11 de fev. de 2010

O Mito da Alma


Este trabalho tem por objetivo informar sucintamente sobre a TEORIA DE PLATÃO, a respeito do MITO DA ALMA. As pessoas que habitualmente sentem saudade, nostalgia, sem motivo aparente, podem encontrar nessa TEORIA motivo para uma grande REFLEXÃO sobre os assuntos da alma humana, os quais transcendem o mero raciocínio objetivo.

O Mito Da Alma de Platão equivale, no misticismo cristão, Ao Mito Do Paraíso Perdido.

PLATÃO, aristocrata ateniense, orgulhoso de sua origem, impedido de realizar seu ideal político por circunstâncias da época, mergulhou na mais profunda Reflexão Filosófica, respondendo a muitas de nossas dúvidas, de nossas inquietudes.

Possuidor de grande valor criativo, foi consagrado como um dos mais hábeis artistas na prosa, legando à humanidade vários conceitos utópicos que são chamados MITOS.

Entre os belíssimos diálogos de Platão, convidamo-los a dar um passeio pelo Mundo das Idéias, o Mundo Supra-sensível, Invisível, de onde desceram as ALMAS.

MITO, na concepção da Filosofia, é a exposição de uma doutrina ou de uma idéia sob forma imaginativa, em que a fantasia sugere e simboliza a verdade que deve ser transmitida.

MITO é o produto de um processo inconsciente de um determinado grupo social, num determinado momento e lugar.

Pode ser equiparado a um sonho. Para Platão, o MITO é REAL [*]. Daí, começa o desenrolar de sua filosofia, conduzindo-a ao mais alto grau de sabedoria, com a pergunta:

O QUE É REALIDADE?
Antes de prepararmos a resposta dada por Platão, lembramos que muitos Filósofos Antigos dirigiram-se ao Egito em busca dos conhecimentos das Escolas de Mistérios, das quais teriam extraído a semente de sua Filosofia.

Na busca das “verdades”, encontramos descobertas que perduram até os nossos dias, verdades relativas às Leis da Natureza, relativas à Vida. São Verdades porque permanecem inabaláveis ao longo dos séculos.

[A Filosofia eleva a ALMA à pureza mais cristalina e é fonte da Verdade Única que transcende as palavras].


Para responder à pergunta “O que é a realidade?”, vamos entrar no MUNDO DAS IDÉIAS que Platão – o grande gênio da Grécia – legou à Humanidade: ensinamentos de profunda beleza e que vêm ao encontro das respostas de nossas inúmeras dúvidas.

[O Mundo Das Idéias É O Centro Do Pensamento Platônico.]


A REALIDADE está dividida em dois mundos distintos e contrapostos.

De um lado, o MUNDO SUPERIOR, invisível, eterno e imutável. De outro lado, o MUNDO FÍSICO, visível, sujeito à mudança.

Esses dois MUNDOS se contrapõem como abstrato e concreto, perfeito e imperfeito.

Há em nossa consciência a crença na existência de um mundo transcendente. Em CIMA – uma região indefinida, o estático, o imutável, a quietude, a ESSÊNCIA, os moldes. EMBAIXO – o mundo físico, o movimento, a troca, o dinamismo, a pluralidade, as imagens.

Assim, “contemplamos” dois mundos: O Mundo Visível e o Mundo Invisível.

As entidades desses mundos são opostas. As do Mundo Invisível são eternas, divinas, imutáveis, simples, uniformes, indissolúveis. São as verdadeiras causas das demais.

O Mundo Ideal é o Mundo do SER PURÍSSIMO, onde toda a REALIDADE é a própria “existência”.

As ESSÊNCIAS, que são a “natureza” das coisas, pertencem à ‘realidade do mundo invisível’.

Lembramos a explicação aristotélica de que a “essência” é a “potencia” com relação à “existência”. A existência, conseqüentemente, é o ato da potencia [é aquilo que se realiza].

Assim, como exemplo, podemos dizer que “o ovo está em potência à existência da galinha”.

A galinha [no ovo], ainda é o vir-a-ser [em potência]. É, portanto, a ‘essência’ que existe no mundo Inteligível, no Mundo das Idéias. Conhecendo essa realidade [que é a essência], a ALMA percebe verdadeiramente o Ser.

O Mundo Visível, pelo contrário, é mutável e pertence à mera opinião, motivada pelas nossas emoções.

Platão fundamenta a crença na existência de um mundo transcendente e formula vários argumentos para demonstrar a existência do Mundo Supra-sensível – o mundo que transcende a nossa visão física.

Concentrando o raciocínio no “conhecimento” que temos das coisas, procuramos uma explicação. Daí, o interesse em remontar à resposta que Platão oferece em seu ‘diálogo Fédon’, no qual revela a vivencia da ‘Alma’ no Mundo das Idéias, no Mundo Inteligível.

Abaixo do Mundo das Idéias, e dentro do Mundo Cósmico, existem as almas: A Alma do Universo e as almas humanas, as quais são a fonte e a origem do movimento que, conseqüentemente, é a origem do mundo sensível.

Entre o vasto campo de sabedoria transmitida por Platão, encontramos a relação do ‘conhecimento’ das coisas que adquirimos com as do Mundo Supra-sensível.

Platão explica através do MITO DA ALMA o conhecimento que temos das coisas visíveis, corpóreas.

[As essências são as próprias coisas]

Mas o que é o MITO na concepção Platônica?
Mito é a expressão fantástica que Platão, em sua profunda sabedoria, usou para clarear nossa mente e esclarecer o momento em que ocorre uma ‘Intuição’.

Levanta a hipótese de que as ‘almas’, antes de habitarem um corpo, viveram no Mundo das Idéias, onde conheceram todas as coisas na sua mais pura e perfeita essência [**].

Assim, a alma, ao cair do Mundo das Idéias [para se aprisionar em um corpo – invólucro pesado e grotesco], dada a sua sutileza, perde a consciência do conhecido que contemplou naquele mundo ideal.

[É a idéia das idéias, a causa, o fim e a razão última do Ser, da verdade, e a fonte do conhecimento de todas as coisas].

O Mundo Visível [físico] fica como se fosse um mundo dos sonhos, dos semelhantes, imagens obscuras da realidade, imitação das realidades verdadeiras do mundo superior.

Cabe à inteligência indagar: ‘A Idéia que temos das coisas antecede a percepção de um objeto? Ou, um objeto é que nos leva a ter Idéia daquilo que é?’

Do ponto de vista ontológico na Filosofia Platônica, a Idéia é anterior ao objeto conhecido. Conhecer é o despertar do conhecimento que a alma possui antes de vir ao mundo físico. É o conhecimento trazido do mundo Superior das Idéias.

A Alma, ao unir-se ao corpo, cai obscurecida, porém conserva toda a sua Essência [há somente a necessidade de recuperá-la por meio da recordação ou da intuição].

[Ignorância é o esquecimento. Sabedoria é recordação].

Aprender, na concepção Platônica, não é adquirir novos conhecimentos, mas sim recordar o já conhecido em uma existência anterior [no mundo das Idéias]. “Do mesmo modo que na flor nasce o perfume, na Alma Humana está latente o conhecimento”. O conhecimento oferecido pela luz da ‘ciência’ é adquirido através de instrumentos usados pelos órgãos dos sentidos, lançando mão de objetos fixos, estáveis, em busca de um resultado.

Platão apresenta a hipótese de que esses objetos corpóreos necessários à pesquisa são cópias ou imitações dos objetos existentes no mundo das Idéias, no mundo Invisível.

Explica Platão que a lembrança que temos das coisas é o reconhecimento daquilo que a alma já contemplou em uma vida anterior, com uma visão direta.

Essa passagem ao reconhecimento é o que se chama “reminiscência”. A reminiscência é o conhecimento das coisas que ficaram armazenadas na memória, provindas de tempos tão longínquos, que induzem o sentimento de saudade daquilo que foi contemplado no Paraíso Perdido...

Por exemplo: Uma folha branca de papel nunca é totalmente branca. Apresenta-se com uma tonalidade acinzentada ou amarelada. É quase branca. Também, essa folha de papel tem existência temporária. Assim, todas as coisas existentes nunca ‘são’. Falamos em papel quase branco. O que será o ‘branco’ absoluto? O ser quase branco das coisas exige a existência do que é verdadeiramente branco, que não está em coisa nenhuma, mas fora das coisas.

A este “ser verdadeiro” [real], distinto e fora das coisas visíveis, é que Platão chama Real. O ser verdadeiramente real está nas Idéias, mas as Idéias não são acessíveis ao nosso conhecimento direto; não estão no nosso mundo visível. As coisas são apenas um estímulo para que delas nos afastemos e nos elevemos até a Idéia. As coisas visíveis, diz Platão, “são sombras das Idéias”. O Homem, que para Platão é um ente caído, aparece caracterizado por ter vislumbrado as idéias, o verdadeiro ser das coisas.

O ser humano nasce, vai crescendo e tomando consciência das coisas que já foram conhecidas no mundo Inteligível [mundo das Idéias]. Nada estamos aprendendo, mas sim “recordando”.

Quando somos tomados de uma idéia súbita, como um lampejo, é hábito dizermos: “tive uma intuição”. A intuição é essa lembrança, é a tomada de consciência de algo esquecido...é uma ‘recordação’...provinda de outra vida. Se deixarmos que a nossa mente fique receptiva à beleza que o “Mito da Alma” nos oferece e iluminarmos as profundezas de nosso ser para vivenciar a “reminiscência”, tomando consciência de tantas incompreensões do mundo, será que restaria dúvida sobre essas verdades?

Será que Platão usou de uma “fantasia” com rara beleza mística e poética apenas para o nosso deleite, um delírio para o nosso lazer ou um fantástico elemento para envolver nossas emoções? Não podemos compreender esse “Mito” pela racionalização ou pelo raciocínio, mas somente poderemos vivenciá-lo pela ‘Intuição ou Iluminação’.

Cada um de nós encontrará um ponto focal – um encontro com os ditames de sua alma.

Continuando a nossa jornada de dúvidas, ainda resta perguntar: nossa alma já habitou um mundo antes de encarnar...será isso verdade? Devemos concordar com o que disse Platão por sentirmos essa verdade dentro de nossas emoções? Será a verdade captada apenas por grandes almas – almas sábias?

O indivíduo [homem] é um ser psíquico [quanto aos atributos espirituais de sua natureza], vivendo num mundo material, físico e emocional. Portanto, deve ajustar-se a essas condições – somos um pequeno Mundo dentro do complexo Mundo Cósmico. Por isso, precisamos dominar as adversidades da vida e delas extrair tudo aquilo que possa contribuir para o nosso desenvolvimento.

Não vamos ao exagero de rebaixar a natureza física do homem à categoria de invólucro pesado e grotesco, que aprisiona a alma, mas elevamos a matéria física ao nível que ela merece, lembrando que “o corpo é como a rocha que abriga o outro”. Assim como a ‘morada do ouro é a rocha’, a morada da alma é o corpo.

[O verdadeiro misticismo reconhece uma fonte Cósmica Unificada, para todos os fenômenos].
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Este Mito destina-se àqueles que gostam de refletir, pois conhecimento se adquire com ‘reflexão’. Lembramos que a ‘verdade’ é relativa em cada nível de consciência. Os fatos são verdadeiros quando encontram uma harmonia, uma integração com a consciência individual de cada um.

Reconhecendo que o “Mito da Alma” – cuja beleza nos transporta para o Mundo Ideal - não pode ser conhecido pela razão, deixemos nosso pensamento ser conduzido pela “Intuição”,oferecendo dessa forma condição para vivenciar a existência do Mundo das Idéias, do Mundo Superior, do Mundo Supra-sensível.

Platão, ao legar à humanidade o “Mito da Alam”, recebeu uma ‘intuição ou iluminação’. Em todos os seus diálogos, nota-se o desenvolvimento de uma revolução interior naqueles que pensam, reconduzindo-os ao ponto de partida.

Deixemos aqui, para contemplar o tema destinado à reflexão, a seguinte alegoria:

“As almas são forjadas em diferentes metais: alguns tem sua alma de ouro, outros de prata, e os terceiros de bronze...”

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[Texto de Ilma Manso Vieira Mansur]

O Universo Descontínuo.


Os conceitos sobre o universo físico mudam à medida que a experiência do homem abrange mais do universo observável e os experimentos científicos se tornam mais completos e perfeitos.


Um campo cujos conceitos estão se alterando relaciona-se com a continuidade da expressão de eventos físicos. Por exemplo, no período da Física clássica [ de Sir Isaac Newton, no século dezessete, a Max Planck, no começo do século vinte],ensinava-se que a energia, o tempo, o espaço e o momento [massa x velocidade] são quantidades contínuas. Poder-se-ia transmitir, em princípio, qualquer quantia de energia a uma partícula [ao elétron único do átomo de hidrogênio, por exemplo],mesmo numa quantia infinitesimal. Além disso, os antigos físicos acreditavam que era possível conhecer exata e simultaneamente a posição duma partícula. Esses conceitos foram o resultado direto de observações de corpos grandes [relativamente à escala atômica]e dos mais simples cálculos matemáticos necessários a predizer o comportamento desses corpos sob condições definidas.

Com o surgimento da nova Física nas primeiras décadas do século vinte, as noções clássicas tiveram de ser modificadas para explicar a natureza descontínua do universo atômico. Por exemplo, a descoberta do elétron, dos raios X, da estrutura do átomo e da unidade intrínseca de carga contida no elétron e no próton, foram valiosas no surgimento da nova Física. Os níveis de energia do elétron do átomo de hidrogênio [na realidade, de todos os átomos] são quantificados e não podem assumir valores arbitrários. A luz parece onda em certos experimentos e partícula [um fóton] em outros. Heisenberg demonstrou matematicamente que é física e teoricamente impossível determinar a posição e o momento ou a inter-relação de tempo-energia] exata e simultaneamente.

Este é o famoso PRINCIPIO DA INCERTEZA:

ð Momento x Posição > constante de Planck (h)/2PI

Essa relação indica que podemos determinar experimentalmente tanto a posição como o momento dum corpo somente dentro de certa quantidade (h), que, embora muito pequena, não é infinitesimal. Em certo sentido, a quantidade de (h) é um aumento universal na escala de medida da natureza. Seu valor não é arbitrário e está intimamente entrelaçado à própria essência do universo físico. Isso entra em conflito com a concepção clássica de que as dimensões comuns de medidas espaciais são totalmente arbitrárias.

Desse novo ponto de vista, é interessante perceber como esses conceitos mutáveis afetam nossas teorias metafísicas e filosóficas.

CONCEITO MÍSTICO DO ABSOLUTO_
O conceito de DEUS, o TODO, o Absoluto, apresentado pelo místico, entende o SER como Universal, que compõe a própria essência de tudo o que existe ou que pode existir. Nada existe além do SER. Como o SER é TUDO, é abrangente, e nada pode existir fora d’Ele ou exterior a Ele. Ele não é divisível, pois que é que poderia separar sua essência? Conseqüentemente, o SER é contínuo. Em certo sentido, os físicos clássicos enxergavam uma correspondência “de um a um” entre a necessidade da continuidade do ser e a continuidade da natureza. Psicologicamente, foi esse mesmo preceito que opôs resistência ao progresso da física de Bohr, Pauli, Dirac, Schrödinger e Heisenberg em seus primórdios.

A NOVA FÍSICA E O PENSAMENTO METAFÍSICO_
Uma contribuição vital da nova Física ao pensamento metafísico é a de que as manifestações da existência [SER] no universo físico são descontínuas e quantificadas quando vistas de perto. Além disso, nenhuma afirmação sobre a matéria é exata. Por exemplo, tudo o que se pode afirmar sobre o modo de manifestação dum elétron é que existe uma probabilidade especifica de que, num dado momento, o elétron se encontre numa determinada posição. Essa dicotomia entre o verdadeiro estado do SER e sua manifestação particular em nosso universo explica por que é tão difícil para o homem, um mecanismo biológico composto de partículas descontínuas, construir mecanismos para medir as manifestações psíquicas superiores do SER. Pelo que sabemos, essas manifestações podem possuir uma natureza contínua e ser estranhas aos nossos métodos de avaliação física.

Essa descontinuidade da natureza sugere que nossa consciência pessoal, embora encarnada num mundo físico, pode assumir [ou se manifestar em...] uma forma descontínua. É evidente, mesmo para o observador descuidado, que a nossa consciência ou percepção objetiva-subjetiva não é um fluxo temporal contínuo. Antes, nossa consciência consiste em pensamentos conscientes separados por hiatos ou períodos momentâneos de não-consciência. Nossa consciência de tempo é produto da seqüência desses intervalos discerníveis de consciência. Tempo e Consciência, enquanto no plano físico, são inseparáveis.

A avaliação interna desses intervalos de consciência ou percepção depende de como os vivenciamos. Por exemplo, é um fenômeno bastante conhecido o de que o tempo passa muito mais rapidamente num sonho que quando estamos acordados. Um sonho é de alguns segundos de duração talvez requeira muitos minutos de tempo do estado de vigília para ser relatado. Entretanto, não se deve entender isso no sentido de que nossas noções de tempo, ou seus métodos de manifestação, são totalmente arbitrárias. Não é razoável supormos que o tempo necessário a elaborarmos um pensamento esteja relacionado com a quantidade de circuitos neurais pelo cérebro nesse momento especifico. Provavelmente, o intervalo mínimo entre os pensamentos é determinado pelo tempo objetivo necessário a que um impulso elétrico de um neurônio, ou célula cerebral, a outro. Nessa situação, o período de transferência estaria de acordo com a nossa escala fundamental de tempo consciente – períodos mais longos de consciência requereriam números maiores de unidade operando seqüencialmente. Para que um pensamento seja registrado na memória durante os sonhos, pode ser que seja necessária uma parte do cérebro menor que a necessária em estado de vigília.

Com base no que foi dito acima, percebemos uma correspondência entre a natureza descontínua ou interrompida do mundo físico e a nossa consciência cerebral comum, uma analogia que não se tinha em mente na época da Física clássica. A nova Física tem auxiliado a compreender o nosso mundo.

Em contraste com o acima exposto, é interessante discutir a natureza da experiência mística ou noética. Durante esse estado mental, o indivíduo perde a noção de individualidade e sente-se ubíquo, isto é, que está em todas as partes ao mesmo tempo. A noção de tempo é tal, que só existe o agora [o passado, o presente e o futuro deixam de ter significado]. Aliás, não há nenhuma noção de tempo durante a absorção no estado místico. A mente se torna capaz de vivenciar e absorver o conhecimento extensivo, absorvente, completo, auto-suficiente e satisfatório, que parece surgir espontaneamente na consciência, sem recurso aos sentidos objetivos ou capacidades de raciocínio do cérebro. É como se de repente a pessoa compreendesse a totalidade e amplidão de certo assunto, em todas as suas ramificações e permutações.

A EXPERIÊNCIA MÍSTICA_
A natureza ininterrupta desse estado contrasta extremamente com a consciência normal de nosso mundo físico. Talvez isso seja significativo à nossa compreensão do estado místico, pois, durante esse estado, as noções de espaço e tempo não existem para nós. Esses são constructos do mundo físico, e não do SER. Parece que o estado noético pode representar a experiência direta da natureza do SER por parte da personalidade consciente individual. O método exato da transferência dessa informação ao cérebro humano é desconhecido.

A existência desse estado noético de experiência é uma das melhores evidências de que dispomos sobre natureza do SER, de DEUS ou do TODO. É a distinção entre a forma descontínua de manifestação do universo físico normal com suas qualidades espaciais e temporais e o estado de conhecimento espontâneo e sensação de ubiqüidade que cria muitos dos equívocos sob os quais laboramos. Para alcançarmos o sucesso máximo em nossa vida, precisamos compreender e utilizar as leis e regras que compõem nossas existências interior e exterior. Desvendar o plano do Supremo Arquiteto, e colocá-lo em prática, é o verdadeiro propósito da humanidade. Os métodos de conseguirmos isso estão contidos nos ensinamentos de fraternidades arcanas.
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[Texto de.: Michael J. Kell]