28 de set. de 2009

O Poder do Silencio




















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Aprende com o silêncio a ouvir os sons interiores da sua alma, a calar-se nas discussões e assim evitar tragédias e desafetos...
Aprende com o silêncio a aceitar alguns fatos que você provocou, a ser humilde deixando o orgulho gritar lá fora, evitar reclamações vazias e sem sentido...
Aprende com o silêncio a reparar nas coisas mais simples, valorizar o que é belo, ouvir o que faz algum sentido...
Aprende com o silêncio que a solidão não é o pior castigo, existem companhias bem piores...
Aprende com o silêncio que a vida é boa, que nós só precisamos olhar para o lado certo, ouvir a música certa, ler o livro certo.
Aprende com o silêncio que tudo tem um ciclo, como as marés que insistem em ir e voltar, os pássaros que migram e voltam ao mesmo lugar, como a Terra que faz a volta completa sobre o seu próprio eixo, complete a sua tarefa.
Aprende com o silêncio a respeitar a sua vida, valorizar o seu dia, enxergar em você as qualidades que você possui, equilibrar os defeitos que você tem e sabe que precisa corrigir e enxergar aqueles que você ainda não descobriu.
Aprende com o silêncio a relaxar, mesmo no pior trânsito, na maior das cobranças, na briga mais acalorada, na discussão entre familiares...
Aprende com o silêncio a respeitar o seu "eu", a valorizar o ser humano que você é, a respeitar o Templo que é o seu corpo, e o Santuário que é a sua vida.
Aprende hoje com o silêncio, que gritar não traz respeito, que ouvir ainda é melhor que muito falar...
Na natureza tudo acontece com poder e silêncio, com um silêncio poderoso; por vezes, o silêncio é confundido com fraqueza, apatia ou indiferença.
Pensa-se que a pessoa portadora dessa virtude está impedida de reclamar seus direitos e deve tolerar com passividade todos os abusos.
O Sol nasce e se põe em profunda quietude; move gigantescos sistemas planetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar.
Acredita-se que o silêncio não combina com o poder, pois este tem se confundido com prepotência e violência. Acaricia as pétalas de uma rosa sem a ferir, e beija as faces de uma criança adormecida sem a acordar; aí uma vez vamos encontrar na natureza lições preciosas a nos dizer que o verdadeiro poder anda de mãos dadas com a quietude.
As estrelas e galáxias descrevem as suas órbitas com estupenda velocidade pelas vias inexploradas do cosmos, mas nunca deram sinal da sua presença pelo mais leve ruído.
O oxigênio, poderoso mantenedor da vida, penetra em nossos pulmões, circula discreto pelo nosso corpo, e nem lhe notamos a presença.
A luz, a vida e o espírito, os maiores poderes do universo, atuam com a suavidade de uma aparente ausência.
Como nos domínios da natureza, o verdadeiro poder do homem não consiste em atos de violência física, quando um homem conquista o verdadeiro poder, toda a antiga violência acaba em benevolência.
A violência é sinal de fraqueza, a benevolência é indício de poder.
Os grandes mestres sabem ser severos e rigorosos sem renegarem a mais perfeita quietude e benevolência.
Deus, que é o supremo poder, age com tamanha quietude que a maioria dos homens nem percebem a Sua ação.
Essa poderosa força, na qual todos estamos mergulhados, mantém o Universo em movimento, faz pulsar o coração dos pássaros, dos bandidos e dos homens de bem, na mais perfeita leveza.
Até mesmo a morte, chega de mansinho e, como hábil cirurgiã, rompe os laços que prendem a alma ao corpo, libertando-a do cativeiro físico.
O verdadeiro poder chega: sem ruído, sem alarde e sem violência.
Sempre que a palavra poder lhe vier à mente, lembre-se do Sol: nasce e se põe em profunda quietude; move gigantescos sistemas planetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela e você só sabe pelo calorzinho que ele proporciona.
Acarinha as pétalas de uma flor sem a ferir, beija as faces de uma criança adormecida sem a acordar.
"Bem aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra".
"O êxito ou o fracasso de sua vida não depende de quanta força você põe em uma tentativa, mas da persistência no que fizer."
"Boa Terra em teus pés, Água o bastante em tua semente, bom Vento para o teu sopro, Fogo em teu coração e muito Amor em teu ser.”
E em respeito a você, eu me calo, me silencio, para que você possa ouvir o seu interior que quer lhe falar, desejar-lhe uma vida vitoriosa.

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[Autor : J.Y. Leloup]

Surfistas de Zuvuya














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"Zuvuya é o termo maia usado para indicar o grande circuito da memória; é o canal direito da memória. Ele nos liga tanto ao futuro como ao passado porque se trata de uma linha inter dimensional. Zuvuya é a força que impulsiona a sincronicidade e, consequentemente, a fonte de suprimento da magia." José Argüelles

Hoje nós vivemos em um momento de grande diversidade cultural, e também em uma era de unificação global. Nunca antes houve tanta informação disponível em nossas mãos. A "teia de informação" nos permitiu o acesso a todas as culturas, raças e lugares, refletida em uma visão geral de diferentes paradigmas culturais e sub-culturais.
A mistura e fusão destas diferentes culturas são o reflexo da combinação das viagens virtuais e físicas, emergindo uma nova cultura global no Ocidente, o qual se prende ao consumo desenfreado de produção em massa.

"Quando a terra ficar doente e os animais desaparecerem, surgirá uma nova tribo formada de todas as culturas e de todas as raças para curar a terra. Esta tribo será conhecida como Os Guerreiros do Arco-Íris"

Esta profecia dos índios norte-americanos foi orgulhosamente abraçada pela contra cultura dos hippies nos anos 60 e 70, dando início ao movimento ecológico. Enquanto a situação ecológica de nosso planeta se torna cada vez mais séria, maior é a consciência e defesa do meio ambiente, mas ainda é nas sub-culturas que as práticas mais alternativas para a ganância capitalista emergem.

José Arguelles, autor de "Surfistas do Zuvuya", fala do uso de redes de computadores globais e dos templos rádio-sônicos de som harmônico (o antigo ritual de dança transe, revivido através da música eletrônica). Arguelles respeita a cultura Maya pela incrível civilização avançada que eles foram, fazendo mapas de movimentos e de ciclos astronômicos do tempo, com uma precisão igual aquela fornecida por nossos instrumentos modernos. Esta civilização foi além do mero traçar dos mecanismos físicos do sistema solar, mostrando também como a informação viaja de Hunab Ku - o núcleo galáctico - até nós, através do nosso sol. Hunbatz afirma em seu livro "A Ciência/Religião Maya" que não existe diferenças entre ciência/tecnologia e magia/religião.

Mitos são matemática, cada número sendo um símbolo metafórico importante e não apenas meios de cálculo. Similarmente na tradição esotérica ocidental do Kabala, os números têm um significado além de sua capacidade como meros dispositivos de medição. Os valores simbólicos do Sephiroth são notavelmente similares à numerologia Maya de 1-13, como descritos no livro de Arguelles. É a divisão entre a ciência e a magia, começando com a 'idade da razão', quando a indústria e a razão começaram um movimento que foi o principal responsável pela crise planetária atual. Praticidade material sacrificou a mitologia em uma busca mundana por conforto, mas gradualmente esta dualidade está sendo transcendida. A ciência começa a reconhecer possibilidades conhecidas há tempos no mundo da magia.

Física quântica, a teoria do caos e similares, possibilitam a difusão de fatores aleatórios e mudanças de perspectiva, confinados por muito tempo nos reinos do misticismo. Similarmente, a magia está se tornando mais 'científica', refinando sua metodologia, abraçando o paradigma do caos/quantum e usando a tecnologia moderna como uma outra ferramenta mágica. Esta síntese avança o processo para 2012, momento em que deveremos transcender o dualismo da ciência/magia. De nosso estado atual de dualismo é difícil apreciar inteiramente este conceito. Talvez nossa tecnologia se tornará uma extensão onde nós possamos manipular a matéria imediatamente com nossas mentes-magicas.

" Toda tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia" - Arthur C. Clarke

Tempo de Transcendencia por Leonardo Boff

O Ser Humano como um Projeto Infinito.
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Creio que a transcendência é talvez o desafio mais secreto e escondido do ser humano. Ele se recusa a aceitar a realidade na qual está mergulhado porque se sente maior do que tudo o que o cerca.
Com seu pensamento, ele habita as estrelas e rompe todos os espaços.
Essa capacidade é o que nós chamamos de transcendência, isto é, transcende, rompe, vai para além daquilo que é dado.
Numa palavra, eu diria que o ser humano é um projeto infinito.
Somos seres de enraizamento e de abertura.
A raiz que nos limita é nossa dimensão de imanência.
A abertura que nos faz romper barreiras e ultrapassar todos os limites, impulsionando a busca permanente por novos mundos, é nossa transcendência.
Leonardo Boff define e ilustra a transcendência.
Descreve os lugares privilegiados onde ela se dá, desvendando-a nos grandes e pequenos acontecimentos, dando-nos olhos para enriquecer gestos e momentos do cotidiano.
A partir daí denuncia as falsas transcendências com que a cultura atual investe para responder a essa busca fundamental do ser humano, empobrecendo-o e frustrando sua procura.
Denuncia mesmo as religiões quando se apresentam como as únicas intermediárias para alcançar o transcendente e procuram enquadrar-nos com suas normas e verdades absolutas.
Quem preenche o vazio profundo que existe no ser humano?
Boff enumera três respostas a esta questão e identifica-se com aquela que dá nome a esse objeto do nosso desejo, chamando-o de Deus, Olorum, Tao, Javé.
Mil nomes para essa realidade que brilha, que ilumina e que é a dimensão mais profunda de nós mesmos.
Uma reflexão sobre masculino-feminino e sobre a ecologia completa a função profética do texto. A humanidade e o mundo novo serão construídos quando o ser humano se engajar num projeto político que gere alianças, supere divergências e respeite a diversidade, criando uma esplêndida solidariedade cósmica.


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[Perfeito!!!]