATIA.

Quanto aos ‘dotados’, classificam-se conforme os fenômenos que captam ou produzem. Se o dotado é de efeitos sensoriais, chama-se ‘sensitivo’, e se é de efeitos extra-sensoriais, ‘paragnosta ou metagnomo’. Como foi explicado no artigo anterior, é possível que um parapsicólogo seja dotado, embora isso não seja muito comum, e sim uma coisa muito rara. Também foram encontrados dotados tanto sensitivos quanto paragnostas, o mais famosos dos quais foi ‘Douglas Hume’, que podia produzir à vontade todos os fenômenos psíquicos.

Recentemente foram conseguidos muitos avanços na compreensão dos mecanismos emocionais e cerebrais dos ‘dotados’, bem como das características e da produção dos fenômenos paranormais. Sabe-se agora que:

1_ Esses fenômenos costumam ser acompanhados de experiências subjetivas de forte teor emocional.

2_ Os dotados produzem mais e melhor quando trabalham em seu ambiente natural. Na presença de um pesquisador ou de um parapsicólogo, o êxito está condicionado ao grau de simpatia ou de amizade que existia entre eles, assim como a que os experimentos sejam motivadores e não aborreçam o dotado.

3_ Os casos de fenômenos espontâneos se produzem principalmente em estados especiais do cérebro denominados ‘Estados Alterados de Consciência’. Também influi muito a confiança em si mesmo.

Para produzir esses estados de consciência, as técnicas mais usadas tem sido a hipnose e os sonhos controlados, que são praticadas em diversos laboratórios, como é o caso do “Maimonides Medical Center de Nova Iorque”.

Segundo uma das hipóteses, o centro de controle das percepções paranormais está localizado a nível do rinencéfalo. Nas técnicas de relaxamento, hipnose, privação sensorial mediante o sonho, os êxtases místicos, etc., o rinencéfalo adquire um papel predominante, porque pode transmitir a mensagem recebida para a zona cortical ou o córtex cerebral, onde ela se torna consciente. Não obstante, isso deve ser feito com muito cuidado e controle, pois, do contrário, a mente consciente poderia perder o controle do subconsciente e então a pessoa perderia também o controle de suas funções básicas e a capacidade de raciocinar, podendo chegar à loucura ou à perda total ou parcial da realidade.

Os estados alterados de consciência podem ocorrer pelas seguintes vias normais:

1_ Via TROFOTRÓPICA _ que consiste numa diminuição dos estímulos sensoriais, como acontece no relaxamento, no transe hipnótico ou magnético, no sonho, no isolamento numa câmara de silêncio, etc.

2_ Via ERGOTRÓFICA _ ou por excitação. O medo, o arrebatamento ou êxtase místico, a introdução súbita de uma pessoa em água muito fria ou muito quente, a crença de estar na presença de um Santo ou de um Mestre de conhecimento espiritual, ou a presença real de um destes, podem produzir esse fenômeno e dar origem à captação ou à produção de fenômenos paranormais. Exemplos clássico são as curas chamadas de milagrosas, que se produzem em grutas famosas, como a de Lourdes. O doente se apresenta com muita fé e grande esperança, mas ignora que a água é gelada. Quando é introduzido de repente na água, o estímulo pode provocar uma cura paranormal. Um parapsicólogo francês, Robert Toquet, calculou que, em condições de paranormalidade, a divisão das células pode se acelerar até 30 vezes em relação à normal. Se isso é possível, nada há de estranho em que um mal seja curado em questão de minutos ou de algumas horas; mas como até pouco tempo não se compreendia esse fenômeno, dizia-se que era um milagre.

Voltando aos ‘dotados’, todos o somos, mas em estado potencial. Em outras palavras, ocasionalmente, todos temos a experiência de algum fenômeno psíquico. A diferença entre um dotado natural e um potencial está em que, no primeiro, os fenômenos são transferidos de modo natural e espontâneo das áreas mais profundas do cérebro para a superfície e aí se tornam conscientes, ao passo que no outro não ocorre isso, e sim nosso cérebro guarda a informação em suas zonas mais profundas, sem que o saibamos. Mas algumas vezes se produz uma sensação estranha, como angustia, ou o pressentimento de algo sem saber exatamente o que. Ainda não se conhece o mecanismo de transferência de uma zona do cérebro para outra, nem está claro como nosso cérebro pode receber informação por via extra-sensorial. Não obstante, a Parapsicologia, como toda ciência, continua pesquisando, e tem-se a esperança de que algum dia se chegue a conhecer tudo isso, de modo que os fenômenos psíquicos possam ser desenvolvidos em muito mais pessoas, para que eles tenham aplicação prática e positiva.

No artigo que virá a seguir, explicaremos a relação dos sentidos físicos com os fenômenos que no passado eram considerados milagrosos ou paranormais, mas que não são perfeitamente naturais.
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[Texto de Pedro Raúl Morales]

Introdução à Parapsicologia _ Parte 3

Conforme prometemos no artigo anterior, consideraremos nossos sentidos físicos, pois, como já explicamos, temos mais sentidos do que pensamos e eles são responsáveis por muitas situações que têm sido consideradas milagrosas ou misteriosas.

Tradicionalmente, os sentidos físicos são:
ð visão;
ð audição;
ð olfato;
ð tato; e _
ð paladar

Mas, além destes, temos outros que se inter-relacionam com eles. Por exemplo, na polpa da ponta do dedo, além do tato, dispomos de:

1_ receptores de calor chamados corpúsculos de Rufini;
2_ receptores de frio denominados de corpúsculos de Krause;
3_ receptores de pressão conhecidos como corpúsculos de Pacini e Golgi;
4_ receptores da dor nos terminais nervosos livres.

O número de receptores varia muito; foram encontrados uns 250.000 corpúsculos de frio e somente uns 30.000 de calor.

Em nosso ouvido interno, além dos receptores específicos de uma ampla faixa de freqüências mecânicas, há sentidos da aceleração da gravidade, das acelerações lineares e angulares, e do equilíbrio. E esses sentidos são diferentes do próprio ouvido, pois os responsáveis por seu funcionamento são os canais semicirculares, cheios de endolinfa, e umas cavidades provindas de uma pequena esfera móvel chamada otolita.

OUTROS SENTIDOS_
1_ Sentido Feromonal: há moléculas de estruturas simples que podem transmitir informação capaz de produzir uma reação nos diferentes organismos, sem intervenção da razão. Os hormônios produzem um efeito decisivo no comportamento de uma planta ou de um animal. Trata-se de substancias segregadas por certos órgãos do corpo, que controlam seus processos metabólicos.

Entre alguns animais da mesma espécie, eles segregam substancias portadoras de informação chamadas ‘feromônios’, que são capazes de modificar sua conduta. Em geral, elas são liberadas para o meio ambiente por um membro da espécie e, ao serem detectadas por um outro, através do olfato ou do paladar, desencadeiam uma reação específica. Há vários tipos de feromônios, e todos temos observado nos animais certos comportamentos que não compreendemos, a menos que estejamos inteirados de como atuam essas substâncias.

Exemplos:

- feromônios de atração sexual. Um dos mais bem estudados é o do gusano de seda. Em plena noite essa substancia pode atrair o macho até a 12 km de distância, se o vento é favorável.

- feromônios de alarme: são liberados por animais que se encontram em perigo, provocando uma reação de espanto em seus congêneres. Nos insetos podem provocar também reações de agressão, como é o caso das formigas, vespas e abelhas.

- feromônios de sinalização: servem para marcar uma rota ou um território. Quando as formigas encontram alimento e o transportam para sua casa, enquanto caminham vão roçando intermitentemente o abdomên no solo, deixando cair um rastro feromonal que transmite às outras alguma informação sobre a importância do achado, indicando também a direção e a distância. Descobriu-se que o costume que têm os coelhos de esfregar a cabeça com as patas tem o objetivo de impregná-las com uma substância que logo espalham pelo solo, demarcando assim seu território.

Estudos recentes revelaram que a comunicação feromonal existia na antiguidade, e que atualmente é mais freqüente do que se acreditava. Pensa-se que o homem primitivo possuía esse sentido feromonal, que ele foi perdendo à medida que foi se esmerando mais na higiene e também atrofiando o olfato. Mas há evidência de que ainda o possuímos parcialmente. Um biólogo francês, J. Lê Magneu, fez experiências com uma lactona denominada ‘exatolide’, que pode ser percebida, somente por via olfativa, por mulheres sexualmente maduras e em período de ovulação. Para que um homem possa detectar essa substância, é preciso que lhe sejam injetados estrógenos femininos.

Alguns casos de premonição de morte, cuja informação os ‘dotados’ percebem por via olfativa, poderiam se explicar por esse sentido feromonal. Os dotados afirmam que percebem um cheiro característico que os faz pensar que a pessoa que o emite vai morrer em pouco tempo. É possível que certa exsudação feromonal seja portadora de informação acerca de uma enfermidade mortal, e que alguns dotados sejam capazes de senti-la. O autor deste artigo conhece uma médica, que vivem em Quito, que possui essa faculdade que lhe permite saber quando um de seus pacientes não tem salvação.

2_ Sentido Opiáceo: a palavra ‘opiáceo’ significa ‘prazer’. Os receptores opiáceos [de prazer] estão situados no tálamo central. Desde o ano de 1977 se sabe que o cérebro se auto-estimula com drogas geradas por ele próprio, chamadas endorfinas. Alem disso, produz suas próprias anfetaminas, tranqüilizantes e alucinógenos. Em outras palavras, todos somos viciados em drogas por nossas próprias endorfinas. Parece que a técnica da eletroacupuntura estimula o cérebro a produzir mais endorfina, e é por isto que a dor pode ser eliminada com essa técnica. Ao que parece, o estado chamado de êxtase místico e outros estados alterados de consciência são provocados pela estimulação do centro opiáceo. O estado de deleite que um devoto pode alcançar em certos ritos está relacionado em parte com as endorfinas, segregadas por seu próprio cérebro.

Do ponto de vista médico, a descoberta das endorfinas abriu um caminho muito amplo de pesquisa para as curas chamadas de milagrosas. Já se sabe que a região hipotalâmica do cérebro produz peptídios liberadores e hormônios que atuam sobre a glândual pituitária ou hipófise, e que a produção de endorfinas influi na diabete, na cequeira e nas alterações cardíacas.

Num congresso de bioquímica realizado em Hamburgo, foi revelado que um tripeptídio isolado do hipotálamo do gado vacum é capaz de converter uma proteína encontrada no sangue dos esquizofrênicos numa outra proteína não patológica. Outra hipótese é a de que os ‘placebos’, remédios falsos que por vezes conseguem curar tanto quanto uma droga real, o que realmente fazem é estimular os centros opiáceos por meio de sugestão. Também se sabe que, injetando-se numa pessoa transtornada um neutralizador de endorfinas [quer dizer, que impede que seu cérebro produza endorfinas], eliminam-se as alucinações. Algumas experiências que se consideravam psíquicas ou paranormais, eram na realidade alucinações.

3_ O Sentido do Sonar: neste caso, alguns animais podem se orientar por sons ou ultra-sons, como é o caso dos morcegos. No ser humano, este sentido se desenvolve quando se perde a visão, e mais concretamente nos cegos de nascença. O leitor já deve ter observado que alguns cegos, quando chegam perto de um obstáculo, ficam tensos como se estivessem captando algo ou pressentindo um perigo.

4_ O Sentido de Orientação: este sentido está envolvido na maioria dos animais migratórios. Exemplos: as andorinhas, os salmões, os pombos-correio, etc. Os cientistas crêem que o gato é o campeão deste gênero de animal.

Em 1854, os cientistas H. Precht e Elke Lindenlaub fizeram a seguinte experiência: colocaram um gato dentro de um saco totalmente opaco e o levaram para o laboratório completamente às escuras. Depois de darem várias voltas pela cidade, deixaram esse gato num labirinto que tinha 24 saídas, e observaram que ele sempre escolhia a saída que ficava na direção de sua casa. Repetiram esse experimento com 142 gatos e sempre obtiveram os mesmos resultados.

O Dr.J.B.Rhine, professor e pesquisador da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, o qual já mencionamos como o pioneiro da parapsicologia, constatou os seguintes casos:

a]Em 1939, Hugo Perkins, jovem que vivia perto de Summersville, na Virgínia Ocidental, encontrou um pombo-correio extraviado e cuidou dele. Em abril de 1940, tiveram de internar Perkins num hospital de uma cidade situada a 170km de distancia. Poucos dias depois, o pombo-correio entrou pela janela do prédio onde ele estava hospitalizado.

b] A família Woods morava num povoado da Califórnia e tinha um gato chamado Sugar. Em junho de 1951, os Woods tiveram de se mudar para uma granja situada em Oklahoma, a uma distancia de 2.300km, e decidiram deixar o gato com uns amigos. Um ano e dois meses depois Sugar chegou à granja em Oklahoma. Para todos foi um mistério que o gato tivesse atravessado a pé grande parte dos Estados Unidos, e que ele tivesse podido se orientar para encontrar seus donos.

Podemos observar que, a nível humano, o sentido de orientação está muito desenvolvido nas pessoas que vivem de modo primitivo, como nossos índios e os esquimós, que se orientam sem terem pontos fixos de referencia. Um esquimó sai para caçar e, ainda que ao retornar dias depois a paisagem tenha mudado completamente, ele sabe onde está seu iglu e sua família.

Colocadas todas estas necessárias explicações, passamos a focalizar os fenômenos mais importantes que são estudados pela Parapsicologia.

Classificamos esses fenômenos em duas categorias: ‘sensoriais e extra-sensoriais’. Começaremos analisando os fenômenos de natureza sensorial. E lembraremos que os dotados deste tipo de fenômeno são chamados de ‘sensitivos’.

No campo sensorial, os fenômenos se subdividem em:

ð Hiperestesia;
ð Xenoglossia;
ð Radiestesia.

_ Os fenômenos de hiperestesia não só podem ser observados no campo humano, mas também no campo animal.

O termo ‘hiperestesia’ significa agudeza dos sentidos, ou seja, uma supersensibilidade para captar sensorialmente os fenômenos. Isto significa que, se alguém possui capacidade visual muito aguda, é hiperestésico em relação à média. Quando alguém viaja a uma região selvagem,por exemplo, percebe que os indígenas têm os sentidos físicos mais desenvolvidos. Certos índios têm o olfato tão desenvolvido que podem saber, por meio dele e a qualquer hora do dia, se um animal está dormindo ou caçando. Também podem enxergar no escuro ou ouvir qualquer som ou ruído que o ‘homem civilizado’ não consegue perceber. Com estes exemplos queremos indicar que esse indígenas são ‘hiperestésicos’.

Nos animais costuma ocorrer também esse fenômeno, pois seus sentidos são mais desenvolvidos do que os nossos. Em termos gerais foi estabelecido o seguinte:

1.Eles podem se orientar e encontrar seus donos a grandes distancias.
2.Pressentem terremotos e outros desastres.
3.Alguns animais podem perceber campos elétricos e magnéticos, assim como outros estímulos a que o ser humano é insensível.

Alguns exemplos de cataclismos pressentidos por animais, são:

ð na noite de 26 de agosto de 1883, a ilha de Krakatoa, que estava situada entre Java e Sumatra, desapareceu em conseqüência de uma erupção vulcânica cujos efeitos foram sentidos em todo o mundo. Alguns dias antes os animais estavam tomados de pânico; os pássaros emigraram sem causa aparente e os mamíferos fugiram jogando-se ao mar e procurando chegar às ilhas vizinhas. Mas os moradores de Krakatoa não souberam interpretar o comportamento dos animais e foram buscá-los em lanchas, condenando-os assim, juntamente com eles próprios, a uma morte certa.

ð Em fevereiro de 1939, alguns cachorros São Bernardo, embora fossem muito fiéis, recusaram-se a sair para sua costumeira expedição destinada a auxiliar as pessoas extraviadas na neve. Uma hora mais tarde, uma tremenda avalanche de neve se abateu sobre o vale. Como será que os cães pressentiram isso?

ð Na grande inundação da Holanda, em 1961, 48 e 24 horas antes os ratos, coelhos e outros animais, abandonaram lugares que iam ser inundados e foram para pontos mais elevados.

Em nosso próximo artigo daremos mais exemplos de animais que captaram perigos, e também narraremos casos de pessoas que possuem essas mesmas faculdades.

[Texto de Pedro Raúl Morales]

Introdução à Parapsicologia _ Parte 4

Em nosso artigo anterior, estivemos considerando a hiperestesia dos animais. Continuaremos agora com alguns exemplos a esse respeito.

 Um caso muito famoso foi o dos cavalos de Eberfeld, que aparentemente sabiam somar, subtrair, multiplicar, dividir, e até extrair a raiz quadrada de um número. Muitos curiosos e cientistas presenciaram isso e se espantaram ao observar como esses cavalos davam respostas corretas para questões de aritmética, dando com a pata dianteira tantas batidas no chão quantas necessárias para a resposta. Por exemplo, se perguntavam a um cavalo quanto era 3+5, ele dava 8 batidas no chão, quanto era 4 vezes 3, ele dava doze batidas. Ao pedido da raiz quadrada de 9, ele respondia com 3 batidas, e assim por diante. A maioria acreditava que aqueles cavalos eram sumamente inteligentes e que tinham aprendido as operações básicas de aritmética. Mas um belo dia em que o dono treinador do cavalo não estava presente, chegou alguém e perguntou quanto era 5+9, e o cavalo começou a bater no chão sem parar,chegando a passar de 100 batidas. E isso continuou até que o dono apareceu. Percebeu-se então que havia uma relação dono-animal e que os cavalos agiam com base no princípio do reflexo condicionado, mas em função de sinais que, embora fossem imperceptíveis para o público, não o eram para os cavalos. Devido justamente à hiperestesia, eles podiam saber o número correto de batidas porque seu dono fazia um gesto sutil com os olhos ou com a respiração. Isto indicava ao cavalo que era o momento de parar de bater. Quem na realidade sabia a resposta era o dono e não o cavalo. É com base nesse principio do reflexo condicionado que trabalham os animais treinados que vemos nos circos e locais de exibição pública.

 Em Stanford, Califórnia, alguns cientistas afirmam que os chimpanzés podem ajudar os seres humanos a predizerem terremotos, porque se inquietam de maneira anormal quando os terremotos estão prestes a ocorrer. Cientistas chineses disseram que observaram um comportamento anormal do gado antes que um abalo de grandes proporções sacudisse a cidade e Halcheng. A doutora Helena C. Kraemer, Professora Associada de Bioestatística, disse que observou a possível ligação entre chimpanzés e terremotos quando fazia um estudo de símios numa instalação ao ar livre, perto da falha de Santo André, em San Francisco, Califórnia, área onde todos os dias se registram pequenos tremores imperceptíveis para o ser humano e que somente os sismógrafos acusam. Pois bem, com base nisto, os chineses tem grandes jaulas com chimpanzés e observam tanto o comportamento desses animais quanto os instrumentos científicos. Quando notam que os chimpanzés estão muito inquietos e em pânico,sabem que um grande abalo se aproxima, e assim puderam salvar milhares de vidas.

Há uma explicação cientifica para este fenômeno. Devido a sua HIPERESTESIA, os chimpanzés e muitos animais captam vibrações sutis e infra-sons [sons abaixo de 16 ciclos por segundo, imperceptíveis para o ser humano] e essas impressões alcançam o tálamo central do cérebro, provocando o pânico. No caso do ser humano, quando essas vibrações são captadas produzem um fenômeno semelhante, com a diferença de que em nós o pânico é irracional. Isto pode ser comprovado pela observação de que, depois de um terremoto, as pessoas correm e caminham a esmo, sem rumo fixo ou definido, sem saberem realmente o que se passou.

No ser humano, a HIPERESTESIA assume outras modalidades. Em primeiro lugar, consideraremos a ‘Hiperestesia Direta’, também chamada ‘visão para-óptica, visão extra-retinana, extra-ocular ou cutânea’.

O fenômeno consiste em que em que algumas pessoas podem distinguir cores ou objetos com os olhos fechados. São vários os ponto do corpo por onde se capta a luz. Pode ser pelos dedos das mãos, pelas maças do rosto, pelos lóbulos das orelhas,m pela ponta do nariz, etc. O fenômeno poderia se estender a outros sentidos, como a audição, o olfato e o paladar, mas até agora só foi observado a nível da visão.

Vejamos alguns exemplos:
 Giselle Court, menina que ficou cega por causa de uma perturbação nervosa, foi pouco a pouco hiperestesiando as pontas dos dedos até que, por aproximação tátil, conseguiu distinguir cores.

 Rosa Kuleshova, da cidade de Nizlin-Tagil, estudada em 1962 pelo professor Isaac Goldberg, psicólogo da Clínica Svedolov, e depois pelo Instituto de Neurologia da Academia de Ciências Médicas de Moscou, sob a direção do Dr. Gregory Razrah, pode distinguir pelo tato as cores, ler impressos, perceber uma fotografia, com os olhos vendados. Também passou nessas provas lendo com os dedos grossos dos pés e com a língua. Os russos encontraram umas seis pessoas com visão digital.A pele reage à luz como se fosse os olhos.

 Também se conhece o caso de uma americana chamada Molee Faucher, totalmente cega, que podia ler toda espécie de livro servindo-se das mãos, fazia bordados, tapeçaria, distinguia cores e confeccionava flores artificiais. Isto foi observado em 1884 e foi explicado pelo biólogo inglês Herbert Thurston.

 Um fenômeno parecido ocorreu no pequeno povoado de Santo Domingo, numa das ilhas Canárias, La Palma. No princípio deste século vivia ali um cego chamado Julio, que era sapateiro e fazia sapatos sob medida. Ele reconhecia as pessoas pelos passos.

 Recentemente descobriu-se uma jovem japonesa que podia ver pelo nariz. Ela se chama Sayuri Tanaka, foi estudada em Tóquio e fez demonstrações para a televisão do Japão. Fez as seguintes demonstrações com os olhos vendados: guiar uma bicicleta em linha reta; descrever um programa de televisão que se tinha tirado o som; tirar fotografias perfeitamente focalizadas, com sua máquina; ler trechos de um livro que nunca tinha visto; pegar uma bola arremessada; verter chá em várias xícaras sem derramar, etc. Mas se, além de ter os olhos vendados, seu nariz é tapado, ela não consegue fazer nenhuma dessas coisas.

No total, forram registrados até hoje dez casos de visão através da pele, no mundo inteiro. Na maioria dos casos, a pessoa ‘dotada’ foi uma mulher ou uma menina.

Quanto a TEORIAS sobre este fenômeno, alguns cientistas sustentam que existem na pelo minúsculos foto-receptores, que captam a luz. Outros dizem que se trata de uma faculdade que o homem primitivo possuía e que é um vestígio dela que aparece em algumas pessoas. Este estudo despertou muito interesse no campo da parapsicologia, e pensa-se em ajudar os cegos procurando HIPERESTESIAR partes do seu rosto, a fim de que eles possam se orientar melhor. Acredita-se que, no futuro, poder-se-ia desenvolver isso empregando a técnica da hipnose.

Trataremos agora de outra modalidade, chamada HIPERESTESIA INDIRETA ou LEITURA SENSORIAL DO PENSAMENTO, que é bastante comum e talvez alguns dos leitores conhecem alguém que tenha essa faculdade, embora pensem que é outra coisa, por desconhecerem os fenômenos paranormais.

Como já dissemos, a Hiperestesia Indireta consiste na capacidade de alguns sensitivos de ler o pensamento da pessoa ou das pessoas que estão perto deles, especialmente se podem ver seu rosto. Esses sensitivos são comumente chamados de ‘adivinhos’.

Dizem os pesquisadores que, a certa distancia, é possível captar a linguagem fisiológica mínima, isto é, os reflexos externos das idéias. Não se capta realmente o fato mental e sempre é necessária a presença da pessoa consultante. Em outras palavras, o pensamento de uma ação prestes a se realizar pode mover nossos músculos sem intervenção da vontade e sem percebemos esses movimentos. Ocorrem sinais mínimos, ações que correspondem a nossas idéias, sentimentos, desejos, anseios, etc., sem o querermos e sem estarmos conscientes de que as fazemos. O ‘sensitivo hiperestésico’ capta tudo isso por via subliminar e o transfere para sua mente consciente.

Outra hipótese propõe que, quando pensamos alguma coisa, movemos sutilmente as cordas vocais e isto produz no ar uma vibração imperceptível para qualquer pessoa exceto o sensitivo, que neste caso seria um ‘hiperestésico auditivo’. Para confirmar esta hipótese, o doutor Lehman, Diretor do Laboratório de Parapsicologia da Universidade de Copenhague e seu colaborador, C. Hansen, fizeram uma experiência. Colocaram dois espelhos côncavos um de frente para o outro e a uns dois metros. Colocaram uma pessoa junto e diante de um dos espelhos, com boca aberta, e lhe pediram que pensasse alguma coisa. Diante do outro espelho, colocaram um sensitivo com o ouvido encostado ao espelho, e este conseguiu ‘ouvir’ o que a outra pessoa ‘pensava’. Ou seja, houve articulação das palavras correspondentes aos pensamentos. Esta experiência está baseada em observações que foram feitas na vida real com uma menina chamada Ilga K. de Trapene. Quando ainda não tinha aprendido a ler e escrever, ela podia declamar uma poesia ou dar o resultado de uma soma ou uma subtração, desde que estivesse perto de sua mãe e esta estivesse lendo ou pensando a poesia ou a operação aritmética. Mas se a menina era colocada num lugar onde não podia ver a mãe, ou se colocava uma barreira como um vidro para que o ar não pudesse passar e, portanto, também não passasse o som, a menina se queixava de que não conseguia ouvir a mãe.

Também se confirmou que, quando se diz a uma pessoa hipnotizada que ela vai ouvir muito mais do que o normal, ela consegue ouvir uma conversa mantida em voz baixa a vários metros de distância. Também é possível estimular a sua visão e, ao se colocar um relógio sobre a sua cabeça, ela consegue ver a hora.

Para compreendermos completamente este fenômeno e depois fazermos algumas recomendações, analisaremos agora outra modalidade de hiperestesia. Na Hiperestesia Indireta ou Leitura Sensorial do Pensamento, faz-se a adivinhação sem que haja contato físico. Só é preciso contato visual e estar a certa distancia do consulente.

Outra forma de ‘adivinhação do pensamento’ é a que se faz por contato. Esta modalidade é denominada “CUMBERLANDISMO”. Este nome vem de um ilusionista chamado Garner, que, em fins do século passado, usava o pseudônimo de Stuart Cumberland e apresentava esta modalidade em seus espetáculos, a fim de adivinhar onde qualquer objeto havia sido escondido no público.

Trata-se de um fenômeno psicomotriz, por meio do qual chega-se a perceber os movimentos inconscientes de outra pessoa. Todo ato psíquico genuíno tem uma carga inconsciente, exteriorizada mediante manifestações quase imperceptíveis. Qualquer reflexo fisiológico pode ser percebido por outra pessoa, se há um contato físico. Isto pode explicar em parte a chamada ‘Quiromancia ou leitura da mão’. Talvez o adivinho comece a captar muitas experiências do consulente devido a que o contato corporal lhe transmita essas experiências.

No caso do ‘Cumberlandismo’, o ilusionista segura a mão de uma testemunha e começa a captar movimentos involuntários e inconscientes sutis, correspondentes ao testemunho, embora o publico também possa guiar o ilusionista de maneira inconsciente. A testemunha e o público desejam intimamente que o ilusionista não fracasse e, como este é muito sensível, capta o retesamento muscular sutil que ocorre quando ele se afasta do objeto e, do mesmo modo, a descontração da mão quando ela se aproxima da pessoa que tem o objeto.

Há experiências combinadas de hiperestesia que são muito curiosas e ilustrativas. O Dr. Boirac encontrou uma mulher histérica que podia ler um livro sobre o qual ele passava a ponta dos dedos enquanto ela pegava na mão dele. O que acontecia? O Dr. Boirac captava a informação por meio de HIPERESTESIA DIRETA ou VISÃO DIGITAL, mas essa informação não chegava à sua mente consciente e, sim, era transferida por meio do contato corporal [Cumberlandismo] à mente consciente da histérica. Isto explica os fenômenos que se produzem em corrente de sessões espíritas, quando o médium começa a se dar conta das coisas ou situações que se passam com cada um dos presentes.

Embora isso tudo seja muito interessante, especialmente para os cientistas dedicados ao estudo da parapsicologia, pode acabar sendo um tanto perigoso para as pessoas que costumam consultar os chamados ‘adivinhos’, pois estes não podem discernir se os pensamentos ou as idéias dos consulentes obedecem a causas reais ou imaginárias.

Por exemplo: um homem acreditava que estava muito doente dos rins, porque sentia certos problemas na cintura. Em vez de ir a um médico, consultou um adivinho famoso que, ao vê-lo disse: seus rins estão doentes. O adivinho captou as suspeitas do consulente e as confirmou. Assim, por causa da sugestão, esse homem adoeceu realmente e, portanto, o tratamento médico foi mais complicado e caro. Outras vezes faz-se uma pessoa acreditar que não tem nada, quando ela está realmente doente. Pelo mesmo processo de sugestão, ela crê que está bem e não sente nenhum problema; mas a doença segue o seu curso sem produzir sintomas, até que culmina em algo extremamente grave ou a morte. Também foram constatados casos de pessoas [homens e mulheres] muito ciumentas que imaginam que seu cônjuge tem um amante e que podem até suspeitar de algum vizinho ou companheiro de trabalho. Quando elas vão ao ‘adivinho’, este lê sua mente, mas, sem saber se se trata de algo real ou imaginário, confirma tudo e descreve com riqueza de detalhes a pessoa que o consulente imagina. A partir desse momento, este último se convence de que suas suspeitas são certas e pode-se criar uma situação de rompimento conjugal ou alguma coisa pior. Há muitos exemplos de casos dramático.
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[Texto do Prof. Pedro Raúl Morales]

Introdução à Parapsicologia _ Parte 5

Consideraremos agora outro fenômeno dentro do campo sensorial, que está sumamente relacionado com a PANTOMNÉSIA e também com a HIPERESTESIA. Trata-se da ‘XENOGLOSSIA’.

Antes, porém, cabe advertir que os fenômenos psíquicos não se apresentam isolados e sim misturados, de modo que muitas vezes é difícil determinar com exatidão a natureza de uma experiência psíquica. Nestes artigos, vamos descrevendo os fenômenos separadamente, para analisá-los e compreendê-los; no final, estaremos mais capacitados a analisar e compreender em sua totalidade uma experiência de natureza paranormal.

A ‘Xenoglassia’ foi observada e estudada por um cientista chamado Charles Richet, que foi professor de Fisiologia e Prêmio Nobel em 1913.

Ele foi um dos pioneiros da parapsicologia e, juntamente com o Dr. J.B. Rhine, é tido como o pai dessa disciplina.

O termo ‘Xenoglossia’ vem de ‘Xenos’, que significa ‘estrangeiro’, e ‘Gloto, que quer dizer ‘falar em línguas ou empregar linguas’. Também se denomina ‘Glossolalia’, equivalente ao dom de falar em línguas estrangeiras. Algumas vezes o ‘dotado’ como veremos mais adiante num exemplo, em vez de falar em línguas conhecidas, inventa novas línguas, e então o fenômeno se denomina ‘Pseudo-Xenoglossia’.

A ‘Xenoglossia’ pode, no entanto, manifestar-se em outras formas. Foi classificada em: Escrita, também chamada de Psicografia, que é conhecida como escrita automática. Falada, que é propriamente a ‘Xenoglossia clássica’, e por meio do movimento de objetos para dar respostas de ‘sim ou não’ às perguntas que se fazem ao dotado. Estas três modalidades de ‘xenoglossia’ podem ser mecânicas ou automáticas, ou podem se manifestar de modo inteligente.

A ‘Xenoglossia’ pode se manifestar ou expressar por meio de transes, traumatismos ou em forma experimental através do hipnotismo.

As respostas podem ser inteligentes sem que o ‘Sensitivo ou Dotado’ entenda o sentido do que diga.

Como se explica esse fenômeno?

Na verdade, encontram-se muitas pessoas que, de repente, em condições já descritas de transe ou depois de terem recebido uma pancada na cabeça, etc., começaram a se expressar em línguas estranhas que nunca haviam estudado, ou então começaram a escrever com sinais estranhos ou numa linguagem estrangeira, e às vezes em seu próprio idioma.

Os parapsicólogos dizem que esses fenômenos são de tipo mecânico, pois repetem-se palavras ou frases aparentemente esquecidas mas que estão no arquivo do subconsciente. [Lembre-se o que foi explicado em artigos anteriores sobre a pantomnésia].Além disso, s o ‘Sensitivo’ está em transe, torna-se HIPERESTÉSICO e pode extrair informação da mente dos consulentes ou das testemunhas. Outra possibilidade é que também comece a receber informação por via extra-sensorial, fenômeno que estudaremos mais adiante. Já começamos a nos dar conta de como os fenômenos paranormais se vão misturando e de como as experiências psíquicas vão então se complicando.

No caso da ‘Xenoglossia por meio do movimento de objetos’, como por exemplo, vasos, pêndulos, mesas, etc., trata-se de uma forma pela qual se manifesta automaticamente a atividade interna inconsciente. Um exemplo claro desse fenômeno é a chamada “Mesa Ouija”, onde estão distribuídos as letras do alfabeto e os algarismos de 0 a 9. Coloca-se um copo emborcado no centro da mesa e várias pessoas põem sobre ele o dedo indicador; faz-se uma invocação ou oração e de repente o copo começa a se deslocar rapidamente, sem que ninguém aparentemente o esteja movendo. Ao se fazerem perguntas, o copo começa a se dirigir para letras e números, e com isto vai construindo uma resposta coerente e que em geral satisfaz a curiosidade dos presentes. Há tendência a crer que quem transmite a mensagem é alguma entidade que já não se encontra no plano terreno e, no final dessa mensagem, aparece um nome estranho que é identificado com essa entidade.

Esse fenômeno deve ser analisado com muito cuidado, pois quando é praticado por pessoas muito sugestionáveis ou crianças, pode causar muito dano, inclusive doenças, pânico, e sofrimentos. Os parapsicólogos sustentam que as mensagens são produzidas pela pessoa mais sensitiva do grupo, que mantêm o dedo no copo. Como esse individuo se tornou hiperestésico, extrai de seu próprio conteúdo pantomenésico as respostas às perguntas, assim como pode extraí-las da mente de seus companheiros. Por que, então, o suposto agente informante se identifica com um nome raro? Para nós, que temos estudado as faculdades de nossa mente, isso não é precisamente raro e, sim, comum. Nosso subconsciente tende a se acomodar ao ambiente, e também a transmitir mensagens através de dramatizações, geralmente por meio de sonhos, o que estudaremos ao considerarmos as precognições. Costuma-se chamar tudo isso de “Talento do Inconsciente”. Talvez você mesmo tenha tido a experiência de estar perplexo ante uma situação ou um problema que não consegue resolver, e um belo dia acordar feliz porque sonhou com a solução.

Agora consideraremos duas situações observadas no campo paranormal, que nos esclarecerão muitas dúvidas a respeito da “Xenoglossia”.


FALAR EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Primeiro, vem o caso de um menino que, depois de ter recebido uma pancada na cabeça e ficado inconsciente, começou a dizer frases numa língua estranha. Alguém teve a impressão de que eram palavras em chinês e concluiu que provavelmente havia morrido algum chinês na cidade, que se tinha incorporado no menino. Chamaram então alguns chineses que tinham uma lavanderia ali perto. Quando eles ouviram as frases do menino, começaram a rir e, quando lhes perguntaram por que riam, disseram que o menino estava dizendo coisas indecentes. O fato é que aquele menino brincava com os filhos dos chineses e, embora não entendesse o que eles diziam, sua mente subconsciente tinha gravado as frases e estava então repetindo. Neste particular, deve-se notar que, no passado, todos os médiuns ou pessoas em transe falavam em latim, mas os médiuns modernos não o fazem porque agora a missa é rezada no idioma do lugar e eles têm o latim em seu conteúdo pantomnésico.

Em segundo lugar, temos o caso de uma médium chamada Helen Smith. Consultada por uma mãe angustiada que tinha perdido seu filho, disse-lhe que o jovem estava no planeta Marte, mas que não podia lhe dar detalhes porque não conhecia o idioma marciano. A mãe continuou visitando-a e, passados seis meses, a médium tinha elaborado um idioma ‘marciano’. Mas uma pesquisa séria por parte de um filósofo chamado Dr. Floumoy, demonstrou que se tratava de uma ‘fraude inconsciente’, de modo que tudo o que ela dizia era uma modificação, palavra por palavra, d um livro em francês que tinha lido quando era muito criança e que tinha arquivado em seu conteúdo pantomnésico.

Mas nem tudo é negativo. Essa força pode também ser aproveitada para resolver problemas ou situações difíceis. Já explicamos como nossa mente interior pode nos ajudar a resolver alguma coisa. Acredita-se que alguns artistas compõem suas obras, ou pintam, em estados de semitranse que lhes proporciona maior inspiração.

Em outras palavras, nunca devemos pressionar nem exigir demais do nosso subconsciente. Se temos uma preocupação e manifestamos sutilmente a ele que precisamos de seu auxilio, ele nos ajuda. Mas se o pressionamos demais, se lhe fazemos perguntas muito complexas, etc., para nossa satisfação, ele nos diz qualquer coisa, inclusive uma mentira.

A RADIESTESIA
Trata-se de uma técnica que permite perceber as radiações da natureza mediante varinhas ou pêndulos [meios físicos], ou por condutores humanos paranormais. O termo vem do latim ‘radius’, raio, e do grego ‘aisthesis’, sensibilidade.

Na antiguidade era conhecida como ‘Rabdomancia’ e é um tema que aparece nos baixos-relevos do Egito Antigo. Numa representação do imperados chinês ‘Kwang Su, de 2200 a.C’., vêem-se figuras procurando água. A bíblia faz alusão à vara ou bastão usado para esse fim. O fenômeno também foi conhecido dos gregos e dos romanos.

Muitos procuram explicar esse fato por meio do fenômeno da ressonância, já que dois terços do nosso corpo consistem em água. Ao que parece, a radiação se manifesta nos músculos longos do corpo. Os animais também são muito sensíveis à água, principalmente o elefante.

INSTRUMENTOS
Os zaorís, rabdomantes ou radiestesistas, usam a baqueta ou varinha de avelã, embora empreguem também diversos utensílios, como varinhas de metal, prendedores de roupa, barbatanas de colarinho, fios de cobre, bastões, forquilhas, pêndulos, etc. Dizem que alguns até já se valeram de salsichas alemãs.

O pai da radiestesia é o abade Bouly [1865-1958] e o aristocrata da radiestesia é Henri de France [1872-1947], que, em 1910, promoveu na França os estudos sérios do tema; publicou um livro intitulado o Zaorí Moderno e, em 1933, participou na criação da Sociedade Britânica de Zaorís. O termo foi cunhado pelo abade Bagard, em 1919, e foi ele quem pôs em desuso os termos Rabdomancia e Zaorí. Na Rússia foi conseguido um progresso nessa matéria e os soviéticos chamam o fenômeno de ‘Método de Efitos Biofísicos’.

O uso do pêndulo foi adotado em fins do século dezoito, por Antoine Gerboin, professor da Faculdade de Medicina de Strasburg. Embora as reações sejam menos violentas e enérgicas do que as da baqueta, seu uso está generalizado e parece mais seguro.

Em 1919, Emile Cristophe criou o vocábulo ‘teleradiestesia’, ou ‘radiestesia a distância’. Joseph Treive [1877-1946] especializou-se na prospecção a distância. Um avanço maior seria a Radiestesia Mental.

A TEORIA de Chevreul, químico famoso, explica o fenômeno da seguinte maneira: o pêndulo ou a varinha só se move quando segurado pelo operador. Este capta a mensagem por via paranormal [sensorial ou extra-sensorial] e inconscientemente a traduz em movimentos involuntários. Supõe-se que a Mesa Ouija funciona por um mecanismo semelhante.

PRECAUÇÕES
ð 1. Evitar a auto-sugestão;
ð 2. Evitar as idéias preconcebidas;
ð 3. Não cruzar as pernas nem os braços e colocar os dois pés sobre o solo;
ð 4. No campo, não trabalhar em dias de chuva ou de muito vento;
ð 5. Trabalhar com roupa não muito apertada;
ð 6. Não usar coisas metálicas [anéis, pulseiras, relógios, etc];
ð 7. Não trabalhar depois de uma refeição pesada;
ð 8. Também não trabalhar depois de ter corrido ou se está muito emocionado;
ð 9. Trabalhar com boa iluminação;
ð 10.Trabalhar descontraído;
ð 11.Uma vez por mês, desimpregnar os instrumentos;
ð 12.Não trabalhar na presença de céticos ou curiosos;
ð 13.Não trabalhar mais de meia hora por sessão.

USOS
a) Para determinar o sexo. Os japoneses usam ovos de galinha; o eixo do ovo deve estar na direção norte-sul. Se o pêndulo oscila ao longo do eixo, o ovo é estéril. Se gira em círculo no sentido horário, é um macho; no sentido oposto, uma fêmea. Consegue-se 99% de êxito.
b) Em criminologia. É possível determinar o sexo de um criminoso com uma gota de sangue, de saliva, um cabelo ou uma unha.
c) Encontrar pessoas desaparecidas.
d) Detectar doenças.
e) Encontrar água, petróleo ou minerais.
f) Na agricultura, para detectar doenças nos vegetais.

Em nosso próximo artigo, narraremos algumas experiências relacionadas com este tema.
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[Texto de Pedro Raúl Morales]

Introdução à Parapsicologia _ Parte 6

Vamos agora narrar algumas experiências relacionadas com a radiestesia.

ð Em 1966, o minerologista, Nikolai Kochevanov, dirigiu uma expedição perto da fronteira da China com a Rússia, voando sobre o rio Chu. No avião equipado com um magnetômetro, havia alguns sensitivos com varinhas. Observou-se que o efeito ocorria somente quando voavam sobre as margens do rio e não sobre a superfície. Parece que o que mais afeta o ser humano é a água atritando o solo, se a superfície deste é grande. Também se fez o teste voando sobre depósitos conhecidos de minerais e os sensitivos tiveram reações consideráveis. Em testes feitos no solo, a equipe localizou um depósito de chumbo de três polegadas de espessura, a 150 metros de profundidade.
ð O geólogo holandês, Jolco Tromp, demonstrou que os zaorís são muito sensíveis ao eixo magnético da Terra e reagem a mudanças nesse campo. Na Universidade de Yale foi comprovado que, dentro de alguns desses campos magnéticos, os zaoris apresentam aumento da pressão sanguínea e do número de pulsações. Embora isto tenha sido comprovado com os zaoris, parece que a reação é comum a todos os organismos. Por exemplo: ratos não dormem dentro da área desse campo;as plantas não crescem ou não há vegetação nesse campo; as pessoas reumáticas sentem contrações musculares, bem como dores nas articulações, num campo produzido por água. Essas áreas, geralmente, exercem má influência sobre a saúde. Também se verificou que uma pessoa que não é zaori apresenta diferença de potencial quando entra numa dessas áreas.
ð Os animais em geral são muito sensíveis a esses ‘campos’. É por isto que escolhem lugares especiais para dormir.

A PERCEPÇÃO PRIMÁRIA
Estamos sofrendo uma rápida transformação. Quando a humanidade do futuro contemplar o passado, dar-se-á conta de que a era psíquica começou no ano 70.[William Tiller, Conferência no Simpósio de Saúde da Universidade da Cidade de Los Angeles].

Até pouco tempo atrás, a maioria dos parapsicólogos acreditava que os fenômenos psíquicos só podiam ser atribuídos à mente e que não havia correlação com o aspecto físico. A metafísica deu ênfase a essa correlação, pesquisando para além do ponderável.

Tiller apresenta, hipoteticamente, as características dos fenômenos psicoenergéticos.

ð 1. Ao que parece, os padrões de energia são completamente diferentes dos que a ciência convencional conhece;
ð 2. Os experimentos sugerem que há na matéria um nível cujas características são predominantemente magnéticas quando aumentam a temperatura, com uma organização maior que a tendência para a desordem. [O que parece violar a segunda lei da termodinâmica].
ð 3. Parece haver um padrão de radiação ou holograma de energia, que atua como uma força presente na organização das substancias a nível físico.
ð 4. Como resultado de experiências com vegetais, animais e o ser humano, há uma evidência de que existe ‘um interconector ao próprio nível da substância do universo, entre todas as coisas que nele existem’.
ð 5. Há indícios de manifestações de energia que são estáveis em diferentes níveis de tempo-espaço que nos são familiares. Espaço e tempo poderiam ser formadores de ondas de substância nesses níveis. Tiller também sugere que há um contínuo mente-matéria, freqüentemente interpenetrando diversos níveis, variando de espessura e densidade; o físico através de muitos estratos da mente, até chegar a um que ele chama de espírito.

RESULTADOS DE EXPERIMENTOS
Harold Cahn, pesquisador em Biologia e Física da Universidade do Norte do Arizona, diz que o mundo é um interconector. Uma equipe de cientistas sugeriu que os organismos da mesma espécie empregam um sistema de comunicação que usa radiação eletromagnética, coerente e modulada.

Justa Smith, bioquímica e chefe do laboratório de ciências naturais do Colégio Hill Rosário, em Buffalo, dirigiu vários experimentos sobre saúde, descobrindo então que campos magnéticos fortes ativam o funcionamento das enzimas. Relatou que Oskar Estebany, um coronel húngaro aposentado e terapeuta de excelente reputação, acelerava a atividade de enzimas ruins colocando os organismos em suas mãos durante alguns minutos por dia. A cura é muito parecida, qualitativa e quantitativamente, com o efeito dos campos magnéticos. Diz Justa Smith, também, que a espécie humana está avançando para a realização maior das faculdades psíquicas através do desenvolvimento do sistema cérebro-espinhal. As atividades de Estebany foram pesquisadas também por Bernard Grad, da Universidade McgIll, em Montreal. Foram observados o crescimento acelerado das plantas e a cura de ratos doentes.

Em 1971, Robert Miller, cientista, pesquisador e industrial, e ex-professor de engenharia química do Instituto Tecnológico da Geórgia, dirigiu um importante experimento com Ambrose e Olga Worral. Os Worral, que são bem conhecidos por suas faculdades curativas, estavam em Baltimore e Miller em Atlanta, controlando o crescimento lento de arroz em germinação, o qual tinha se estabilizadoo em 0,00625 polegadas por hora.

Como tinha sido programado, às 21 horas, os Worral visualizaram as plantas crescendo vigorosamente, dentro de uma luz branca. No período das dez horas seguintes, o ritmo de crescimento aumentou em cerca de 840%.

Experimentamos com dois ratos anestesiados, para que alguns psíquicos tentem fazer com que um deles se recupere mais rapidamente do que o outro, têm dado excelentes resultados.

A teoria de que existe a percepção primária nas plantas não é nova. Charles Darwin especulou que as plantas podiam ser sensíveis aos efeitos da música e construiu um instrumento para tocar em seu jardim.

Backster, que descobriu acidentalmente no laboratório que as plantas reagem quando se quebram ovos, pesquisou também a sensibilidade dos ovos e ficou espantado ao descobrir que também eles apresentam percepção primária: Disse ele: “temos feito experimentos também com células de cultura, amebas, frutas frescas e vegetais, e com culturas e amostras de sangue. Verificamos que tudo isso parece ter a mesma capacidade das plantas... Nossos experimentos sugerem que toda a memória pode estar no nível de uma célula simples”.

A barreira ou linha divisória entre a matéria orgânica e a inorgânica vem se modificando. A linguagem verbal é inadequada para descrever a dinâmica da vida. Como disse um físico laureado com o Premio Nobel: “fazemos distinção entre matéria viva e matéria morta, entre corpos que se movem e corpos inertes. Este é um ponto de vista primitivo. Aquilo quer parece inanimado, como uma pedra ou um prego, está neste instante e estará sempre em movimento. Já nos acostumamos a julgar pelas aparências externas, pelas impressões ilusórias, que chegam aos nossos sentidos. Teremos de aprender a descrever as coisas em novos e melhores termos”.

FENÔMENOS EXTRA-SENSORIAIS
Estamos entrando agora no campo dos fenômenos extra-sensoriais e devemos lembrar que os indivíduos dotados dessas faculdades são denominados ‘PARAGNOSTAS ou METAGNOMOS’. Certamente, alguns sensitivos podem se situar em ambos os campos e ser também paragnostas.

Quanto à percepção extra-sensorial, parece que os homens primitivos têm esse tipo de percepção mais desenvolvido do que os homens civilizados. O famoso psicólogo, Freud, e os parapsicólogos, Tenhaeff e J.B. Rhine, comentaram amplamente a natureza atávica da psique.

Foram feitos testes científicos entre os aborígenes australianos, o povo mais primitivo, que vive nas mesmas condições em que existia na Idade da Pedra. Séculos de luta pela sobrevivência aguçaram, não somente suas faculdades físicas, mas também seus poderes psíquicos. Segundo escreve Albert Abarbanel, em seu livro “ São os Aborígenes Psíquicos?” , eles causaram espanto naqueles que fizeram com eles testes controlados de percepção extra-sensorial. Foram pesquisados também os métodos de clarividência e adivinhação dos cafres da África do Sul. Há ainda informações de testes psíquicos de muitas culturas primitivas, inclusive com os maoris na Nova Zelândia e os xamãs dos Mixtecos [México], que se tornam clarividentes depois de terem mastigado ‘cogumelos sagrados’. Além disso, foi comprovada a comunicação extra-sensorial entre os Mestres do Tibet, e é um mistério como o faziam os incas do Peru, pois há informação de que quando os espanhóis viajavam para um lugar distante, os incas o sabiam com muita antecipação, e não havia possibilidade de que alguém tivesse se adiantado ou transmitido a informação por algum meio então conhecido.

Os parapsicólogos soviéticos chamam a percepção primária de “Bioconcordância”. No ocidente ela se denomina “Telepatia de Percepção ou Telepatia Visceral”. Não é fácil compreender esse fenômeno, de modo que, para entendê-lo melhor, vamos começar com alguns exemplos.

ð Os russos colocaram num submarino, a 185 metros de profundidade, 10 coelhos de 5 semanas, e se afastaram 1200 quilômetros do laboratório de parapsicologia em que uma equipe de biólogos, parapsicólogos, médicos e psiquiatras, acompanhavam os eletroencefalógrafos que registravam as ondas cerebrais das coelhas mães de cada um dos coelhinhos. Cada vez que se matava um desses coelhinhos no submarino, observava-se no laboratório uma alteração na onda cerebral da respectiva mãe; houve êxito em 80% dos casos, isto é, das 10 coelhas, 8 tiveram reações observáveis. Este experimento foi de grande ajuda para se compreender a natureza da telepatia, que está relacionada com a transmissão e captação de algum tipo de energia.
ð Os americanos fizeram um experimento semelhante com golfinhos. A mãe estava num aquário e o golfinho filho foi levado para o mar várias vezes, até que a mãe se acostumou a ficar sem ele. Num dado momento, fez-se explodir uma carga colocada no corpo do golfinho filho. Esse instante não era conhecido de ninguém no aquário, mas as pessoas ali presentes logo o reconheceram porque, no mesmo instante em que foi ativada a carga e o golfinho morreu, a mãe teve um comportamento de desconsolo, muita fúria, e demonstrou um estado semelhante a loucura, isto demonstra que não importam o tempo, o espaço, os campos gravitacionais, eletromagnéticos, etc., para que se transmita a mensagem.
ð Outro experimento consistiu em reunir num laboratório, vários casais. As pessoas foram levadas para uma casa, onde lhes colocaram eletroencefalógrafos para medir suas ondas cerebrais enquanto liam revistas; elas ficaram muito felizes e tranqüilas. Enquanto isso, os maridos foram colocados numa outra casa e lhes foi solicitado que se concentrassem em olhar fotografias da época de sua juventude. Quando um deles estava com a foto de uma mulher que tinha sido sua noiva, por exemplo, notava-se que o gráfico do encefalógrafo de sua esposa se alterava, embora ela não estivesse consciente do que seu marido fazia. Este experimento serve para entender por que certas pessoas sentem de imediato angústia ou ansiedade sem uma causa aparente e, mais tarde, toma conhecimento de que um parente muito chegado, ou um amigo intimo, estava em dificuldades muito sérias, sofrera um acidente ou morrera. Mais tarde, quando nos aprofundarmos mais nos fenômenos telepáticos, tomaremos este exemplo como base para explicar por que a feitiçaria e a bruxaria afetam muitas pessoas e por que não afetam outras, e você mesmo aprenderá a ficar protegido de suas superstições.
ð Também se sabe que o astronauta MItchel, do espaço sideral, e o engenheiro sueco Hohnson, numa dependência da NASA, fizeram experimentos de telepatia com excelentes resultados. Mais tarde, Mitchel se dedicou ao estudo da parapsicologia.

RESPOSTAS PROVÁVEIS.
Os cientistas procuram explicar como surge a comunicação do nível subconsciente para o nível consciente. A resposta poderia ser que ela se origina em forma de reação automática, pressentimentos, ou como imagens visuais, auditivas ou olfativas.

Antes de continuarmos com o estudo da telepatia, será necessário explicarmos o fenômeno das ondas cerebrais, pois parece que são um elemento chave na compreensão desse fenômeno e de alguns aspectos fisiológicos do nosso organismo.

Como este estudo é de grande interesse e, embora sirva para compreender a telepatia, não faz parte dela, dedicaremos o próximo artigo exclusivamente às “Ondas Cerebrais”.

Voltando ao campo animal, observaram-se também vínculos telepáticos entre membros de uma mesma espécie. Numa ilha do Japão, ensinaram-se macacos a lavar batatas antes de comê-las. Simultaneamente, os macacos que viviam numa ilha vizinha também aprenderam a lavá-las, mas o mistério é como aprenderam, pois, de uma ilha para outra não se podia transmitir a informação por contato visual. Este fenômeno telepático também foi observado com as formigas e as abelhas. O cientista, Ivan Sandarson, estudou a formiga ‘Atta’, da América Tropical. Essas formigas fazem uma cidade subterrânea de uns 800 metros, muito complicada. Quando se coloca um obstáculo na entrada, logo chegam grupos especializados para fazer a limpeza,muito antes de que possam receber informação por meio de comunicação ou transmissão de sinais físicos.

Com base em todas essas informações, o biólogo, Sir Alister Hardy, de Oxford, propõe uma hipótese revolucionária dizendo que, possivelmente, a evolução também é impelida pela transmissão telepática de informação.
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[Texto de Pedro Raúl Morales]

Introdução à Parapsicologia _ Parte 7

Continuando nosso artigo anterior,consideraremos agora as ondas cerebrais, pois, para entender os fenômenos telepáticos e paranormais, é essencial compreender o que são essas ondas.

Por volta de 1924, o psiquiatra alemão, Hans Berger, mediu a atividade elétrica de uma pessoa que estava sem uma parte da caixa craniana devido a um forte golpe recebido num acidente. Colocou eletrodos diretamente sobre a massa encefálica e descobriu que a atividade elétrica das células cerebrais se organizava em ondas ou ritmos. A primeira onda que descobriu, como um ritmo de 8 a 14 ciclos ou Hertz por segundo, e uma amplitude de 100 microvolts, deu o nome de ‘Alfa’.

Sua descoberta permaneceu ignorada durante 10 anos. Em 1934, dois psiquiatras ingleses, Lord Edgar Adrian e B.C.H. Mattews, constataram que essa atividade tão uniforme se produz num indivíduo consciente. Deram a esse ritmo o nome de ‘Berger’, mas este não o aceitou. Verificaram que o ritmo ‘Alfa’, ou ‘Berger’, corresponde a um estado situado entre a vigília e o sono, de repouso mental e sensório em geral total, estando os neurônios m perfeito sincronismo.

Enquanto isso, Berger descobria as ondas ‘Beta’, de maior freqüência [mais d 14 ciclos ou Hertz por segundo] e com uma amplitude menor, entre 10 50 microvolts. As ondas Beta correspondem a um estado alerta, de atenção e concentração voltadas para o exterior.

Posteriormente,com o aprimoramento do eletroencefalógrafo, descobriram-se outros ritmos cerebrais, a saber:

ð Ondas Teta, entre 4 e 7 Hertz, com amplitude de 200 microvolts, que correspondem a certas experiências transcedentais, a estados hipnóticos, de relaxação profunda, etc. Nessa onda o indivíduo não está consciente. Ao despertar e voltar à onda Beta, pode recordar sua experiência, mas é difícil explicá-la.
ð Ondas Delta, entre 0,5 e 3 Hertz, e com amplitude que pode variar desde i milivolt até 200 microvolts. Esta onda caracteriza o sono, ou seja, o cérebro a produz quando estamos dormindo. Mas se uma pessoa em estado consciente manifesta este ritmo, isto pode ser indício de um estado grave, como um tumor cerebral ou a aproximação da morte. Quando a pessoa morre, o cérebro não mostra nenhum ritmo e isto corresponderia a zero. Não obstante, o eletroencefalógrafo mostra apenas uma fraca idéia da atividade mental.

O MISTÉRIO DAS ONDAS ALFA
Ao que parece, o estado Alfa é a trama na qual se centraliza a maioria dos fenômenos paranormais. Como veremos mais adiante, sabe-se que a transmissão e recepção telepática ocorre com freqüência quando os ‘dotados’ se encontram nesse ritmo cerebral.

Existem vários processos denominados ‘alfágenos’, quer dizer que produzem esse ritmo.
Exemplos:
olhar vagamente; sentar-se sem pensar em nada; repetir um mantra ou um som; concentrar-se num ponto do corpo, no ritmo respiratório; olhar fixamente para um ponto, uma carta de baralho, uma bola de cristal, uma massa de água, etc. Isso explica em parte por que os ‘adivinhos’ usam uma bola de cristal ou olham fixamente para um recipiente com água. As pessoas pensam que é nessas coisas que eles vêem o futuro, mas o que realmente acontece é que, ao entrar em ritmo ‘Alfa’, seu cérebro pode transferir melhor a informação paranormal da região do tálamo para o córtex.

Que é realmente o ritmo Alfa?

Os eletrodos colocados sobre o crânio refletem somente a atividade do córtex cerebral, mas sabe-se muito pouco a respeito das camadas profundas do cérebro. É provável que o ritmo ‘Alfa’ seja um sinal de inatividade do córtex cerebral, em proveito do rinoencéfalo e das zonas arcaicas do cérebro. Acredita-se que a percepção extra-sensorial tenha seu centro nestas partes.

O ritmo Alfa também foi relacionado com o consumo de drogas. Foi comprovado que as pessoas que aprendem técnicas de meditação e sabem entrar em ritmo Alfa deixam de consumir drogas se são viciadas; do contrário, desaparece nelas a tentação de experimentar essas substancias que, a curto ou médio prazo, prejudicam sua saúde e transformam essas pessoas em ruínas humanas.

Parece que a faixa cerebral Alfa-Teta, entre 5 e 8 ciclos por segundo, produz sensações comparáveis às que são causadas pelas drogas, devido talvez à estimulação do Centro Opiáceo, mencionado num dos nossos primeiros artigos. Alguns viciados em drogas que aprenderam a entrar nesses ritmos encontraram sensações equivalentes às que já conheciam no uso de LSD, cocaína ou maconha. Mas a diferença está em que, com as drogas, o indivíduo perde o controle, além de sofrer problemas psicológicos e patológicos. Ao passo que os métodos de ‘expansão da consciência’ permitem o autocontrole e a pessoa pode deter a viagem interior quando quer. No nível ‘Alfa’, o indivíduo percebe bem o que sua mente imagina; trata-se de um transe criativo de imagens. Há muitos exemplos de casos resolvidos em sonho ou ritmos ‘Alfa’ [transe-criativo].

1. Um cientista chamado Niels Bohr descobriu um modelo da estrutura do átomo num momento de contemplação imaginativa.
2. O químico alemão, August Kekulé, descobriu a fórmula de um composto chamado ‘benzeno’ ao interpretar um sonho.
3. Quando Newton estava preocupado com algum problema, entrava num estado de transe ou de sonho e, quando despertava, tinha a solução.
4. Einstein sonhou a famosa fórmula, E=mc2, quando estava dando um cochilo.

Mais adiante, quando estarmos a ‘Precognição’, veremos que por meio do sonho nos antecipamos a muitas situações adversas que podemos evitar se interpretarmos corretamente o sonho.

Você terá ouvido dizer que, para resolver certos problemas, é preciso voltar à infância, ou seja, tornar-se como uma criança. Isto tem uma explicação lógica. As crianças entre 4 e 7 anos são produtoras de ondas Teta, e as de 7 até a adolescência, de ondas Alfa. Durante a fase adulta, o indivíduo se guia mais pelo raciocínio e as situações lógicas, de modo que nele predomina a onda Beta. É por isto que as crianças e os adolescentes têm mais visões psíquicas e experiências paranormais, mas à medida que a idade aumenta, essas ondas vão declinando e entram cada vez mais na onda Beta. Além disso, os adultos são em geral incrédulos ou ignorantes, chegando mesmo a pensar que os fenômenos psíquicos são produzidos pelo diabo. Quando uma criança conta suas experiências, em vez de compreendê-las e estimulá-la, chamam-na de louca ou lhe dizem que vá se confessar, e tudo isso provoca nela sentimentos de confusão e culpa, inibindo-a e traumatizando-a.

A capacidade de se maravilhar, de ver as coisas com novas perspectivas, de sonhar, que caracteriza as crianças, também existe nos grandes artistas e inventores. Exemplos: Einstein se colocava com muita freqüência em ritmo ‘Alfa’. A fama de distraídos que se atribui a pesquisadores inventores se deve a que eles se colocam em onda Alfa, pois estão desatentos ao mundo exterior, olham sem ver, ouvem sem prestar atenção, etc.

A TELEPATIA
Quando consideramos este fenômeno a nível humano e em forma consciente, passamos da Percepção Primária, ou Bioconcordância, para o fenômeno propriamente dito. Em geral, o termo ‘Telepatia’ indica a possibilidade de transmitir pensamentos de uma mente para outra, a despeito da distância entre elas. Não obstante, há várias definições. O Dr. Gonzáles Quevedo, Padre Jesuíta e Parapsicólogo, afirma que ela consiste em se perceber diretamente o conteúdo de um ato psíquico, subjetivo, como imagens, sofrimentos, recordações, etc. O Dr. J. B. Rhine, considerado o pai moderno da Parapsicologia e o pesquisador que apresentou experimentos capazes de demonstrar cientificamente a existência dessa faculdade, define-a como ‘uma transmissão de impressões diversas, de um espírito para outro, sem que entrem em jogo os meios sensoriais comuns de comunicação’. Outros opinam que se trata da percepção de fatos subjetivos, através de uma linha direta ‘mente-mente’, independentemente de qualquer via sensorial conhecida. Como podemos observar, essas opiniões têm muito em comum.

Mais tarde aplicaremos os experimentos do Dr. Rhine para demonstrar a existência dessa faculdade. Mas outros pesquisadores fizeram grandes contribuições. No Instituto de Pesquisas da Universidade de Stanford, na Califórnia, fizeram-se alguns experimentos um Uri Geller, fechando-o numa câmara blindada impenetrável para as ondas de rádio; o resultado foi que os cientistas se convenceram d que o ser humano tem essa faculdade. Segundo as pesquisas, a telepatia não funciona com base no eletromagnetismo; é antes a transmissão de alguns sinais de informação de natureza energética diferente de todas as formas de energia conhecidas até hoje.

Estamos entrando agora no campo do extra-sensorial. Os fenômenos que estudaremos a seguir são: TELEPATIA, CLARIVIDÊNCIA E PRECOGNIÇÃO.

Quando se estudam quaisquer desses fenômenos, fala-se em fenômenos PG. Esta sigla vem das letras gregas ‘Psi-Gamma’ e significam ‘Psico-Gnose’, equivalendo a conhecimento psíquico. Mas elas só designam o fenômeno; não o explicam. Em outras palavras, essas siglas são como uma chave. Quando se estuda parapsicologia, ao se fazer referencia a um dotado de efeitos ‘PG’ se subentende que se está na presença de uma pessoa que tem faculdades telepáticas, clarividentes ou precognitivas. Depois indicaremos outras chaves para dotados de diferentes efeitos.

Consideraremos agora os trabalhos do Dr. J.B.Rhine. Como já dissemos, ele e sua esposa trabalharam durante 20 anos na Universidade de Duke, na Carolina do Norte, para comprovar se a telepatia é uma faculdade natural no ser humano. Para dar rigor cientifico ao seu trabalho, o Dr. Rhine preparou um conjunto de cartas muito engenhoso, denominado ‘Cartas Sener’,o qual consiste em 25 cartas: cinco estrelas, cinco retângulos, cinco cruzes, cinco círculos e cinco linhas onduladas. O objetivo é tabular os resultados, processando-o matematicamente. Segundo a ‘Teoria das Probabilidades’, cada pessoa poderia acertar por acaso cinco cartas cada vez que fizesse o jogo, que consiste em escolher duas pessoas, uma das quais atua como receptora e, a outra, como transmissora. À medida que o transmissor vai observando as cartas previamente embaralhadas, o receptor vai anotando as que capta em sua mente. Ao se compararem as cartas observadas e transmitidas com as recebidas pelo indivíduo escolhido, o normal seria um acerto de apenas cinco cartas ou menos. Acertar seis ou sete também não significaria muito. Mas algumas pessoas tiveram acertos extraordinários.

Segundo a Matemática, para se avaliar por meio desse método é preciso fazer pelo menos 4 jogos. Os dados matemáticos são os seguintes:

ð Em quatro jogos, os acertos esperados por acaso seriam 20[4x5]. Quem acerta 28 cartas é medianamente telepata. Se acerta 32,é excelente.
ð Em 10 jogos, o normal é acertar 50; 63 é regular e 69 excelente.
ð Em 50 jogos, o normal é acertar 250;279 é regular e 293 excelente.

Trabalhando dessa forma, não com dotados, mas com alunos comuns da Universidade, o Dr. Rhine pode comprovar que muitos eram telepatas. O mais curioso, porém, foi que alguns deles nunca tinham pensado em fenômenos psíquicos e, à medida que trabalhavam com o Dr. Rhine, foram se potenciando e acabaram tornando-se verdadeiros dotados.
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[Texto de Pedro Raúl Morales]

Introdução à Parapsicologia - Parte 8

Através destes artigos, só podemos apresentar este tema em forma de descrição. O assunto é no entanto mais complexo e, num curso formal de Parapsicologia, estudam-se as equações matemáticas que levam aos resultados. É também curioso saber que os parapsicólogos atribuíram nomes de animais aos indivíduos verdadeiramente dotados, para distingui-los dos que não o são. Por exemplo, os que obtêm resultados bons ou excelentes são chamados de ‘ovelhas’ e, os outros, de ‘cabras’. Quando vocês lerem ou ouvirem dizer que um dotado que está sendo estudado é ‘cabra’, isto significa que ele está obtendo resultados fracos ou que já perdeu suas faculdades; por outro lado, ‘ovelha’ significa justo o contrário.

Apresentaremos agora alguns dados interessantes, relativos a testes efetuados com telepatia a diferentes distancias.

ð Um dotado chamado Dr. Riess efetuou 1850 jogos com as Cartas Zener, a 500 metros de distancia do transmissor, e conseguiu uma média de 18 acertos em cada jogo, o que é um resultado muito alto.
ð A senhora Sinclair acertou no total 65 vezes em 290 jogos, a 50km de distância, ou seja, acertou 65 vezes a ordem em que foram observadas as 25 cartas, o que constitui um feito assombroso e inclusive um recorde.
ð A senhora Stewart na Bélgica, e os doutores Soal e Batesman na Inglaterra, obtiveram um êxito tão grande em 1000 provas que há uma probabilidade contra 100 milhões de que os acertos tenham ocorrido por acaso.

Com estes testes ficou comprovado que a faculdade telepática é independente de obstáculos e prescinde da distância.

Existe atualmente a tendência a fazer abstração desse tipo de experimentação. Os cientistas já estão convencidos de que essa faculdade existe [assim como outras] e já passaram à etapa de confirmação dos fenômenos para a do estudo de certos dotados, procurando compreendê-los e verificar se no futuro eles podem ser aproveitados para fins úteis em certos núcleos da sociedade.

Sabendo que os dotados trabalham melhor em seu ambiente natural, ou que eles produzem mais quando os experimentos não são tediosos ou aborrecidos, os cientistas criaram outros jogos telepáticos [como adivinhar cores e frutas], ou atividades telepáticas que sejam como um jogo divertido. Assim foram obtidos melhores resultados.

Um outro método para pesquisar a telepatia é através dos sonhos. No laboratório Maimônides, de Nova Iorque, foi comprovado que, quando um dotado se concentra profundamente numa cena ou experiência enquanto visualiza e pensa num indivíduo que está dormindo, quando este acorda conta um sonho que tem muita semelhança com o que lhe foi transmitido. Isto é muito importante para se compreender o fenômeno da precognição, pois muitos sonhos são na realidade a captação telepática de algo que outra pessoa estava pensando.

AFINIDADE TELEPÁTICA
Consideremos agora as relações telepáticas, ou seja, o grau de afinidade telepática que se observa entre diferentes pessoas, conforme seu parentesco, sua amizade, etc.

Há uma linha muito poderosa de comunicação entre um hipnotizador e o sujeito que ele hipnotiza. Depois de várias sessões de hipnoze, necessárias para ajuste e para estabelecer as ordens pós-hipnóticas, é possível que o hipnotizador exerça influencia mesmo a grandes distancias, e assim possa dar ordens a que o sujeito obedecerá sem que haja entre eles uma comunicação verbal. Entretanto, mesmo quando o sujeito esteja sob a influencia da hipnose, talvez possa captar as ordens mentais dirigidas a ele pelo hipnotizador.

Outra linha bastante forte e às vezes desconcertante ocorre entre irmãos gêmeos univitelinos, isto é, aqueles que provêm de um mesmo óvulo. Foi observado que 2/3 deles receberam ou viveram experiências psíquicas de suas metades. É comum um desses irmãos dizer que sabe quando acontece alguma coisa com seu irmão, como, por exemplo, um acidente. Sabe-se do caso de uma gêmea que sentia as dores de parto de sua irmã. Nos casos em que gêmeos univitelinos foram separados por muito tempo, foi comprovado, surpreendentemente, que apesar de não terem mantido contato eles manifestaram os mesmos gostos, passaram a usar o mesmo tipo de camisa, fumar da mesma marca de cigarros, comprar o mesmo modelo de automóvel, etc. Muitas mães declaram que, quando pequenos, esses gêmeos sofrem as mesmas doenças quase simultaneamente, e são conhecidos casos em que a morte ocorreu a ambos com diferenças de poucos minutos.

Entre mãe e filho ocorrem também experiências muito significativas, especialmente quando a criança de poucos dias [ou mesmo de meses] tem algum problema durante a madrugada e a mãe imediatamente acorda para atendê-lo; acredita-se que isto se deve a que a mãe capta a angústia da criança por via telepática. Quando os filhos são adultos, parece que funciona em sua mãe um sexto sentido, pois ela está sempre alerta e sabe ou sente quando um filho está com problemas ou em perigo. É curioso que a relação se polariza mais sobre a mãe que sobre o filho, quer dizer, quase sempre é a mãe que capta os problemas de seus filhos, mas estes não captam o mesmo em relação a sua mãe, embora tenham sido relatados casos de filhos que sentiram algo quando sua mãe ou seu pai faleceu.

Outro tipo de experiência entre pessoas de muita afinidade ocorre com cônjuges. Talvez o leitor já tenha ouvido falar de alguma senhora que ficou preocupada ao notar que estava sem sal ou açúcar em casa; pensou então em seu marido e no desejo de que ele trouxesse esse produto ao sair do trabalho e, efetivamente, ele chegou em casa com um pacote de sal ou açúcar, dizendo que, sem saber por que, ao passar por uma mercearia, pensou em comprá-lo.Isto se deve a que ele captou o desejo de sua esposa e reagiu de maneira automática, cumprindo esse desejo. Outras vezes nos surpreendemos quando ao pensarmos em alguém que não vemos faz muito tempo, de repente essa pessoa nos telefona ou a encontramos na rua.

É preciso ter em mente que essas faculdades devem ser usadas sempre para fazer o bem aos outros. Nunca devemos tentar transmitir mensagens telepáticas com fins malévolos, procurando prejudicas alguém, pois esses pensamentos sempre voltam para a pessoa que os transmitiu. Isto segue uma lei mental que estabelece que os pensamentos se atraem por afinidade.

A propósito, explicaremos um fenômeno que mencionamos em artigos anteriores: a ‘feitiçaria ou bruxaria’. Muita gente acredita nisso, dizendo que alguém lhe fez um mal, e nos perguntamos por que. O pior é que chegamos a crer sinceramente nessas superstições, e esta é a razão pela qual elas nos afetam.

Isto se entende melhor quando se estudam as lei mentais. Nosso subconsciente tem um grande potencial e já explicamos a faculdade denominada ‘pantomnésia’. Desde pequenos ouvimos falar repetidas vezes em bruxaria, até que a crença nisso fica implantada em nosso subconsciente. Então, se alguém pensa em nós para nos fazer uma bruxaria, nossa mente capta por telepatia; quando o nosso subconsciente se dá conta do que está acontecendo, baseia-se em sua crença e começa a funcionar de modo que ocorram em nossa vida as coisas que o bruxo pensou. Devemos entender, no entanto, que quem causa isso somos nós mesmos, com o nosso subconsciente e a nossa crença.
Quando alguém deixa de crer totalmente na bruxaria, liberta-se dessa superstição e ela não faz mais nenhum efeito. Certamente, isso é difícil, porque trazemos essa crença em nosso âmago desde pequenos: mas podemos superar a situação com exercícios de meditação e de sugestão positiva, e então viver tranqüilos.
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[Texto de Pedro Raúl Morales]

Introdução à Parapsicologia _ Parte 9

Para que possamos entender o que se passa no cérebro quando captamos uma mensagem telepática, explicaremos um experimento d telepatia realizado na Rússia em 1967.

Os sujeitos para essa experimento foram um ator chamado Karl Nikolaiv e seu amigo, o biofísico Yuyi Kamensky. Est último ficou m Moscou e Kikolaiev foi levado a Leningrado, a uma distância de 640km. Foi colocado num recinto a prova de som de um laboratório e nele foi ligado um eletroencefalógrago, para medir suas ondas cerebrais.

Quando Nikolaiev estava preparado e seu cérebro começou a produzir ondas alfas, os cientistas informaram isto a Moscou e Kamensky começou a transmitir uma mensagem desta cidade. Três segundos depois de iniciada a transmissão, as ondas cerebrais de Nikolaiev mudaram bruscamente, interrompendo-se as ondas alfa. Era a primeira vez que se tinha uma prova observada da transmissão telepática. Posteriormente se descobriu uma coisa muito importante: os ritmos cerebrais do transmissor e do receptor mudaram consideravelmente; especialmente, a interrupção das ondas cerebrais deste último foi acompanhada de ativação das áreas do cérebro correspondentes à captação consciente da mensagem. Por exemplo, se a mensagem continha algo parecido com uma caixa de charutos, a atividade cerebral se localizava na região occipital do cérebro associada à visão. Quando a mensagem consistia numa série de sons, a atividade se produzia na região temporal do cérebro associada normalmente à recepção do som.

A relação entre a telepatia e o ritmo alfa é fundamental. Na Faculdade de Medicina Jefferson, de Filadélfia, Estados Unidos, obtiveram-se resultados semelhantes com dois irmãos gêmeos. A produção de ondas alfa num deles provocava uma reação ou uma mudança idêntica no outro; essa reação é ainda mais notável quando ao mesmo tempo há uma boa condição física ou um estado emocional forte. Também foi comprovado que ocorrem alterações na pressão sanguínea e no volume do sangue. Algumas vezes, o pulso do transmissor e do receptor se sincronizam perfeitamente.

A CLARIVIDÊNCIA
Um fenômeno muito parecido com a telepatia e que geralmente é confundido com esta é a ‘clarividência’.

Já explicamos que a telepatia consiste em captar de maneira direta o que está ocorrendo na mente de outra pessoa, em geral quando isso tem caráter subjetivo e emocional. A clarividência, por outro lado, consiste na captação paranormal de coisas objetivas, físicas, de acontecimentos ou situações que não são conhecidos por outra pessoa no momento em que estão ocorrendo. E é precisamente nisso que reside a dificuldade para se saber quando um fato corresponde à clarividência, pois sempre, ou quase sempre, existe a possibilidade d que alguém esteja observando um evento e o esteja transmitindo telepaticamente.

Mas, a nível científico, foi justamente com as cartas Zener que se pôde comprovar que algumas pessoas são clarividentes. Havia um dotado excelente que, segundo a terminologia já explicada, era ‘ovelha’ e logo passou a ‘cabra’, quer dizer, começou a falhar em todos os testes telepáticos que eram feitos com ele, até que um belo dia um pesquisador muito minucioso descobriu o que tinha acontecido. As diferenças encontradas entre as cartas que o transmissor observava e as que o receptor anotava, não existiam realmente. Aconteceu que o receptor não anotava a carta que o transmissor estava observando, e sim a seguinte. Era como se o dotado soubesse a ordem em que as cartas Zener tinham ficado embaralhadas e isto foi, sem dúvida, fruto da clarividência.

A clarividência se classifica em:

ð pura ou simulcognição;
ð psicometria ou retrocgnição;
ð psicoscopia.

A simulcognição consiste em ver na mente um acontecimento objetivo, no instante em que está ocorrendo. Mas é preciso considerar o fator humano. Como saber se alguém o está observando? Pois, neste caso, seria telepatia. Muitas pessoas relataram, principalmente em tempo de guerra, que de repente viram uma pessoa ferida gemendo, bem como o lugar desse fato. Alguns acreditam que o espírito da pessoa se fez presente para dar a mensagem. A parapsicologia sustenta categoricamente que se trata de uma captação telepática, pois o ferido está se lembrando de sua família ou de seus amigos e transmite toda a sua carga emocional, incluindo a cena que está vivendo.

A retrocgnição é uma clarividência do passado, que pode ocorrer de maneira natural, mas em geral é necessário algum objeto ou uma peça de vestuário que tenha pertencido à pessoa. O dotado pega esse objeto, relaxa e se concentra; pode então ver em sua mente cenas de experiências vividas pelo dono do objeto. Isso também pode ser levado ao campo da arqueologia, de modo que um psicômetra poderia ir a um lugar onde tivesse ocorrido uma grande batalha e, relaxando e se concentrado, ver e sentir muitas cenas do passado. O mesmo ocorre com algumas crianças quando são levadas a um lugar onde alguém se suicidou. As crianças são muito sensíveis e podem sentir o pânico ou ver alguma coisa, sem saber exatamente o que é. Alguns adultos também tem essa faculdade e sentem-se mal quando chegam a um local onde ocorreram fatos violentos. Um dos mais famosos nesse campo foi um dotado holandês chamado Croiset, que ajudou a policia do seu país a encontrar pessoas desaparecidas ou objetos perdidos. Mas, além disso, projetava-se para o futuro, de modo que também podia dizer o que acontecia a uma pessoa.

A psicoscopia é uma modalidade de psicometria. Consiste em que o dotado capta as vibrações através do objeto, mas não se projeta ao passado; antes, faz contato mental com o dono desse objeto e assim estabelece na realidade uma ligação telepática.

É por isso que a telepatia e a clarividência sempre estão interligadas, como o paladar e o olfato, por exemplo, e muitas vezes é difícil estabelecer quando uma experiência é do tipo clarividente.

ALGUMAS INTERPRETAÇÕES
Consideraremos alguns exemplos para sua interpretação:

ð Um viajante comercial partiu preocupado porque sua esposa estava grávida e o dia de dar à luz estava próximo. Chegou a uma cidade distante e, ao meio-dia, deitou-se para descansar, no hotel. Logo viu algo como se um telegrama flutuasse no ar à sua frente e leu que sua esposa tinha tido um menino. Pensando que isso se devia a sua preocupação, adormeceu. Cerca de 15 minutos depois, foi acordado pelo boy do hotel, que lhe entregou um telegrama exatamente igual ao que ele tinha visto, com a notícia de que sua esposa tinha dado à luz um menino. Muitos pensarão que esta é uma experiência de clarividência, porque o homem viu algo objetivo, isto é, viu o telegrama. Mas há a possibilidade de que a pessoa que enviou o telegrama tenha transmitido a mensagem telepaticamente e inclusive que sua própria esposa tenha influído na experiência.
ð Quando São João Bosco freqüentava a escola, sempre passava muito bem nos exames. Mais tarde, quando se tornou santo e famoso, seus amigos e professores passaram a acreditar que ele se saia assim tão bem precisamente devido a suas qualidades espirituais. Mas logo se descobriu que este santo era também um dotado natural. Quando se aproximava a data dos exames, relaxava e se concentrava, e podia ver seu professor preparando as provas; tudo o que tinha a fazer, então, era estudar as perguntas. Também neste caso alguns opinarão que se trata de clarividência; é mais provável, porém, que se trate de uma captação telepática.

Vejamos agora uma experiência que esclarecerá melhor este assunto. Em 1936 foi realizada uma corrida internacional de balões, na Polônia; em cada balão iam duas pessoas. Quando a corrida terminou, tinha-se perdido um dos balões e ninguém conseguia encontrá-lo. Recorreram então a um dotado, o engenheiro Stephan Ossowieki, que, depois de se concentrar, disse onde havia caído o balão, assinalando um ponto num mapa que correspondia a uma pequena ilha no mar Báltico. Logo o dotado ficou tenso e disse: “acudam logo, pois os dois jovens estão em grave perigo, como se um grande animal quisesse devorá-los”. Quando chegaram ao lugar indicado para resgatar os jovens, eles contaram que tinham se assustado muito, pois perto dali tinha passado um urso. Aqui temos as duas faculdades em ação: em primeiro lugar, captar o local onde caiu o balão foi um ato de clarividência, pois os jovens não podiam transmitir esse dado por telepatia, visto que não sabiam onde estavam. Mas quando se assustaram ao ver o urso, que foi captada de maneira quase total pelo dotado; este foi um ato de telepatia.

Com isso pode-se concluir que muitos telepatas não são clarividentes, mas que, se um dotado é clarividente, como toda certeza também é um telepata.
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[Texto de Pedro Raúl Morales]

Introdução à Parapsicologia _ Parte 10

Consideraremos agora um dos mais fascinantes e interessantes fenômenos paranormais a: PRECOGNIÇÃO. Em termos parapsicológicos diz-se que é um dos fenômenos mais comuns e que todo mundo tem, ao longo de sua vida, pelo menos uma experiência precognitiva, geralmente através de sonhos.

A precognição se define como a captação de um acontecimento futuro que ultrapassa o alcance da interferência lógica, fenômeno que não se pode fazer ocorrer nem se pode influenciar depois que ocorreu, para que satisfaça a predição. Também é definido como o conhecimento direto do futuro.

Em geral, as precognições estão relacionadas com sonhos e delírios associados a situações de caráter emocional ou de perigo. Muitos se perguntam por que as precognições estão relacionadas com perigos de acidentes, de morte ou de enfermidades. Acredita-se que isto se deve a que nosso subconsciente está sempre procurando nos proteger. Quando tudo está bem, não é necessário recebermos mensagens de advertência, mas quando algum perigo nos ameaça ou a alguém de nossa família ou a amigos, de algum modo ele nos adverte. O que é às vezes difícil é interpretar os sonhos ou as imagens precognitivas.

Além disso, nem tudo o que se capta do futuro é uma precognição. Por exemplo, quando se sabe de um terremoto futuro a prazo curto, como de várias horas ou um dia, isso é geralmente captado por meio de hiperestesia.

Muitas advertências, horóscopos, profecias, etc., cumprem-se não porque os chamados ‘adivinhos’ possam ver o futuro, mas porque os consulentes se deixam levar pela força da sugestão; esta leva a obsessão, de que passamos para a compulsão e, neste estado, realizamos inconscientemente os atos contidos nas idéias expressas pelo ‘adivinho’. Assim acreditamos que ele soube das coisas por antecipação, quando na realidade fomos nós mesmos que as produzimos.

Um ‘adivinho’ inteligente e preparado sabe como prever as conseqüências de seus prognósticos e, por conseguinte, não dirá a um consulente coisas negativas ou que lhe causem preocupação. Exemplos: se um adivinho prediz a uma pessoa a enfermidade de que ela vai morrer, é possível que, graças à lei da sugestão, essa pessoa venha a padecer dessa enfermidade e chegue a morrer. Dizer a alguém que vai sofrer um acidente fará com que, através da cadeia sugestão-obsessão-compulsão,o sujeito fique predisposto a provocar inconscientemente um acidente para si mesmo. Também pode acontecer que sonhemos algo bonito e agradável e que isso nos leve inconscientemente a buscar na vida real uma experiência semelhante; com isso acreditamos que tivemos um sonho precognitivo, mas o que ocorreu, na verdade, foi que nós mesmos fizemos coincidir fatos da vida com o sonho.

SUPOSTAS PROFECIAS
Por esse mesmo processo, opina-se em meio científicos que algumas das famosas profecias de Nostradamus não foram profecias, mas as pessoas que se tornaram famosas por interpretá-las ajustaram sucessos do passado a sua interpretação, e é sempre fácil de encontrar alguma experiência que coincida com o que elas interpretaram.

O correto seria, por exemplo, que agora se interpretasse uma dessas profecias como um fato a ocorrer supostamente dentro de cinco ou dez anos e que se guardasse essa interpretação sigilosamente e se esperasse para ver se ocorreria ou não o fato no prazo indicado. Se não se faz isso, não se pode atribuir caráter cientifico à interpretação e nem sequer se pode considerá-la válida.

Por outro lado, descobriu-se que algumas profecias são apócrifas. É o caso da profecia de San Malaquias, que faleceu no dia 2 de novembro de 1148. A profecia se refere ou começa com Celestino II, entre 1143 e 1144, mas o método do carbono 14 determinou que ela foi escrita em 1595. Para escrevê-la, foi usada a História de Panvínio, 400 anos depois da morte de San Malaquias.

De 1595 em diante, continuou-se a escrever numa linguagem com sentido enigmático e genérico, o que faz com que qualquer circunstância se acomode à profecia e qualquer profecia à circunstância. Por exemplo, dizer, ‘todos os lemas para cada Papa e todos os Papas para cada lema’, serve para fazer coincidir a causalidade com a interpretação. Também se verificou que algumas profecias de Nostradamus ou não se cumpriram ou não se soube interpretá-las. Segundo uma delas, o sucessor de Pio XII deveria ser jovem, e João XXIII tinha 77 anos quando foi eleito.

PRECOGNIÇÕES VERDADEIRAS
Não obstante, conhecem-se fatos que foram captados antes que ocorressem e que constituem precognições verdadeiras. Exemplos: o naufrágio do Titanic ocorreu entre 14 e 15 de abril de 1912. No dia 23 de março desse ano, J.O’Connor reservou passagem para a viagem inaugural, mas 10 dias antes sonhou duas vezes com a tragédia, cancelou a viagem e assim salvou a sua vida.

Num artigo anterior, falamos do dotado holandês, Gerard Croiser, que tinha a faculdade da psicometria precognitiva e podia descrever, tocando uma cadeira, a pessoa que se sentaria nela na semana seguinte. Isso não era nenhum truque, pois tomavam-se todas as precauções para que as pessoas fossem ao local a esmo e, quando alguém sentava na cadeira tocada por Croiset, coincidia com sua descrição em muitos detalhes, inclusive cicatrizes.

Também é conhecido o sonho precognitivo do Presidente Lincoln. No dia 21 de março de 1865, ele sonhou que estava no palácio presidencial, descendo as escadas. Ao chegar ao salão, ouviu vozes abafadas e choro, viu um caixão de defunto com quatro velas. Perguntou então o que havia ocorrido e alguém lhe disse: “mataram o presidente”. O sonho o impressionou um pouco e ele o contou no dia 23 do mesmo mês. Lincoln foi assassinado no dia 14 de abril, no Teatro Ford de Washington, pelo ator John Wilkes Booth.

Outro sonho, histórico está relacionado com o atentado de Saravejo, que deu origem à Primeira Guerra Mundial. O bispo Joseph von Lanhyi sonhou,no dia 28 de junho de 1914, que recebia uma carta num envelope com timbre e selo negros. A letra era do Arquiduque Francisco Fernando, que explicava o atentado de que seria vítima. Enquanto o bispo lia a carta, viu uma cena do atentado. Ele acordou apavorado às três e meia da madrugada e não conseguiu mais dormir. Doze horas mais tarde aconteceu o atentado tal como ele tinha sonhado.

PRECOGNIÇÃO OU TELEPATIA?
Mesmo assim fica uma duvida. São esses sonhos precognitivos, ou são captações telepáticas? È provável que em ambos os sonhos tenha sido captado o plano que estava preparado na mente dos assassinos e, neste caso, não se trataria de precognição e sim de telepatia. Podemos assim perceber que o estudo da parapsicologia não é fácil e que o cientista pesquisador tem de fazer hipótese, às vezes muito originais, e fazer experimentos que lhe permitam constatar a natureza e validade dos fenômenos.

Há muitos outros casos de precognição que poderíamos citar, mas com isso não acrescentaríamos nada novo ao tema e cairíamos em monotonia. Em nosso próximo artigo aprofundaremos o fenômeno quanto às hipóteses propostas e apresentaremos um experimento cientifico que foi considerado uma chave para que a ciência se assegure da existência da verdadeira precognição.
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[Texto de Pedro Raúl Morales]