14 de nov. de 2009

SÍMBOLOS MÍSTICOS NO SALMO 23


As verdades profundas são-nos transmitidas por meio de símbolos que, sob a capa de fatos corriqueiros, atuam como intermediários entre o intelecto e o inconsciente superior, onde se alojam as mais elevadas aspirações humanas.

Os símbolos estão presentes nos sonhos, na poesia, nas artes e, sobretudo na mitologia e nos textos sagrados.

No salmo 23, sempre recitado nos rituais cristãos, a idéia de proteção divina em qualquer circunstancia é facilmente percebida mesmo pelo leitor pouco afeito a temas espirituais. Mas, se se analisar cada símbolo que o Salmo contêm, a mensagem se revela em toda a sua magnitude. Já no primeiro versículo, aparece um símbolo de grande significado, sobretudo entre os hebreus antigos, que eram agricultores nômades: o pastor. Este representa o zelo e a diligencia de quem cuida profissionalmente de um rebanho e, por isso, é perito – sabe qual alimento convém aos animais sob os seus cuidados e distingue ruídos de perigo com a chegada do lobo, além de perceber com prontidão alguma necessidade de socorro como o balido da ovelha perdida. Em contato diário com os vales, os montes e a vegetação, o pastor reconhece a natureza e tem condições sobejas de escolher o melhor lugar para o rebanho. Assim, o salmista serviu-se de uma figura conhecida, já incorporada ao inconsciente coletivo da humanidade, para dizer que Deus cuida bem de seus filhos e não permite nada que lhes falte. Séculos depois, Cristo tomará o mesmo símbolo para exprimir seu devotamente para com seus seguidores:”Eu Sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas” [João, 10,11].

No segundo versículo, há referencia a ‘pastos verdejantes’ [ ou verdes pastos, conforme algumas traduções]. Ora, pastos verdejantes são locais aprazíveis cheios de vida e viço. Na linguagem mística, simbolizam o paraíso, a realização espiritual suprema. Com esta imagem, o autor do Salmo quer dizer que Deus, o Pastor, traz bem-aventurança ou plenitude aos Seus Filhos e é o único Ser que lhes pode dar a plena realização. Em seguida, reforça a idéia com o símbolo da água [“Conduz-me junto às águas de descanso”]. A água é elemento básico na constituição do ser humano, fonte de vida e liquido de purificação, conotando, também, a idéia de alegria, sabedoria e contentamento. A água casa-se bem com os pastos verdejantes, uma vez que não há vegetação que subsista sem ela. Em Deus, o homem encontra não só deleite como também unção para viver e produzir frutos proveitosos.

No ‘refrigério da alma” [“Refrigera-me a alma”,v.3], está a noção central do Salmo - A UNIÃO MÍSTICA EM QUE O HOMEM NÃO PRECISA DE MAIS NADA, POR QUE ESTÁ UNIDO AO ABSOLUTO.

Outro símbolo que aparece no texto é o “vale da sombra da morte” [ou vale escuro]. É provável que esse vale tenha existido de fato, mas o que interessa no poema é a simbologia do vale: um lugar estreito por onde se tem de passar necessariamente. O vale escuro, cheio de incertezas, evoca a vida na Terra com suas vicissitudes, seus reveses, dissabores e perigos. Quem está unido a Deus – diz o salmista - não teme os percalços, mas passa com coragem e galhardia pelo vale da vida terrena na certeza de chegar incólume ao seu destino.

O Salmo menciona, também, o ‘báculo e o cajado’, instrumentos usados pelos pastores na antiguidade para defender o rebanho e empurrá-lo para frente. Tanto o báculo [m forma de gancho]como o cajado ou bastão, logo se transformaram em símbolos de magia e poder celestial. O que o poeta quer dizer com essas figuras é que Deus, autoridade máxima, tem o poder transformador que afasta todo o mal. Daí, o crente nada tem a temer, mesmo quando tem de atravessar o vale escuro da materialidade e do ego, pois encontra forças para enfrentar as dificuldades do cotidiano.

A seguir, encontramos no Salmo a referencia à ‘mesa’, que representa a fartura, o regozijo, a celebração, o banquete celestial, portanto a beatitude máxima. Na Bíblia, em mais de uma passagem, o estado de bem-aventurança é comparado a um banquete. Muitos são os convidados para o ágape, mas nem todos aceitam o convite [Lucas, 14,16]. É preciso estar preparado para desfrutar de uma grande alegria.

Continuando a explorar o tema da bem-aventurança, o salmista emprega dois outros símbolos: “ o óleo e a taça”. O óleo, ou azeite, representa a luz, a pureza, a prosperidade e a benção. Usado na ordenação sacerdotal e na consagração dos reis, o óleo confere autoridade, poder e glória, introduzindo o ungido na esfera divina. A idéia central clarifica-se e reforça-se neste passo, quem se une a Deus, transforma-se pela unção que lhe é conferida. Por sua vez, a taça, ou cálice, simboliza o recipiente da imortalidade, sendo pó isso empregada tanto para as libações rituais como nas festividades profanas, sempre denotando a abundancia e o júbilo. No Salmo, a taça é o coração ou a alma do adepto. A imagem do cálice transbordante significa o coração satisfeito que não necessita de mais nada e está propício a doar amor, compreensão e compaixão. Note-se que o texto abre-se no segundo versículo com a afirmação – “Nada me faltará” e diz quase no fim do poema – “meu cálice transborda”. Nada falta a quem está com Deus, ainda que passe por dificuldades.

O Salmo encerra-se com o bonito símbolo Casa do Senhor. Com seus pavimentos, o porão e o sótão, a casa significa os vários estados da alma ou da consciência. Habitar na Casa do Senhor para todo o sempre é TOMAR CONSCIÊNCIA DEFINITIVA DA PRÓPRIA DIVINDADE e converter-se radicalmente, passando do ser material[psíquico, mental, emocional] limitado e transitório para o ser espiritual infinito e eterno.

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SALMO 23

O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.
Ele me faz repousar em pastos verdejantes.
Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma.
Guia-me pelas veredas da justiça por amor do Seu nome.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo; o Teu bordão e o Teu cajado me consolam.
Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo;o meu cálice transborda.
Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre.

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[Por Sérgio Carlos Covello]

MOMENTO HISTÓRICO ? Sonda da Nasa confirma existência de água na Lua


14 de novembro de 2009 N° 16155
Alerta
MOMENTO HISTÓRICO
Sonda da Nasa confirma existência de água na Lua
Descoberta da agência pode viabilizar, no futuro, a construção de uma base permanente no satélite


Em um anúncio histórico para a ciência, a Nasa – a agência espacial dos EUA – confirmou ontem a existência de água na Lua. A notícia é especialmente importante porque pode viabilizar, em um futuro não muito remoto, um velho sonho: a construção de uma base permanente no satélite.

Não é a primeira vez que cientistas encontram água na Lua, mas nunca foram tão incisivos sobre a descoberta. Conforme a Nasa, foi localizada uma “importante” quantidade de água, em sua forma congelada, na cratera Cabeus, no polo Sul do satélite. A façanha é resultado direto do choque proposital da sonda Lunar Crater Observation and Sensing Satellite (LCROSS) contra a superfície lunar, no dia 9 de outubro. A agência espacial acreditava que havia água congelada no fundo da cratera, onde a temperatura chega a até 240ºC negativos. Os primeiros dados surpreenderam os cientistas: a água existia em quantidade maior do que se desconfiava.

– Estamos revelando os mistérios de nosso vizinho mais próximo e, por extensão, do Sistema Solar – declarou Michael Wargo, cientista-chefe lunar na sede da Nasa em Washington.

– Estamos muito entusiasmados. Os resultados dos testes mostram que havia água presente tanto no vapor que se elevou em ângulo alto quanto no material projetado em ângulo mais baixo – acrescentou Anthony Colaprete, cientista do LCROSS e principal pesquisador do Centro de Pesquisa da Nasa em Moffet Field, na Califórnia.

A LCROSS filmou, por quatro minutos, o impacto da colisão do foguete Centauro contra Cabeus. Depois de transmitir os dados para a Terra, a própria sonda foi atirada contra o mesmo local. O impacto criado pelo foguete Centauro criou um volume de material em duas partes a partir da base da cratera. A primeira parte era composta de vapor e poeira fina, e a segunda, de materiais mais pesados.

O grupo de pesquisa utilizou conhecidas “assinaturas” espectrais infravermelhas da água e de outros materiais e as comparou com o espectro próximo ao infravermelho coletado para a verificação. A descoberta mostra ainda que a água deve estar melhor distribuída pelo satélite do que se suspeitava.

Recentemente, a sonda indiana Chandrayaan-1 já havia detectado uma fina camada de água oculta nos primeiros milímetros do solo lunar, que poderia suprir uma base.
MOFFETT FIELD, CALIFÓRNIA
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Momento histórico, 40 anos após a 'chegada do homem na Lua" ? :0
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Conheça quatro teorias sobre a origem da água na Lua
29 de novembro de 2009 • 15h03

Meta da Nasa agora é investigar há quanto tempo a água está na Lua e qual sua composição exata
13 de novembro de 2009
Para muitos, 2009 será lembrado como o ano em que a presença de água na Lua foi confirmada além de qualquer suspeita. "Você está vendo o ápice de um monte de missões criadas especificamente para responder a essa pergunta", disse Paul Spudis, do Instituto Lunar e Planetário (LPI, no acrônimo em inglês), fundado pela Nasa e sediado em Houston, Texas.
No início deste ano, o Orbitador de Reconhecimento Lunar, da Nasa, e a espaçonave Chandrayaan-1, da Índia, detectaram possíveis vestígios químicos de água lunar. E, na semana passada, a Nasa anunciou que os choques com a lua do LCROSS haviam levantado quantidades "significativas" de água da cratera.
Mas de onde veio a água da lua?"Será que ela foi depositada por um único grande evento recente? Ou será que está lá há bilhões de anos?", questionou Peter Schultz, cientista do LCROSS da Universidade Brown, em Rhode Island. "Não sabemos." Por enquanto existem três grandes teorias científicas de como a Lua conseguiu sua água - e uma "loucamente especulativa" quarta ideia que não pode ser descartada por enquanto.

Primeira teoria: Vulcões Antigos Lançaram a Água da Lua à SuperfícieA água da Lua estava lá desde o início, defende uma teoria - a água foi um ingrediente para a formação da Lua, assim como foi para a Terra. De acordo com essa ideia, a água está concentrada no interior do satélite. No passado distante, quando a Lua hoje "morta" tinha um núcleo quente, erupções vulcânicas ou "descargas" gasosas lentamente empurraram a água para a superfície, onde ficou congelada desde então, disse Spudis, do LPI, explicando a teoria.
Segunda teoria: A Água Foi "Produzida" na SuperfícieA água lunar pode ter se formado lá mesmo, com certa ajuda do Sol, segundo hipótese de alguns cientistas. O Sol emite constantemente um fluxo de partículas chamado vento solar. De acordo com essa teoria, íons de hidrogênio positivamente carregados, ou prótons, no vento solar podem ter atingido a Lua e reagido com minerais ricos em oxigênio no solo lunar para formar H2O, também conhecida como água.
A formação de água pelo vento solar seria um processo vagaroso, disse Schutlz, da Universidade Brown. Mas "mesmo se você acumular uma molécula (de água) por dia dessa forma, ao longo de bilhões de anos dá pra fazer muita coisa".

Terceira teoria: Cometas e Asteroides Levaram Água à LuaAlguns afirmam que a água da lua pode ter sido o presente de cometas com água e asteroides úmidos que atingiram o satélite num passado distante. Boa parte da água desses impactos teria sido ejetada para o espaço, mas algumas moléculas ociosas podem ter sido capturadas pela gravidade lunar.
"A ideia é que cometas ou asteroides com água atingem a Lua e criam uma nuvem de vapor d'água que paira próxima à superfície lunar", disse Spudis, do LPI. "Parte da água acaba migrando para as áreas polares, onde encontra uma armadilha gelada", uma área permanentemente fria, como uma cratera polar onde a luz do Sol nunca alcança.
Como resultado, a água teoricamente permaneceria congelada por eras.
Quarta teoria: A Água da Lua Veio da TerraExistem duas maneiras pelas quais a água da Terra poderia ter chegado até a Lua, e as duas seriam possíveis apenas quando a Terra e a Lua estavam muito mais próximas, há bilhões de anos, segundo Schultz, de Brown.
Para começar, durante períodos pré-históricos, quando o campo magnético terrestre era fraco ou inexistente, o vento solar poderia ter tirado vapor d¿água da atmosfera de nosso planeta e o depositado na Lua.

Ou talvez impactos catastróficos de asteroide ou cometa na Terra tenham ejetado água do mar para o espaço, e a lua em órbita teria passado pela nuvem de vapor, saindo de certa forma encharcada.

Esses dois cenários são teoricamente possíveis, embora Schultz admita, "estamos no campo da especulação". Porém, era exatamente onde estava a água da Lua até poucos dias atrás.
Tradução: Amy Traduções
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Nível de água descoberto na Lua enche 12 baldes, diz Nasa
13 de novembro de 2009 • 15h11 • atualizado às 17h18 _
Nasa acha o equivalente a 12 baldes de água na Lua
A Nasa, agência espacial americana, confirmou nesta sexta-feira a existência de água congelada em uma cratera da Lua após a análise dos dados enviados pela sonda espacial LCROSS (Lunar Crater Observation and Sensing Satellite, em inglês), que se chocou com o satélite terrestre no último dia 9 de outubro. Segundo a agência, a quantidade do recurso natural encontrado no buraco, com profundidade de cerca de 20 m, é equivalente a 12 baldes de água.
Em comunicado, a agência espacial informou que a descoberta abre um novo capítulo na história que compreende a Lua. "Estamos descobrindo os mistérios do nosso vizinho mais próximo e, por consequência, do Sistema Solar", afirmou Michael Wargo, cientista-chefe da missão, na sede da Nasa, em Washington. "A lua abriga muitos segredos e a LCROSS acrescentou um novo ingrediente para nossa compreensão", disse.
Antes da colisão, a LCROSS lançou com sucesso um foguete sobre a cratera Cabeus A, que se encontra na região do pólo sul, na face oculta da Lua. O primeiro impacto do foguete vazio provocou uma coluna de poeira que subiu sobre o alto da cratera e foi seguido minutos depois pela sonda, que recolheu informação da esteira antes de cair.
Um porta-voz da Nasa explicou nesta sexta que "provavelmente a água está congelada e misturada a outras substâncias". "A água só foi vista após o impacto, o que indica que ela não estava disponível na superfície", disse. No entanto, o porta-voz afirmou que "ainda não é possível determinar que tipo de água é essa".
Segundo ele, o foco agora é em estudar as informações obtidas para atingir novas descobertas. "Agora temos que dar um passo para trás e pensar no que mais pode haver lá. A Lua é viva", acrescentou.
Os cientistas têm investigado há tempos a origem de quantidades significativas de hidrogênio que foram detectadas nos pólos lunares. De acordo com a agência, os dados coletados pela LCROSS podem indicar ainda uma quantidade de água maior do que se suspeitava anteriormente.
Se a água realmente se formou ou permaneceu em depósitos em bilhões de anos, isto seria a chave para os especialistas entenderem a história e a evolução do Sistema Solar. Além disso, a água e outros compostos são recursos potenciais que poderiam sustentar o sonho humano de fixar uma base no solo lunar futuramente.
A sonda espacial partiu da Terra em junho passado, a bordo de um foguete Atlas V, junto à sonda LRO (Lunar Reconaissance Orbiter). Os dois artefatos integram a primeira missão do programa Constellation, que prevê a volta do homem à Lua a partir de 2020.