Nestes dias em que tanto se escreve acerca da transmissão do pensamento e do seu efeito sobre as pessoas e as situações, poderia parecer que a projeção do pensamento fosse amplamente aceita como fato, e que não fossem necessários argumentos para comprovar as leis metafísicas evolvidas. Contudo, há muitas pessoas que são cépticas, e há muitas que acreditam que tal manifestação de leis metafísicas seja casual ou acidental, e não conseqüência de um processo objetivo que todos podem estudar, praticar e dominar.
Há não muitos anos, lembro-me, um grande grupo de homens e mulheres reunia-se mensalmente em New York, com o objetivo de investiga e testar esta e outras teorias metafísicas. O fenômeno da projeção de pensamento era então definido como a transmissão de um pensamento conservado na mente de uma pessoa ou de um grupo de pessoas.
Afirmava-se que, pelo emprego de algumas leis místicas recentemente descobertas, a pessoa em cuja mente o pensamento se originara podia, voluntariamente e com êxito, enviar tal pensamento pelo espaço para um dado ponto. De centenas de experimentos realizados pelos membros da mencionada sociedade de investigação, apenas cerca de 20 por cento obtiveram sucesso. Quando tinham êxito, não eram realizados de acordo com o processo teórico aplicado em outros experimentos. Além disso, parecia haver um elemento de acaso, que envolvia a manifestação de alguma lei desconhecida que controlava a transmissão e a recepção de pensamentos.
Há determinados princípios envolvidos na projeção do pensamento que são facilmente demonstráveis. Revelam que o processo é devido a certas leis até agora não explicados oficialmente. Cremos que para haver êxito na pratica desta técnica, de muitos séculos, tal êxito se deva tanto ao conhecimento das leis físicas do universo, quanto das leis metafísicas.
A tentativa de psicólogos, místicos e dos chamados ocultistas, para explicar a projeção do pensamento em bases puramente metafísicas, conduziu a experimentação inútil, com a mesma reduzida percentagem de resultados positivos que se verifica sob condições de teste. Não é de admirar que cientistas de tendências materialista e grande parte das pessoas sensatas tenham-se recusado a aceitar as explicações místicas. A tendência de estudante de misticismo e metafísica para escrever e falar inconseqüentemente de coisas cientificas, sem estarem familiarizados com os mais elementares princípios de metafísica e química, cosmologia e ontologia, levou as pessoas de mentalidade cientifica a atirar todos os postulados metafísicos e místicos ao lixo.
Energia e Pensamentos
Compreendemos que o pensamento resulta de certos processos da mente, envolvendo energias mentais concentradas ou postas em circulação, pelos quais essas energias convergem e se organizam numa unidade de expressão. Poder-se-ia dizer que o pensamento se assemelha à faísca produzida por dois fios carregados de energia elétrica postos em contato por um momento, assim concentrando-se a energia neles existente e produzindo-se o instantâneo fenômeno, ou a manifestação de sua energia que chamamos de faísca elétrica.
Um pensamento sustentado durante certo tempo é côo uma centelha prolongada ao se conservar os fios ligados de modo que suas correntes se choquem e invertam rápida e livremente a polaridade, o suficiente para manter a faísca. A única diferença é que o pensamento – completo, perfeito e de nada carente em sua constituição para ser uma expressão perfeita de uma idéia racional – provavelmente se constitui de muitas correntes de energia que se focalizam num ponto, e não apenas duas como no caso dos fios elétricos.
Os cientistas modernos descobriram que a energia e os impulsos nervosos do corpo humano são realmente comparáveis à energia elétrica com que estamos familiarizados. A energia cerebral, portanto, e a energia utilizada no pensamento, são extraídas da energia nervosa do corpo e, inquestionavelmente, constituem-se de certa freqüência ou fase da energia vital que se encontra no organismo humano.
Somos tentados, por isso, a comparar o pensamento à centelha produzida no equipamento de transmissão de uma estação de rádio, a transmissão sem fio de sinais limitava-se quase exclusivamente à produção de tais centelhas, pressionando-se uma chave. Supunha-se que esses impulsos elétricos originavam ondas que flutuavam no éter hipotético, em todas as direções, assim produzindo, nos receptores sensíveis, um sinal de natureza idêntica à centelha original. Esta tendência, então, a considerar o pensamento análogo a uma centelha de natureza superior levou-nos a explicações que envolvem, não apenas o suposto éter, mas, também outros elementos hipotéticos.
Do nosso ponto de vista, o pensamento não se transmite como se supõe que a faísca elétrica se transmita através do éter. O pensamento não constitui um distúrbio da tranqüilidade, da condição estática do éter, produzindo ondas que se irradiem em todas as direções.
A antiga analogia para esta concepção era a de que uma pedra, jogada na superfície lisa da água, produz ondas que se irradiam em todas as direções, provocando um movimento impulsivo num objeto que esteja flutuando na água a certa distancia. Esta analogia requeria a substituição do meio liquido pelo éter hipotético, pois, se o pensamento fluía em ondas, como as ondas na superfície da água, era necessário que se inventasse algo para tomar o lugar da água.
A IMUTÁVEL MENTE CÓSMICA
Sabe-se hoje que a Consciência Cósmica, ou Mente Cósmica, é uma substancia ou energia uniforme e imutável, de alta freqüência vibratória, que impregna todo o espaço e está em contato real e permanente com a consciência de todas as criaturas vivas. Não é intangível, no sentido de que sua existência não possa ser objetivamente comprovada ou percebida pelas faculdades do homem; mas é invisível e superior a todas as limitações dos elementos físicos constituídos de vibrações inferiores.
Já deve o leitor ter percebido que, ao se entrar numa sala em que todas as portas e janelas estejam fechadas, o abrir ou fechar uma porta faz com que as janelas vibrem suavemente em suas esquadrias. O movimento rápido de uma porta, ou sua movimentação sucessiva, cinco ou dez centímetros para um lado e outro, provocam movimento em outras partes da sala. Isto se deve à atmosfera invisível da sala, que, à semelhança de alguma espécie de substancia sólida, preenche todo o espaço do ambiente, de modo que a pressão aplicada numa extremidade ao se abrir contra ela a porta causa pressão contra as janelas do lado oposto da sala.
Os indígenas podiam perceber a aproximação de cavaleiros distantes, apertando o ouvido contra a terra e ouvindo as batidas das patas dos cavalos no chão. Em regiões isoladas dos Estados Unidos, quando desejava saber se algum trem estava se aproximando da estação, pressionava meu ouvido contra os trilhos e ouvia o ruído do comboio a duas ou três milhas, quando não se podia vê-lo ou ouvi-lo de outro modo. Nestes casos, as impressões de som ou de contato se propagaram através das substancias sólidas, não na forma de ondas flutuando na superfície, mas pela natureza da pressão sobre a matéria sólida, que se transmite automaticamente de um extremo a outro, sem perder sua identidade. Da mesma forma, todas as consciências existentes na terra estão, de algum modo ou em certo grau, em contato com a Mente Cósmica, pois a Consciência Cósmica é simplesmente a soma total das consciências de todas as criaturas vivas.
Poderíamos comparar esta consciência universal a um imenso tabuleiro de xadrez, com suas casas brancas e pretas. Se marcássemos um pontinho no centro de cada casa e considerássemos o ponto a consciência de uma criatura viva, e o restante da casa ao seu redor a aura ou a consciência de cada pessoa, veríamos que, em razão de se tocarem mutuamente todas as casas, a consciência de todas, e o próprio tabuleiro, realmente constituiriam a consciência universal. Se uma das mentes no centro de um das casas produzisse um impulso de pensamento em sua própria casa, tal impulso seria sentido por todas as outras casas do tabuleiro, exatamente como uma batida numa extremidade de uma tabua seria percebida em qualquer ponto de sua extensão.
Nos primeiros experimentos, anos atrás, verificou-se que algumas pessoas eram mais receptivas às impressões transmitidas do que outras. Isto não significa que tivessem maior contato com a Consciência Cósmica, mas que haviam estimulado, despertado e assim desenvolvido maior grau de sensibilidade às impressões recebidas.
O estudante de musica desenvolve gradualmente maior sensibilidade à freqüência do som e, após algum tempo, é capaz de detectar as mais sutis vibrações na altura de uma dada nota. O pintor é capaz de desenvolver um grau maior de percepção dos matizes de cor. O arquiteto e o desenhista desenvolvem a sensibilidade às linhas retas e curvas e tem aguda percepção da correção horizontal ou vertical de uma linha.
Constatou-se há séculos, que existem exercícios e princípios que podem ser empregados pela pessoa comum para desenvolver as faculdades do Eu interior, de modo que as impressões possam ser recebidas e instantaneamente identificadas. Esse desenvolvimento é sempre acompanhado de intensificação da atividade das faculdades de transmissão de idéias e impressões.
Mesmo que não estão interessados nas leis metafísicas descobrem que determinados resultados positivos se manifestam quando aplicam certos princípios. Isto deve tornar claro que para se alcançar o desenvolvimento para a utilização das faculdades e funções do Eu interior, deve-se basear em princípios científicos. Facilmente demonstráveis e eficazmente utilizados na promoção do bem-estar do individuo e na superação de condições infortunadas.
_
“O atributo da vida é a consciência. Sem ela, torna-se a vida um mero processo mecânico.”
_
[Texto de H.S.L]
Nenhum comentário:
Postar um comentário