20 de mai. de 2010

Jung e a Alquimia


Antes de Jung se interessar pela alquimia, foi atraído d 1918 a 1926 para os gnósticos e os Doutores da Igreja, vendo neles buscadores e pensadores preocupados com as questões metafísicas, e que queriam não apenas crer mas conhecer. É verdade que os gnósticos haviam à sua maneira atinado com o mundo primitivos do inconsciente, e o maior cuidado de Jung foi o de estabelecer uma ponte entre a gnose, o neoplatonismo e nossa época moderna. Quando tomou consciência do valor místico, simbólico e arquetípico da alquimia, ele compreendeu que ela era de algum modo esse elo entre o passado e o presente.

Os sonhos de caráter antecipativo e/ou premonitório, tratando de forma repetitiva do mesmo tema, intrigariam Jung imensamente [nos anos que precederam o começo do seu interesse pela alquimia]: “Ao lado da minha casa, ‘conta ele’, havia uma outra, quer dizer, uma ala de casa ou uma construção anexa, que me era desconhecida. Toda vez eu me espantava, no sonho, por não conhecer aquela parte da casa que, ao que parecia, sempre estivera ali. Finalmente, aconteceu um sonho em cujo desenrolar eu entrei nessa ala desconhecida. Ali descobri uma biblioteca maravilhosa, provinda na maior parte dos séculos XVI e XVII. Nas paredes havia in-fólios encadernados com pele de porco. Alguns estavam decorados com gravuras em cobre de natureza estranha e imagens representando símbolos singulares, como eu jamais havia visto. Eu não sabia então a que se referiam esses símbolos e só bem mais tarde vim a reconhecer que se tratava de símbolos alquímicos. Essa ala que eu desconhecia era patê de minha personalidade, um aspecto de mim mesmo. Representava algo que fazia parte de mim, mas de que eu ainda não tinha consciência. Essa construção e, em particular, a biblioteca referiam-se à alquimia, ao estudo da qual eu iria me dedicar durante muitos anos”.

Quinze a vinte anos mais tarde, Jung tinha em seu poder uma das mais belas coleções européias de manuscritos alquímicos, que ele tinha guardado em uma biblioteca muito parecida com aquela do seu sonho.

Não nos esqueçamos também daquele outro sonho que anunciou a Jung seu encontro com a alquimia. Esse sonho terminava com sua prisão no paço de uma construção medieval, próxima do palácio de um Príncipe da Itália do Norte. Um camponês que o acompanhava exclamou, quando o portal se fechou com um ruído surdo: ‘somos prisioneiros do século XVII’. E Jung, no sonho, diz então:’seremos prisioneiros por muitos anos’, mas se consola pensando que tornará a sair desse lugar ao fim de alguns anos.

Mais tarde ele compreendeu o sentido desse sonho que se referia à alquimia, cujo tempo mais vigoroso foi o século XVII, a qual ele ajudou a resgatar da obscuridade no século XX.

Dois personagens provavelmente participaram nesse contato de Jung com a alquimia. O primeiro Hans Silberer, um de seus amigos, tinha escrito em 1917 um trabalho sobre a questão do ‘misticismo e seu simbolismo’, no qual colocara em evidência que, contrariamente ao pensamento de Freud, ‘a experiência mística era uma simples sublimação da sexualidade’. A participação de Silberer foi talvez involuntária, pois Jung pretendeu ter esquecido as reflexões de seu amigo sobre a alquimia; mas o que foi na realidade esse esquecimento? O segundo, Richard Wilhelm, deu-lhe em 1928 um curioso trabalho intitulado. “O Segredo da Flor de Ouro”. Esse livro era um tratado de alquimia taoísta, narrando a revolução da luz, que terminava na eclosão de um germe imortal e que se apresentava como uma obra mística, integrando elementos da alquimia e de filosofias orientais, onde o objetivo da meditação é o elixir da vida.

A alma ali simbolizada sob a forma de um demônio-nuvem masculino e de um fantasma branco feminino ligado à terra. Jung viu nisso os símbolos de ‘ânimus e de ânima’ e se conscientizou do fato de que o objetivo da alquimia espiritual consistia em produzir um corpo etérico chamado ‘corpo diamantino’:

“Se queres completar o corpo diamantino sem demora
Aquece com cuidado a raiz da consciência e da vida
Ilumina a região
Bem-aventurada que está
Sempre próxima
E faz nela habitar para
Sempre, oculto, teu
Verdadeiro Eu.”


Richard Wilhelm traduziu para o alemão, além desse, um outro trabalho chinês célebre, o “I Ching” ou “Livro das Mutações”, que descreve uma metodologia particular que permite obter-se uma espécie de oráculo com a ajuda de pequenos bastões, o qual mostra-se útil para aquele que utiliza essa técnica, no momento em que a emprega.

Jung sentiu-se atraído para a simbologia e metodologia do I Ching, que se tornaram um dos pontos de partida das suas TEORIAS sobre a SINCRONICIDADE. O I Ching tem por hipótese que todo evento que se produz em um dado momento acha-se necessariamente revestido da qualidade geral característica desse momento.

Jung, desejando profundamente estabelecer um elo entre o cristianismo primitivo e a psicologia profunda, encontrou nesse livro “O Segredo da Flor de Ouro”, a idéia de se voltar para a alquimia como essa possível ponte. Um comerciante de livros de Munique conseguiu-lhe então diversas obras alquímicas, entre as quais a primeira foi “A Arte Aurífera”, volumosa coleção de tratados em latim, que ele achou incompreensíveis, deixou de lado, voltando a eles de tempos a tempos, e isto durante dois anos, até o dia em que descobriu que os alquimistas se expressavam por símbolos. E esse foi o início de uma extraordinária jornada e de um trabalho gigantesco através dos manuscritos alquímicos.

Notando que no “Rosário dos Filósofos” certas expressões repetiam-se freqüentemente, como “Solve et coagula” [dissolve e coagula], “prima matéria” [matéria primeira], etc., ele decidiu compor um verdadeiro dicionário de termos de referência.

“Percebi rapidamente”, disse ele, “que a psicologia analítica casava-se singularmente com a alquimia. As experiências dos alquimistas eras as minhas experiências o mundo deles, em certo sentido, era o meu mundo”. Jung se deu conta da estreita correlação entre a alquimia medieval e os símbolos dos sonhos, fez comparações entre os símbolos dos alquimistas e os descritos por seu pacientes em seu sonhos.

Bem sabemos que os alquimistas, que se consideravam bons cristão, procuravam a transformação interior e não a obtenção de ouro, e que eles não se satisfaziam com um caminho de salvação como o que lhes oferecia a Igreja. Eles desenvolveram em si mesmos um caminho de conhecimento, utilizando seus processos químicos para favorecer a visão psíquica e traduzindo suas experiências através dos símbolos. E há pontos comuns entre os processos alquímicos e o processo analítico do trabalho com os sonhos: os dois conduzem a uma transmutação interior que pode desembocar na dimensão espiritual.

Só que não é suficiente ter bons sonhos; todo mundo pode ter a experiência dos arquétipos em sonhos, até mesmo do ‘self’, sem que se opere uma verdadeira e autêntica transmutação. O cotidiano continua sendo o laboratório necessário para que sejam interligadas as mensagens fornecidas em sonho pelo inconsciente. E uma pessoa que tome esse caminho deve cultivar aquilo que emerge de novo, de bom e de diferente. Vários autores atuais consideram que esse trabalho do analista é o opus do alquimista. O simbolismo alquímico se situa sobre o plano cosmológico e a alquimia pôde ser encarada como uma extensão e uma aceleração da geração natural, representando a evolução humana do nível materialista ao nível espiritual: transformar os metais em ouro equivale a transformar o homem em puro espírito...

Os diversos processos alquímicos são bem simbolizados pela expressão ‘solve et coagula’, que pode ser traduzida como ‘purifica e integra’, correspondendo estas duas fases às do ritmo universal: inspiração/expiração, involução/evolução, e a prática da alquimia, seja material ou espiritual [será possível não ser material?] permite entrar em contato com o que em si mesmo pode ser denominado a ‘caverna do coração’.

Num artigo escrito para a Enciclopédia Hebraica, Jung diz o seguinte:

“Uma pesquisa comparativa provou que os símbolos alquímicos são formados por uma parte de variações de temas mitológicos que pertencem ao mundo dos alquimistas e por outra parte de produções espontâneas do inconsciente. Isso torna-se evidente no paralelismo observado entre o simbolismo dos sonhos e aquele da alquimia. O símbolo principal da substancia transformada no curso do processo é indicado por Mercurius. Sua descrição nos textos concorda em essência com as características do inconsciente. No inicio do processo ele está na ‘massa confusa’, o caos ou a ‘nigredo’. Mercurius aqui representa o papel de ‘prima matéria’. Ele também é chamado de alma cativa do mundo, um sistema pelo qual as potências mais altas encontram-se nas mais baixas. Isso descreve uma condição obscura [inconsciente] do adepto. Os procedimentos da fase seguinte têm por objetivo iluminar a escuridão pela união dos elementos opostos. Isso conduz à ‘albedo’ [obra ao branco] que se compara ao nascimento do Sol. A transformação da escuridão em luz é simbolizada pelo tema da luta com o dragão; a passagem ao vermelho se dá pela intervenção da ‘conjunctio’, a lua une-se ao Sol, a prata ao ouro, o feminino ao masculino.

“O desenvolvimento da ‘prima matéria’ até a ‘rubedo’ descreve a tomada de consciência de um estado inconsciente de conflito que será daí em diante mantido na consciência, e durante esse processo a sobra que não pode ser melhorada deve ser rejeitada. Tornar-se consciente de um conteúdo inconsciente equivale à sua integração na psique consciente e forma, deste modo, uma ‘conjunctio Solis et Lunae’. O processo de integração é um dos fatores mais importantes e mais úteis da psicoterapia moderna, interessada prioritariamente pela psicologia do inconsciente, pois a natureza da consciência, assim como a do inconsciente, é modificada por esse processo. Via de regra, ele é acompanhado do fenômeno da transferência, isto é, da projeção de conteúdos inconscientes sobre o terapeuta. Encontramos igualmente esse fenômeno na alquimia onde amiúde uma mulher adepta desempenha o papel da ‘soror mystica’ [Nicolas Flamel e Pernelle, Zósimo e Teosébia]. A ‘conjunctio’ cria o ‘lapis philosophorum’, símbolo central da alquimia; o ‘lápis’ representa a personalidade que foi modificada pela integração do inconsciente.”

QUAL A TEORIA DE JUNG SOBRE A ALQUIMIA?
Para Jung, tudo se passou assim: ‘numa época em que a matéria permanecia cheia de incógnitas, o alquimista abordava a Grande Obra com uma seriedade de tal intensidade que ele projetava, de maneira perfeitamente inconsciente, imagens de seu inconsciente num material de sua escolha e se esforçava em ali realizar a transmutação. O alquimista utilizava inconscientemente sua imaginação criativa, engendrando visões que invadiam seu laboratório como sonhos vivos.’

“ A alma possui por natureza uma função religiosa”, diz ele em “Psicologia e Alquimia”, e a função religiosa do inconsciente encontra sua expressão por meio de símbolos na alquimia. A pesquisa da significação do sonho alquímico ocupou Jung em duas obras: “Psicologia e Alquimia” e “Mysterium Conjuncitionis”.

Jung estabeleceu um paralelismo estreito entre o processo de individuação e a Grande Obra, que têm em comum o fato de se estenderem por muitos anos, de serem um movimento circulatório em torno do qual vê-se aparecer cores sucessivas, como o negro [que evoca a angustia da dissolução da consciência], o branco e o vermelho [luz da consciência renovada e o devir operante]. Cada autor alquímico, segundo Jung, tem seu próprio caminho, como é o caso da individuação, e os sonhos veiculam freqüentemente imagens alquímicas desconhecidas do sujeito.

Em nossa época da física nuclear que realiza a transformação da massa em energia, e às vezes em claridade mortal, a psicologia profunda permite reencontrar o antigo caminho que conduziu Dante até o fundo de si mesmo, e permite ao homem reencontrar-se.

“O desenvolvimento da consciência individual e a integração, pelo indivíduo, dos conteúdos inconscientes são as únicas verdadeiras garantias contra a possessão pelos arquétipos e, conseqüentemente, contra perigosos movimentos de massa. A integração dos conteúdos inconscientes constitui um ato individual de tomada de consciência, de compreensão e de julgamento moral”,
escreveu Jung, acrescentando que esta é uma tarefa muito difícil, que demanda um alto grau de responsabilidade ética e que talvez poucos sejam capazes dessa consecução, os quais não são os dirigentes políticos mas os guias morais da humanidade.

De fato, s obas alquímicas de Jung, nos ensinam muitas coisas quanto ao seu autor e às suas idéias fundamentais, porém seu valor intrínseco relativamente à própria alquimia é discutível.

QUE PENSAR ENTÃO DESSA TEORIA DE JUNG?
Constatamos que existe uma alquimia dita operativa e uma alquimia dita espiritual. Onde classificar a descrita por Jung: a alquimia dos sonhos que se tornam uma via de conhecimento do Eu? Em que pé estava a alquimia no momento em que Jung a redescobriu? Geralmente oprimida pelo sarcasmo, ela seguia através de certos adeptos [Cyliani, Fulcanelli e Eugène, por exemplo]sua jornada subterrânea, solitária e mais do que nunca dissimulada, seus praticantes considerando seu isolamento, até mesmo sua cladestinidade, como um sinal da idade das trevas. Entretanto, como expressão da tradição hermética, a alquimia jamais cessou completamente de existir. Sob sua dupla forma, espiritual e operativa, a alquimia é a expressão de uma tradição que remonta a Hermes Trismegisto e que, através da Babilônia, Egito e mundo árabe, está difundida no Ocidente, constituindo uma das vias do esoterismo.

Lembremo-nos que cada praticante da arte propõe-se a regenerar a matéria acelerando o crescimento dos metais e os purificando até a obtenção da Pedra Filosofal; e através da transmutação que põe em cena quatro elementos [ar-água-fogo-terra], três princípios [mercúrio-enxofre-sal] e a energia cósmica, o alquimista tenta realizar a obra divina da criação, completando com perfeição o trabalho da natureza.

È evidente que essa Teoria junguiana foi severamente criticada pelos depositários da antiga sabedoria. Basta ver as reações da Eugène Cansaliet quando se evocava diante dele as hipóteses de Jung; escreveu aliás o seguinte: “O grande volume de Jung”, “Psicologia e Alquimia”, não nos parece nem mais nem menos nocivo,l o qual, numa muito pessoal e frágil interpretação, reúne todavia grande número de extratos de obras, notas bibliográficas e, particularmente, figuras simbólicas. Fora isso, esse mirrado espólio que poderia servir ao estudante de alquimia, e com mais razão, ao operador cioso de toda verificação em laboratório, que se poderia esperar de um escritor peculativo que compreendeu tão pouco a ciência a ponto de pretender submetê-la à sua acrobacia psicológica e reconduzi-las simplesmente às dimensões reduzidas de seus procedimentos banais e de suas falaciosas induções?”. Severas reflexões...

Em comparação ao que se convencionou chamar ‘A Tradição’, a proposta de Jung fez papel de reducionismo psicológico. A obra junguiana não esgota as múltiplas faces da alquimia e deixa intacta a visão mística, mas por honestidade cientifica circunscreveu o campo de estudo, fornecendo uma metodologia que garantiu a credibilidade de suas asserções.

JUNG PRESTOU UM MAU SERVIÇO À CAUSA DA ALQUIMIA?
Certamente que na. Ele participou de uma renovação da alquimia, evidentemente sob um ângulo que os alquimistas não haviam previsto. Participou de uma recolocação, ao gosto moderno, do simbolismo e dos sonhos. Tudo isso interessa muito aos místicos.

Evidentemente, para Jung a alquimia deve ser compreendida no sentido da transformação do EU. A via alquímica é o processo de individuação que permite essa transmutação, e essa via régia utiliza a arte da interpretação e da utilização dos sonhos. “A consciência é a verdade”, disse o sábio Ramana Maharshi. Jung não cessava de repetir a mesma coisa. E os iniciados, que dizem? A mesma coisa! A seu próprio modo, com uma outra forma simbólica. O importante é fazer vir à consciência elementos primordiais e necessários, capazes de fazer evoluir o ser.

Os limites da obra junguiana, em sua relação com a Grande Obra, são que sua explicação é apenas uma entre as interpretações possíveis da alquimia.

O ponto que eu pessoalmente encaro com muita reserva é a afirmação de Jung de que o alquimista, em suas operações de laboratório, parece trabalhar projetando ‘inconscientemente’ sobre a matéria elementos simbólicos procedentes de si mesmo. Esse certamente foi o caso para um grande numero deles, mas não para todos; é possível que Jung tenha demonstrado certo desconhecimento do mundo do esoterismo. Talvez tenha se iludido ao afirmar que o alquimista é solitário: ele é aparentemente um solitário, um taciturno, um incógnito. Mas na verdade os alquimistas autênticos freqüentemente eram membros integrantes de fraternidades iniciáticas, ou estiveram ligados a elas em alguma época de sua vida; toda uma formação simbólica de base lhes havia sido ensinada; alguns puderam ter acesso a arquivos da mais alta importância. Toda uma estruturação de seu trabalho alquímico pôde assim sr ordenada.

Falar da solidão do alquimista é esquecer seu senso de segredo, como também suas relações com os planos superiores, as hostes celestes, o Mestre Invisível que cada iniciado pode encontrar um dia, psiquicamente, em sua senda.

Tenhamos em mente que os praticantes da arte, os adeptos, insistiam sobre o trabalho interior, as meditações no oratório. O alquimista realiza uma obra que se desenrola simultaneamente em diversos planos; sua reflexão mística não cessa de alimentar o processo operatório, e o trabalho na matéria permite verificar e ampliar as intuições que brotam durante suas contemplações no oratório. A meditação do alquimista iniciado revela as relações misteriosas, invisíveis mas reais, que associam a alma universal – a alma mundi – e a via secreta dos elementos e dos metais. Com humildade, o adepto faz experiências até desembocar na luz do Impessoal. A busca do UM supõe efetivamente que o iniciado se despoje progressivamente de seus afetos e desejos, e o alquimista ao final da obra participa de uma visão unitiva: é a união do conhecimento e do Amor.

O PAPEL DA LITERATURA ALQUÍMICA

Ela tem a tarefa de transmitir uma revelação cuja compreensão depende diretamente do grau de conhecimento espiritual adquirido pelo adepto. A leitura alquímica é um teste iniciático: o adepto deve decifrar e aprender a vivenciar, a perceber em seu próprio interior os símbolos que se remetem aos fenômenos materialmente observáveis.

Concluindo, podemos afirmar que, pondo de lado certas reservas expressas acima, o papel de Jung em sua abordagem da alquimia permanece considerável e permite a um bom número de buscadores conhecer a si mesmo, e operar essa transmutação necessária, tornando-se assim alquimista espiritual.
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[Texto de Jean-Pierre Clainchar]