HOMO SOMATICUS
A principio cabe esclarecer qual método usaremos para abordar o tema. Embora rara nos dias de hoje, a expressão ‘Homo Somaticus’ não o era nos tempos d São Paulo e Filão Alexandrino que, como outros do mesmo período, separam no homem dois elementos:
* um psíquico, ligado à alma;
* e, outro somático, ligado ao corpo.
A expressão Homo Somaticus é um termo usado para identificar a dimensão corpórea do homem.
O corpo humano tem sido objeto de reflexão filosófica em quase toda parte da história do pensamento. Encontra-se em Platão, Aristóteles, Filão, Santo Agostinho, São Tomás, Descartes, Spinoza, Leibnitz, Schopenhauer, Nietzsche, Bérgson, Heidegger, Sartre, Merleau-Ponty, Marcel e outros.
O fato de muitos pensadores antigos e até modernos não considerarem o corpo em si mesmo mas apenas e exclusivamente em relação com a alma, coloca-o numa posição de pouca importância nas suas reflexões antropológicas, razão pela qual vêmo-lo sempre no fim de seus postulados.
Não é exclusividade dos platônicos [Platão, Plotino, Descartes, Leibnitz] que, identificando o homem com sua alma, estudam antes de tudo e sobretudo esta última, mas também os aristotélicos [Aristóteles, Tomás, Locke], que vêem no corpo uma parte essencial do homem. Justifica-se pela forma como avaliam a questão: tantos os platônicos como os aristotélicos, em antropologia, se valem do método metafísico, o qual exige que se estude antes as causas e depois os efeitos, antes as coisas mais perfeitas e depois aquelas menos perfeitas. E, dado que ambos sustentam que a alma é mais perfeita que o corpo e que exerce sobre ele uma atividade causal, logicamente concentram suas atenções sobretudo na alma.
Cabe lembrar que a exceção são os existencialistas, que centram suas atenções no homem com seus atributos enquanto ser-no-mundo e sua existência concreta – a partir da qual está condenado a ser livre, construtor do próprio destino e arquiteto da sua vida, submetido embora a limitações concretas e existenciais.
Daí a famosa frase do contemporâneo francês existencialista, Jean-Paul Sartre:”O inferno é o outro.”
Avaliando qual o melhor método para nossa abordagem, destacamos dois: um é focar o corpo como realidade física. Estudá-lo pelo método experimental chamado de ‘cientifico’. Na época moderna, a partir de Descartes até Pavlov e Watson, vigorou o costume, também entre os filósofos, de aplicar o método experimental ao estudo da dimensão da corporeidade.
O problema é que desse modo reduziu-se o corpo a uma coisa, a uma maquina, com leis mecânicas perfeitamente calculáveis.
E sabemos que o corpo não pode ser reduzido a uma coisa.
Essa característica de Descartes e outros se deu porque foram induzidos a depositar fé cega no método cientifico, que só reconhece como verdadeiro e real aquilo que é experimental – os objetos físicos e as coisas materiais.
Outro método é o Fenomenológico.
A quebra desse paradigma se deu quando, no inicio do nosso século, homens como Bérgson, James, Dilthy, Husserl e Scheler provocaram uma forte reação a essas pretensões da ciência de monopolizar toda a esfera do saber, e mostraram que existem outros modos de conhecimento tão precisos como os da ciência.
A separação entre método cientifico e método experiencial para o estudo do corpo originou duas considerações diferentes do fenômeno da corporeidade: a cientifica – o corpo – coisa, objeto, o corpo como se manifesta aos outros, aquilo que os alemães chamam ‘körper’; e a consideração fenomenológica, que estuda o próprio corpo, como é sentido, experimentado, vivido, aquilo que os alemães chamam leib.
A chave para compreender o método é atentar para que, embora posa se efetuar dupla investigação pelo corpo, nos ateremos não à cientifica, mas à fenomenológica, sem, é claro, ignorar de todo a primeira.
Para nós, estudantes, pode-se dizer que ‘leib’ é a sensação ou percepção do nosso próprio eu. É a consciência dos próprios pensamentos internos.
Assim,percebe-se dois aspectos: de um lado a realidade física com uma estrutura ‘coisal’ objetiva, e de outro o vivido imediato da consciência, sem distância ou objetivação, uma estrutura próxima da subjetividade, constantemente operante no seu relacionamento com o mundo.
Por isso, antes de procedermos à análise filosófica da corporeidade humana, escutemos a ciência para que ela nos diga o que é esse complexo físico tão importante que é o corpo humano e que se distingue dos animais.
PROPRIEDADES DO CORPO HUMANO
Uma propriedade surpreendente é o mecanismo, a perfeição do aparelho circulatório, dos tecidos, mãos, sistemas nervosos, aparelho reprodutor, etc...
O homem é capaz de manejar seu corpo, adestrá-lo e torná-lo apto a realizar movimentos de uma perfeição admirável. Basta ver o que os instrumentistas os prestidigitadores fazem com as mãos, os dançarinos e os bailarinos com os pés, os artistas com os dedos, etc.
O homem não só é senhor do seu corpo, como também, graças a ele, torna-se senhor do mundo.
O homem no exercício de suas atividades consegue superar qualquer outro animal. Alguns estudiosos definem o homem como o ser não especializado. Enquanto no reino animal cada um é especialista em uma determinada função orgânica [da visão, audição, objeto, movimento, etc], o homem é uniformemente dotado nestes ponto, tornando-o em muitos casos até carente de certos instintos.
Entretanto, o elemento fisiológico que o distingue e o possibilita superar todas as várias especializações dos animais é o cérebro. O cérebro aparece como fator de equilíbrio biológico. A compensação da carência com a formação do cérebro aparece como uma hipercompensação de uma inferioridade biológica constitucional. O homem torna-se então um ser especializado no cérebro.
Um outro aspecto que caracteriza o corpo humano e o distingue nitidamente de todos os corpos dos animais é a sua posição vertical. Esta posição e o porte ereto são atos livres e conscientes do homem, já que a criança deve aprender a andar [e com quanto esforço!].
FUNÇÃO DE CORPOREIDADE EM GERAL
A dimensão somática pode ser aprendida estudando suas principais funções. A somaticidade é componente fundamental do existir, do viver, do conhecer, do desejar, do fazer, do ter, etc...É através dela e de sua consciência que ‘realizamos’ o mundo tal qual é.
Ou seja, o corpo é essencial ao homem. Sem ele, o homem:
_ não pode se alimentar
_ não pode se reproduzir
_ não pode aprender
_ não pode se comunicar
É mediante o corpo que o homem é um ser social.
É mediante o corpo que o homem é um ser-no-mundo.
“Entre au monde à travers um corps”
Entre essas funções, algumas são essenciais para a compreensão da natureza especifica do ser humano. As funções de ‘mundanização’, de individuação, de autocompreensão, de posse, são as mais importantes e por isso as destacaremos especialmente.
FUNÇÃO MUNDANIZANTE
É uma das principais porque a somaticidade tem a condição de ‘mundanizar’ o homem, isto é, de o fazer um ser-no-mundo.
É por obra do corpo que o homem faz parte do mundo; ele se reconhece constituído dos mesmos elementos do mundo, sujeito às mesmas sortes e às mesmas leis por causa do seu corpo.
Esta verdade, que não foi ignorada pela filosofia clássica [mesmo que Platão e Aristóteles tenham-na interpretado d maneira oposta], adquiriu uma nova clareza e profundidade graças aos estudos dos existencialistas [Heidegger, Sartre, Merleau-Ponty]. Eles mostraram que a somaticidade nos situa no mundo das coisas e nos faz participantes de suas restrições espaciais.
Como qualquer outro corpo, o nosso também se insere em uma situação espacial bem definida e deve ocupar sempre uma determinada porção do espaço.
A somaticidade faz do homem um ser-no-mundo: ela lhe designa uma determinada posição no espaço e o condiciona a ter relações ônticas apenas com as realidades que lhe são espacialmente próximas. Apenas estas entram junto com nosso corpo a fazer parte de nossa vida.” otivado por uma necessidade original, o meu corpo é ponto de referencia em relação ao qual cada coisa toma seu lugar e torna-se situada; eis-me, pois, transformando em centro de um imenso circulo – o meu ‘ambiente’: cada raio seu define, para mim,, uma perspectiva, e a sua circunferência é o meu ‘horizonte’. No interior deste circulo uma coisa qualquer não se transforma em objeto [objetum] para mim senão quando se encontra lá, defronte ao meu corpo; a uma distancia variável. O meu corpo é o centro e o foco de todo o universo espacial; o ambiente geométrico do meu ambiente vital; graças ao meu corpo localizado, atraio para mim todos os pontos do espaço; os concentro, os recapitulo, os interiorizo. Em compensação, adquirindo impulso desta posição me projeto em direção a todos os pontos do meu horizonte. Graças a este ritmo o universo inteiro reside em mim, enquanto eu habito todo o universo.”
Também a dimensão das coisas é relacionada com nosso corpo [quando éramos crianças a cadeira era mais alta...]. Assim também o movimento das coisas tem como ponto de referencia o nosso corpo.
FUNÇÃO EPISTEMOLÓGICA
Foi demonstrado que a somaticidade é, antes de tudo, instrumento necessário para uma autoconsciência. Não é de fato verdadeiro que na auto-consciência podemos nos desfazer do corpo, como afirmava Descartes. Realmente a autoconsciência se cristaliza na cinestesia: o sistema fundamental que possuímos do nosso ser, o qual se qualifica sistematicamente mediante as condições e disposições somáticas - me sinto bem ou mal, confortável ou não, sereno ou preocupado, etc. O quanto é importante a somaticidade como fator de autoconsciência se vê quando estamos indecisos se alguma coisa está acontecendo ao nosso redor ou se trata de situações puramente imaginárias, sonhadas ou reais. Então apalpamos o nosso corpo: esta é a verificação do nosso ser. Se encontramos a cabeça, as mãos, os pés, onde e como devem ser, damos um suspiro de alivio e voltamos a ficar tranqüilos.
Outra coisa que foi bem evidenciada pelos fenomenólogos contemporâneos é o caráter fortemente somático que tem o nosso conhecimento do mundo [e não raramente também de Deus]. O mundo é sistematicamente retalhado sobre categorias somáticas.
Para se fazer uma idéia de quão forte é a incidência da somaticidade na nossa concepção das coisas, basta que demos uma olhada num dicionário de qualquer língua e leiamos os artigos dedicados aos termos principais de nossa anatomia: descobriremos que esses termos são transferidos sistematicamente à denominação das coisas. Fala-se do pé da mesa, da cabeça do prego, do coração da alcachofra, etc. Isto mostra que nós lemos, pensamos e exprimimos o mundo não só mediante as categorias da razão, mas também mediante o nosso corpo vivido, tomado como princípio e forma de organização concreta. A nossa linguagem torna-se então algo de fenomenológica, empírica e óbvia.
FUNÇÃO ECONÔMICA OU DE POSSE
Com o exercício da função de posse, nós temos a impressão de que ocorre uma dilatação do nosso corpo, da nossa dimensão somática. Por esse motivo nós consideramos as coisas como possíveis prolongamentos do nosso corpo: “ Quando uma pessoa aprende a guiar um automóvel, de início tem a impressão de estar sempre sentada com o seu pequeno corpo em uma grande máquina que não conhece. Mas, depois aprende a identificar-se com essa máquina, adquire o sentido da massa externa do seu veículo. Funde-se com seu carro em uma unicidade de movimento. O veículo torna-se seu corpo. Se logo depois sofrer um acidente, não dirá: ”O outro bateu no meu carro com o seu”, mas sim: “O outro me bateu”. E freqüentemente sentirá isso como uma ofensa pessoal. O carro, como se vê,não é considerado apenas como instrumento de locomoção, mas sim como parte do próprio EU. O motorista não é apenas o patrão de seu carro; este realmente reage sobre ele, quase como se fosse o seu corpo, e lhe confere a sua marca. Uma análoga dilatação da autoconsciência está no trabalho numa fábrica, no escritório, no hospital, na leitura dos jornais ou sentado defronte ao televisor. O material ao redor do qual alguém trabalha é também o meio no qual ele se expõe. A sua existência se desenrola no jogo combinado entre ele e o seu ambiente. Torna-se, por isso, sempre mais difícil distinguir entre si o ambiente que lhe foi edificado pelos homens; de fato, os seus instrumentos não são apenas os meios dos quais se servem de maneira soberana; eles são, juntos, parte de sua figura, assim como ele é parte da deles. A relação que existe entre o homem e a máquina, se entendermos aqui a ‘máquina’ no sentido lato de obra humana, não é a relação entre sujeito e objeto, mas antes uma nova figura que une o homem e a máquina.”
FUNÇÃO ASCÉTICA
Filósofos, moralistas, escritores de coisas espirituais, tem sempre instituído alguma relação entre perfeição moral e espiritual, de uma parte, e uso do próprio corpo, de outra. Mas o fizeram de duas maneiras opostas. Alguns [Platão, Plotino, Agostinho], julgam que o corpo, com suas paixões, os seus instintos, as suas misérias e fraquezas, constitui um peso ou um laço para a alma e a impede na sua ascensão e, portanto, sugeriam àqueles que aspiravam a um grau elevado de vida moral e espiritual a mais completa separação do corpo. Outros [Aristóteles, Tomás, Rosmini], ao contrário, creram que o corpo, enquanto constitutivo essencial do homem, seja diretamente envolvido na sua perfeição: ela depende m grande parte dos hábitos somáticos que uma pessoa consegue atingir.
Para nós, este não é ainda o momento de discutir o valor das perspectivas antropológicas opostas em que se inspiram as ditas teorias. A experiência cotidiana nos diz que o exercício de uma virtude, como a prática de um vicio, é em larga medida devido aos hábitos que conseguimos adquirir com o nosso corpo. Por exemplo, os vícios do fumo e da bebida dependem essencialmente de hábito somático. Outro tanto vale também para a pratica da castidade, que para alguns parece tão árdua e mesmo impossível: também esta é uma questão de hábito somático. Quem controla por muito tempo os instintos do próprio corpo o habitua a ser continente. E como no corpo do não fumante se estabelece uma aversão ao fumo, assim no corpo do continente se forma uma repugnância pelo prazer carnal.
Não há, pois, nenhuma dúvida que o corpo tenha uma função capital a desenvolver também em relação ao ascetismo e à vida espiritual.
IMPLICAÇÕES ONTO-ANTROPOLÓGICAS
Entendemos por implicações onto-antropológicas da análise fenomenológica de uma dada dimensão do homem as implicações relativas ao ser do homem que estão contidas em tal análise.
Após uma análise da somaticidade podemos tirar algumas conclusões.
A somaticidade é um componente essencial do ser humano. Sem deixar de dar à alma o seu devido valor, a afirmação de Merleau-Ponty sintetiza esta primeira conclusão: “Eu sou o meu corpo.” Graças à minha somaticidade, eu estou situado em uma determinada posição, estou fechado dentro de certos confins, sou diferente dos outros seres: sou eu mesmo e não outras coisas; tenho a minha personalidade.
Todavia, eu sou infinitamente mais do que me consente ser o meu corpo. Há dentro de mim alguma coisa que me faz superar os confins que não são prescritos pelo corpo. Enquanto fisicamente sou pequeníssimo, intencionalmente posso tornar-me todas as coisas. Eu supero incessantemente o meu corpo: estou sempre além de mim mesmo e, não obstante a pequenez da minha configuração corpórea, consigo fazer minha a imensidão do universo.
A somaticidade, não obstante o seu intrínseco recolhimento, não impede o homem de possuir uma abertura radical, uma abertura que não olha somente para a frente, mas também para o alto: a somaticidade é transcendida tanto na direção horizontal quanto na vertical.
Embora essencial ao homem e embora revelativo do mistério profundo que o homem faz de si mesmo [o corpo é a epifania desse mistério], o corpo não é o homem. Eis as razões principais:
- Mesmo perdendo uma parte de meu corpo, sinto-me ainda substancialmente o mesmo;
- o corpo sem vida, ainda que permanecendo por algum tempo substancialmente o de antes, não é mais o homem;
- a autoconsciência distingue nitidamente o nosso ser do nosso corpo [Descartes];
- Nas nossas atividades há um aspecto físico e um aspecto psíquico [por exemplo, quando movo um braço, há o movimento do braço e a consciência de tal movimento; o que não se dá no caso dos fantoches e dos robôs, etc.].
Mas a finitude, a contigência, a corrupção, não parecem ser a última palavra da somaticidade humana. A somaticidade em si mesma parece inexoravelmente bloqueada entre certos confins e exposta à corrupção. Mas, ao mesmo tempo, a somaticidade humana leva consigo alguns sinais que constrastam com essas limitações. É uma somaticidade cheia de consciência, aberta no ser, estendida para a felicidade mais completa. É uma somaticidade que transcende a própria natureza da somaticidade e se transforma em epifania do espírito.
A somaticidade humana é efetivamente ‘fenômeno’, ou seja, manifestação de alguma coisa que a ultrapassa; é símbolo de uma realidade mais profunda, que a permeabiliza e transforma totalmente, à qual nós rosacruzes damos o nome de alma. É dessa realidade intima e profunda, que ela ao mesmo tempo esconde e revela que a somaticidade manifesta as condições e o estado definitivos. É no próprio corpo que lemos a bondade, a malicia, o prazer, a serenidade, a astúcia,a preguiça, a luxuria, a avareza, etc., de um homem.
Por isso, por mais necessário e esclarecedor que seja o estudo da corporeidade para a determinação do ser humano, esse estudo não pode ser suficiente: com efeito, ele não apenas não basta para revelar-nos o sr total do homem, mas não nos faz nem conhecer a verdadeira natureza da somaticidade humana. Ela poderá ser revelada apenas através do estudo daquela realidade íntima, de que o corpo é a epifania, ou seja, a alma.
GLOSSÁRIO
SER: O que existe – aquilo que é real; o ser excede o parecer. Na filosofia rosacruz poderíamos equipará-lo ao Cósmico.
SER-NO-MUNDO: Utiliza-se a expressão s.n.m. quando se deseja colocar o homem inserido num contexto que é o mundo – existir no mundo.
FENOMENOLOGIA: Filosofia de E. Husserl que se caracteriza principalmente pelo método que busca ‘as coisas mesmas’, objetivando reencontrar nos dados originários da experiência.
PARADIGMA: Conceito retomado por Thomas Khun em seu livro “A Estrutura das revoluções Cientificas”, que significa modo, modelo, padrão.
ESTRUTURA COISAL: Constituição de algo material; objetal; manifesto.
DIMENSÃO SOMÁTICA: Dimensão relativa ao corpo do homem enquanto expressão material.
ÔNTICO: Pertencente ou relativo ao ente.
ENTE: Coisa; substancia; objeto; aquilo que existe manifesto, expresso, visível.
ONTOLOGIA: Parte da filosofia que trata da natureza do ser, do ser enquanto ser, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um do seres.
A principio cabe esclarecer qual método usaremos para abordar o tema. Embora rara nos dias de hoje, a expressão ‘Homo Somaticus’ não o era nos tempos d São Paulo e Filão Alexandrino que, como outros do mesmo período, separam no homem dois elementos:
* um psíquico, ligado à alma;
* e, outro somático, ligado ao corpo.
A expressão Homo Somaticus é um termo usado para identificar a dimensão corpórea do homem.
O corpo humano tem sido objeto de reflexão filosófica em quase toda parte da história do pensamento. Encontra-se em Platão, Aristóteles, Filão, Santo Agostinho, São Tomás, Descartes, Spinoza, Leibnitz, Schopenhauer, Nietzsche, Bérgson, Heidegger, Sartre, Merleau-Ponty, Marcel e outros.
O fato de muitos pensadores antigos e até modernos não considerarem o corpo em si mesmo mas apenas e exclusivamente em relação com a alma, coloca-o numa posição de pouca importância nas suas reflexões antropológicas, razão pela qual vêmo-lo sempre no fim de seus postulados.
Não é exclusividade dos platônicos [Platão, Plotino, Descartes, Leibnitz] que, identificando o homem com sua alma, estudam antes de tudo e sobretudo esta última, mas também os aristotélicos [Aristóteles, Tomás, Locke], que vêem no corpo uma parte essencial do homem. Justifica-se pela forma como avaliam a questão: tantos os platônicos como os aristotélicos, em antropologia, se valem do método metafísico, o qual exige que se estude antes as causas e depois os efeitos, antes as coisas mais perfeitas e depois aquelas menos perfeitas. E, dado que ambos sustentam que a alma é mais perfeita que o corpo e que exerce sobre ele uma atividade causal, logicamente concentram suas atenções sobretudo na alma.
Cabe lembrar que a exceção são os existencialistas, que centram suas atenções no homem com seus atributos enquanto ser-no-mundo e sua existência concreta – a partir da qual está condenado a ser livre, construtor do próprio destino e arquiteto da sua vida, submetido embora a limitações concretas e existenciais.
Daí a famosa frase do contemporâneo francês existencialista, Jean-Paul Sartre:”O inferno é o outro.”
Avaliando qual o melhor método para nossa abordagem, destacamos dois: um é focar o corpo como realidade física. Estudá-lo pelo método experimental chamado de ‘cientifico’. Na época moderna, a partir de Descartes até Pavlov e Watson, vigorou o costume, também entre os filósofos, de aplicar o método experimental ao estudo da dimensão da corporeidade.
O problema é que desse modo reduziu-se o corpo a uma coisa, a uma maquina, com leis mecânicas perfeitamente calculáveis.
E sabemos que o corpo não pode ser reduzido a uma coisa.
Essa característica de Descartes e outros se deu porque foram induzidos a depositar fé cega no método cientifico, que só reconhece como verdadeiro e real aquilo que é experimental – os objetos físicos e as coisas materiais.
Outro método é o Fenomenológico.
A quebra desse paradigma se deu quando, no inicio do nosso século, homens como Bérgson, James, Dilthy, Husserl e Scheler provocaram uma forte reação a essas pretensões da ciência de monopolizar toda a esfera do saber, e mostraram que existem outros modos de conhecimento tão precisos como os da ciência.
A separação entre método cientifico e método experiencial para o estudo do corpo originou duas considerações diferentes do fenômeno da corporeidade: a cientifica – o corpo – coisa, objeto, o corpo como se manifesta aos outros, aquilo que os alemães chamam ‘körper’; e a consideração fenomenológica, que estuda o próprio corpo, como é sentido, experimentado, vivido, aquilo que os alemães chamam leib.
A chave para compreender o método é atentar para que, embora posa se efetuar dupla investigação pelo corpo, nos ateremos não à cientifica, mas à fenomenológica, sem, é claro, ignorar de todo a primeira.
Para nós, estudantes, pode-se dizer que ‘leib’ é a sensação ou percepção do nosso próprio eu. É a consciência dos próprios pensamentos internos.
Assim,percebe-se dois aspectos: de um lado a realidade física com uma estrutura ‘coisal’ objetiva, e de outro o vivido imediato da consciência, sem distância ou objetivação, uma estrutura próxima da subjetividade, constantemente operante no seu relacionamento com o mundo.
Por isso, antes de procedermos à análise filosófica da corporeidade humana, escutemos a ciência para que ela nos diga o que é esse complexo físico tão importante que é o corpo humano e que se distingue dos animais.
PROPRIEDADES DO CORPO HUMANO
Uma propriedade surpreendente é o mecanismo, a perfeição do aparelho circulatório, dos tecidos, mãos, sistemas nervosos, aparelho reprodutor, etc...
O homem é capaz de manejar seu corpo, adestrá-lo e torná-lo apto a realizar movimentos de uma perfeição admirável. Basta ver o que os instrumentistas os prestidigitadores fazem com as mãos, os dançarinos e os bailarinos com os pés, os artistas com os dedos, etc.
O homem não só é senhor do seu corpo, como também, graças a ele, torna-se senhor do mundo.
O homem no exercício de suas atividades consegue superar qualquer outro animal. Alguns estudiosos definem o homem como o ser não especializado. Enquanto no reino animal cada um é especialista em uma determinada função orgânica [da visão, audição, objeto, movimento, etc], o homem é uniformemente dotado nestes ponto, tornando-o em muitos casos até carente de certos instintos.
Entretanto, o elemento fisiológico que o distingue e o possibilita superar todas as várias especializações dos animais é o cérebro. O cérebro aparece como fator de equilíbrio biológico. A compensação da carência com a formação do cérebro aparece como uma hipercompensação de uma inferioridade biológica constitucional. O homem torna-se então um ser especializado no cérebro.
Um outro aspecto que caracteriza o corpo humano e o distingue nitidamente de todos os corpos dos animais é a sua posição vertical. Esta posição e o porte ereto são atos livres e conscientes do homem, já que a criança deve aprender a andar [e com quanto esforço!].
FUNÇÃO DE CORPOREIDADE EM GERAL
A dimensão somática pode ser aprendida estudando suas principais funções. A somaticidade é componente fundamental do existir, do viver, do conhecer, do desejar, do fazer, do ter, etc...É através dela e de sua consciência que ‘realizamos’ o mundo tal qual é.
Ou seja, o corpo é essencial ao homem. Sem ele, o homem:
_ não pode se alimentar
_ não pode se reproduzir
_ não pode aprender
_ não pode se comunicar
É mediante o corpo que o homem é um ser social.
É mediante o corpo que o homem é um ser-no-mundo.
“Entre au monde à travers um corps”
Entre essas funções, algumas são essenciais para a compreensão da natureza especifica do ser humano. As funções de ‘mundanização’, de individuação, de autocompreensão, de posse, são as mais importantes e por isso as destacaremos especialmente.
FUNÇÃO MUNDANIZANTE
É uma das principais porque a somaticidade tem a condição de ‘mundanizar’ o homem, isto é, de o fazer um ser-no-mundo.
É por obra do corpo que o homem faz parte do mundo; ele se reconhece constituído dos mesmos elementos do mundo, sujeito às mesmas sortes e às mesmas leis por causa do seu corpo.
Esta verdade, que não foi ignorada pela filosofia clássica [mesmo que Platão e Aristóteles tenham-na interpretado d maneira oposta], adquiriu uma nova clareza e profundidade graças aos estudos dos existencialistas [Heidegger, Sartre, Merleau-Ponty]. Eles mostraram que a somaticidade nos situa no mundo das coisas e nos faz participantes de suas restrições espaciais.
Como qualquer outro corpo, o nosso também se insere em uma situação espacial bem definida e deve ocupar sempre uma determinada porção do espaço.
A somaticidade faz do homem um ser-no-mundo: ela lhe designa uma determinada posição no espaço e o condiciona a ter relações ônticas apenas com as realidades que lhe são espacialmente próximas. Apenas estas entram junto com nosso corpo a fazer parte de nossa vida.” otivado por uma necessidade original, o meu corpo é ponto de referencia em relação ao qual cada coisa toma seu lugar e torna-se situada; eis-me, pois, transformando em centro de um imenso circulo – o meu ‘ambiente’: cada raio seu define, para mim,, uma perspectiva, e a sua circunferência é o meu ‘horizonte’. No interior deste circulo uma coisa qualquer não se transforma em objeto [objetum] para mim senão quando se encontra lá, defronte ao meu corpo; a uma distancia variável. O meu corpo é o centro e o foco de todo o universo espacial; o ambiente geométrico do meu ambiente vital; graças ao meu corpo localizado, atraio para mim todos os pontos do espaço; os concentro, os recapitulo, os interiorizo. Em compensação, adquirindo impulso desta posição me projeto em direção a todos os pontos do meu horizonte. Graças a este ritmo o universo inteiro reside em mim, enquanto eu habito todo o universo.”
Também a dimensão das coisas é relacionada com nosso corpo [quando éramos crianças a cadeira era mais alta...]. Assim também o movimento das coisas tem como ponto de referencia o nosso corpo.
FUNÇÃO EPISTEMOLÓGICA
Foi demonstrado que a somaticidade é, antes de tudo, instrumento necessário para uma autoconsciência. Não é de fato verdadeiro que na auto-consciência podemos nos desfazer do corpo, como afirmava Descartes. Realmente a autoconsciência se cristaliza na cinestesia: o sistema fundamental que possuímos do nosso ser, o qual se qualifica sistematicamente mediante as condições e disposições somáticas - me sinto bem ou mal, confortável ou não, sereno ou preocupado, etc. O quanto é importante a somaticidade como fator de autoconsciência se vê quando estamos indecisos se alguma coisa está acontecendo ao nosso redor ou se trata de situações puramente imaginárias, sonhadas ou reais. Então apalpamos o nosso corpo: esta é a verificação do nosso ser. Se encontramos a cabeça, as mãos, os pés, onde e como devem ser, damos um suspiro de alivio e voltamos a ficar tranqüilos.
Outra coisa que foi bem evidenciada pelos fenomenólogos contemporâneos é o caráter fortemente somático que tem o nosso conhecimento do mundo [e não raramente também de Deus]. O mundo é sistematicamente retalhado sobre categorias somáticas.
Para se fazer uma idéia de quão forte é a incidência da somaticidade na nossa concepção das coisas, basta que demos uma olhada num dicionário de qualquer língua e leiamos os artigos dedicados aos termos principais de nossa anatomia: descobriremos que esses termos são transferidos sistematicamente à denominação das coisas. Fala-se do pé da mesa, da cabeça do prego, do coração da alcachofra, etc. Isto mostra que nós lemos, pensamos e exprimimos o mundo não só mediante as categorias da razão, mas também mediante o nosso corpo vivido, tomado como princípio e forma de organização concreta. A nossa linguagem torna-se então algo de fenomenológica, empírica e óbvia.
FUNÇÃO ECONÔMICA OU DE POSSE
Com o exercício da função de posse, nós temos a impressão de que ocorre uma dilatação do nosso corpo, da nossa dimensão somática. Por esse motivo nós consideramos as coisas como possíveis prolongamentos do nosso corpo: “ Quando uma pessoa aprende a guiar um automóvel, de início tem a impressão de estar sempre sentada com o seu pequeno corpo em uma grande máquina que não conhece. Mas, depois aprende a identificar-se com essa máquina, adquire o sentido da massa externa do seu veículo. Funde-se com seu carro em uma unicidade de movimento. O veículo torna-se seu corpo. Se logo depois sofrer um acidente, não dirá: ”O outro bateu no meu carro com o seu”, mas sim: “O outro me bateu”. E freqüentemente sentirá isso como uma ofensa pessoal. O carro, como se vê,não é considerado apenas como instrumento de locomoção, mas sim como parte do próprio EU. O motorista não é apenas o patrão de seu carro; este realmente reage sobre ele, quase como se fosse o seu corpo, e lhe confere a sua marca. Uma análoga dilatação da autoconsciência está no trabalho numa fábrica, no escritório, no hospital, na leitura dos jornais ou sentado defronte ao televisor. O material ao redor do qual alguém trabalha é também o meio no qual ele se expõe. A sua existência se desenrola no jogo combinado entre ele e o seu ambiente. Torna-se, por isso, sempre mais difícil distinguir entre si o ambiente que lhe foi edificado pelos homens; de fato, os seus instrumentos não são apenas os meios dos quais se servem de maneira soberana; eles são, juntos, parte de sua figura, assim como ele é parte da deles. A relação que existe entre o homem e a máquina, se entendermos aqui a ‘máquina’ no sentido lato de obra humana, não é a relação entre sujeito e objeto, mas antes uma nova figura que une o homem e a máquina.”
FUNÇÃO ASCÉTICA
Filósofos, moralistas, escritores de coisas espirituais, tem sempre instituído alguma relação entre perfeição moral e espiritual, de uma parte, e uso do próprio corpo, de outra. Mas o fizeram de duas maneiras opostas. Alguns [Platão, Plotino, Agostinho], julgam que o corpo, com suas paixões, os seus instintos, as suas misérias e fraquezas, constitui um peso ou um laço para a alma e a impede na sua ascensão e, portanto, sugeriam àqueles que aspiravam a um grau elevado de vida moral e espiritual a mais completa separação do corpo. Outros [Aristóteles, Tomás, Rosmini], ao contrário, creram que o corpo, enquanto constitutivo essencial do homem, seja diretamente envolvido na sua perfeição: ela depende m grande parte dos hábitos somáticos que uma pessoa consegue atingir.
Para nós, este não é ainda o momento de discutir o valor das perspectivas antropológicas opostas em que se inspiram as ditas teorias. A experiência cotidiana nos diz que o exercício de uma virtude, como a prática de um vicio, é em larga medida devido aos hábitos que conseguimos adquirir com o nosso corpo. Por exemplo, os vícios do fumo e da bebida dependem essencialmente de hábito somático. Outro tanto vale também para a pratica da castidade, que para alguns parece tão árdua e mesmo impossível: também esta é uma questão de hábito somático. Quem controla por muito tempo os instintos do próprio corpo o habitua a ser continente. E como no corpo do não fumante se estabelece uma aversão ao fumo, assim no corpo do continente se forma uma repugnância pelo prazer carnal.
Não há, pois, nenhuma dúvida que o corpo tenha uma função capital a desenvolver também em relação ao ascetismo e à vida espiritual.
IMPLICAÇÕES ONTO-ANTROPOLÓGICAS
Entendemos por implicações onto-antropológicas da análise fenomenológica de uma dada dimensão do homem as implicações relativas ao ser do homem que estão contidas em tal análise.
Após uma análise da somaticidade podemos tirar algumas conclusões.
A somaticidade é um componente essencial do ser humano. Sem deixar de dar à alma o seu devido valor, a afirmação de Merleau-Ponty sintetiza esta primeira conclusão: “Eu sou o meu corpo.” Graças à minha somaticidade, eu estou situado em uma determinada posição, estou fechado dentro de certos confins, sou diferente dos outros seres: sou eu mesmo e não outras coisas; tenho a minha personalidade.
Todavia, eu sou infinitamente mais do que me consente ser o meu corpo. Há dentro de mim alguma coisa que me faz superar os confins que não são prescritos pelo corpo. Enquanto fisicamente sou pequeníssimo, intencionalmente posso tornar-me todas as coisas. Eu supero incessantemente o meu corpo: estou sempre além de mim mesmo e, não obstante a pequenez da minha configuração corpórea, consigo fazer minha a imensidão do universo.
A somaticidade, não obstante o seu intrínseco recolhimento, não impede o homem de possuir uma abertura radical, uma abertura que não olha somente para a frente, mas também para o alto: a somaticidade é transcendida tanto na direção horizontal quanto na vertical.
Embora essencial ao homem e embora revelativo do mistério profundo que o homem faz de si mesmo [o corpo é a epifania desse mistério], o corpo não é o homem. Eis as razões principais:
- Mesmo perdendo uma parte de meu corpo, sinto-me ainda substancialmente o mesmo;
- o corpo sem vida, ainda que permanecendo por algum tempo substancialmente o de antes, não é mais o homem;
- a autoconsciência distingue nitidamente o nosso ser do nosso corpo [Descartes];
- Nas nossas atividades há um aspecto físico e um aspecto psíquico [por exemplo, quando movo um braço, há o movimento do braço e a consciência de tal movimento; o que não se dá no caso dos fantoches e dos robôs, etc.].
Mas a finitude, a contigência, a corrupção, não parecem ser a última palavra da somaticidade humana. A somaticidade em si mesma parece inexoravelmente bloqueada entre certos confins e exposta à corrupção. Mas, ao mesmo tempo, a somaticidade humana leva consigo alguns sinais que constrastam com essas limitações. É uma somaticidade cheia de consciência, aberta no ser, estendida para a felicidade mais completa. É uma somaticidade que transcende a própria natureza da somaticidade e se transforma em epifania do espírito.
A somaticidade humana é efetivamente ‘fenômeno’, ou seja, manifestação de alguma coisa que a ultrapassa; é símbolo de uma realidade mais profunda, que a permeabiliza e transforma totalmente, à qual nós rosacruzes damos o nome de alma. É dessa realidade intima e profunda, que ela ao mesmo tempo esconde e revela que a somaticidade manifesta as condições e o estado definitivos. É no próprio corpo que lemos a bondade, a malicia, o prazer, a serenidade, a astúcia,a preguiça, a luxuria, a avareza, etc., de um homem.
Por isso, por mais necessário e esclarecedor que seja o estudo da corporeidade para a determinação do ser humano, esse estudo não pode ser suficiente: com efeito, ele não apenas não basta para revelar-nos o sr total do homem, mas não nos faz nem conhecer a verdadeira natureza da somaticidade humana. Ela poderá ser revelada apenas através do estudo daquela realidade íntima, de que o corpo é a epifania, ou seja, a alma.
GLOSSÁRIO
SER: O que existe – aquilo que é real; o ser excede o parecer. Na filosofia rosacruz poderíamos equipará-lo ao Cósmico.
SER-NO-MUNDO: Utiliza-se a expressão s.n.m. quando se deseja colocar o homem inserido num contexto que é o mundo – existir no mundo.
FENOMENOLOGIA: Filosofia de E. Husserl que se caracteriza principalmente pelo método que busca ‘as coisas mesmas’, objetivando reencontrar nos dados originários da experiência.
PARADIGMA: Conceito retomado por Thomas Khun em seu livro “A Estrutura das revoluções Cientificas”, que significa modo, modelo, padrão.
ESTRUTURA COISAL: Constituição de algo material; objetal; manifesto.
DIMENSÃO SOMÁTICA: Dimensão relativa ao corpo do homem enquanto expressão material.
ÔNTICO: Pertencente ou relativo ao ente.
ENTE: Coisa; substancia; objeto; aquilo que existe manifesto, expresso, visível.
ONTOLOGIA: Parte da filosofia que trata da natureza do ser, do ser enquanto ser, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um do seres.
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