A consciência é comumente conceituada como ‘percepção’. Esta, por sua vez, pode ser entendida como o estado, ou a condição pela qual alcançamos a cognição da exterioridade e de nossa própria existência. Assim, podemos perceber [estar conscientes de] algo visual, ou podemos ter sensações de prazer ou de dor.
Todas as nossas percepções, nossos estados de consciência, estão relacionados com três categorias gerais de sensações.:
1_Primeiro: há as qualidades de nossos sentidos externos [objetivos]: visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa. Qualquer coisa que tomemos consciência exteriormente, no mundo que nos cerca [bem como em nosso próprio ser físico], assume as qualidades de nossos sentidos objetivos, tais como, dureza, moleza, intensidade [som], frieza, proximidade, distância,doçura, azedume, e assim por diante.
2_Segundo: consiste das sensações de prazer e de dor. Embora as chamemos de ‘sensações’, na verdade elas não estão relacionadas com as características grais da faculdade do tato. Isto é, não são sensações de dureza, moleza, maciez, nem necessariamente de calor ou de frio. Sensações como de calor ou de frio podem acompanhar a consciência de prazer ou de dor, porém, não são inerentes à mesma. Na realidade, podemos afirmar que o prazer e a dor são avaliações que o organismo faz dos efeitos, sobre ele próprio, de outras sensações. Mais sucintamente, o prazer e a dor nos informam se aquilo que estamos sentindo é aceitável para o organismo, ou não.
3_ A terceira categoria de sensações de percepção é a mais complexa. Pode ser chamada de ‘psíquica’, no sentido de que é mais subliminar, ou seja, parece transcender as faculdades objetivas, mais grosseiras. Esta espécie de consciência constitui a ‘autopercepção’. Nosso ser não possui, em seu estado puro, as qualidades de nossos sentidos externos. Em outras palavras, nosso Eu real não é alto nem baixo, ou quente, frio, etc. Simplesmente, estamos cônscios das sensações de que o “Eu”, o ego consiste, destituídas de quaisquer qualidades relacionadas com o mundo físico ou externo.
CONSCIÊNCIA E PERCEPÇÃO
“Sabemos que existimos”, porém, não por quaisquer sensações que possamos atribuir a alguma outra categoria de consciência. Portanto, esta ‘terceira’ categoria de sensações consiste em uma espécie de introversão da consciência, ou seja, de sensação que se volta para si mesma. Mais especificamente, trata-se de ‘apercepção’, isto é, ‘consciência da consciência’. Isto significa que a consciência se ‘apercebe’ de sua própria função.
Se nos detivermos um pouco para analisar este ponto, isto nos ajudará a compreender melhor a natureza do EU. Nós, seres cognitivos, pensantes, não existimos para nós mesmos sem a consciência, nem existe qualquer outra coisa que chamamos de realidade. Portanto, nosso estado de consciência constitui nossa ‘existência pessoal’, nossa própria realidade. Um ser precisa ‘saber’ que ‘existe’. Não precisa saber o que é, mas, por meio de alguma espécie de consciência, tem de reagir como entidade distinta de seu ambiente. Por conseguinte, se a consciência do EU é nossa ‘entidade psíquica’, distinta de nossa entidade física, ela existe quando estamos cônscios da consciência. Então, sabemos que existimos. Temos um sentimento de realidade pessoal, de identidade pessoal.
A ideação, os vários conceitos ou as diversas idéias associadas a nossas experiências, quer provenientes de raciocínio, imaginação, ou percepção direta, são apenas a estrutura final da mente. Em outras palavras, trata-se de uma combinação, uma associação das diversas impressões recebidas externa e internamente, que são arranjadas numa nova ordem, pela mente.
Surge então a questão: ‘é a consciência uma coisa? É ela substancial, ou seja, terá uma qualidade própria, específica e independente?’ Já afirmamos que a consciência é usualmente definida como percepção. Todavia, a percepção não tem existência independente. Não pode haver percepção à parte daquilo que é percebido. A consciência, portanto, apresenta-se como uma ‘função’. É um estado, uma condição decorrente de outros fatores e deles dependente; um fenômeno que ocorre como efeito de certas causas. Sem essas causas, não existe consciência.
UM EQUILÍBRIO DE DUAS QUALIDADES
Toda célula viva apresenta um equilíbrio imanente de duas qualidades primárias. De um lado, os elementos químicos de que a célula é composta. Esses elementos não são diferentes dos que compõem a matéria inanimada. Há, entretanto, a segunda qualidade primária, que é mais sutil e misteriosa do que a primeira. Trata-se da força ‘vital’, que atua sobre os elementos químicos da célula, ‘relativamente’ inertes. Esta força mostra-se dinâmica em sua ação sobre os demais elementos da célula. A Biologia Molecular procura explicar esta ação interna da célula viva como uma interação de seus componentes moleculares. Contudo, há uma característica da força vital que sugere ‘inteligência’. Trata-se de um esforço no sentido daquilo que parece constituir um propósito: a função de perpetuar sua espécie. Isto se caracteriza como um ato de preservação. Ou seja, no interior da célula, persiste um estado de ‘harmonia’, uma evidente ordem, compelindo-a ao cumprimento de suas funções.
A célula resiste a qualquer condição que cause ‘irritação’. Existe, assim parece, um campo de sensibilidade em torno da célula. Qualquer coisa contígua a esse campo hipotético atua sobre o mesmo. Esta ação, então, ou complementa ou perturba a função da célula.
Haverá melhor expressão para designar esse campo de sensibilidade celular do que a função da consciência? Aqui podemos usar a analogia comum do campo magnético do ímã. Esse campo, tanto atrai como repele. A consciência apresenta reação semelhante às impressões que os sistemas nervosos e o cérebro finalmente interpretam como sensações e imagens mentais.
Em vista desta especulação ou hipótese, dir-se-ia que a consciência é uma função de ‘reatividade’, isto é, um estado ou condição de ser ativa por estímulos. Isto, então, implicaria que nossa percepção a distancia, da realidade, por exemplo de algum objeto, seria devida à energia dos impulsos emanados desse objeto, que alcançariam o campo de nossa consciência e nele penetrariam.
Uma outra pergunta precisa ser feita: Será possível identificar um nível do campo da consciência humana? Poderá ela expandir sua ‘reatividade para além’ do próprio organismo? Isto é como perguntar s o campo do ímã pode ser expandido. Sabemos que ele pode ser expandido, aumentando-se a força do ímã.
Há referencias na literatura mística do passado que postulam a ‘projeção da consciência humana’. Além disso, muitos pesquisadores científicos contemporâneos, no campo dos fenômenos psíquicos e da parapsicologia, estão tentando comprovar essas afirmações tradicionais de projeção psíquica da consciência. Numerosos experimentos de natureza cientifica têm parecido comprovar que a telepatia é um fato. Todavia, os cientistas ainda não chegaram a um acordo quanto ao seu exato mecanismo. Mas o fenômeno da projeção da consciência é muito diferente do fenômeno de transmissão e recepção por telepatia.
BI-LOCAÇÃO
Na projeção da consciência, o sujeito se apercebe de algo além das mensagens ou palavras mentais, que são aparentemente auditivas. Todo o fluxo da consciência parece expandir-se no espaço e no tempo. Neste fenômeno de projeção, o sujeito sente uma percepção ‘dual’ de localização, tecnicamente conhecida como ‘bi-locação’. Em outras palavras, sente o EU presente em dois lugares, simultaneamente. Assim, ele pode estar fisicamente sentado numa cadeira, em seu lar,e, no entanto, concomitantemente sentir o EU num outro lugar. Esse outro lugar pode ser próximo ou do outro lado da Terra. Durante a projeção, o sujeito pode ver, ouvir, sentir ao tato,etc., as condições do lugar para o qual sua consciência se projetou, bem como ao redor do mesmo. Além disso, pode senti-las tão intensamente como se elas fossem objetivamente percebidas no lugar em que ele fisicamente se encontrava.
Há um aspecto singular desse fenômeno de projeção que tem sido assinalado por aqueles que o vivenciaram. Trata-se de que, quando o sujeito se projeta, não tem percepção objetiva, física, de si mesmo, no lugar para onde sua consciência se projetou. Tudo se passa como se sua consciência, no local da projeção, estivesse isolada de todas as impressões d seu próprio ser ‘físico’. Não obstante, durante todo o tempo, o sujeito se apercebe do seu EU. Sabe que o EU está sendo projetado, como sabe que ele se encontra num lugar distante de onde está situado seu corpo físico. Mas, a não ser por este peculiar fato de não estar cônscio do seu ser físico, o sujeito, na projeção, pode se aperceber de seu ambiente como em sua percepção objetiva ordinária.
Sabemos que vemos, ouvimos, sentimos ao tato, degustamos, e sentimos ao olfato, por meio dos órgãos receptores, tais como os olhos, ouvidos e o nariz, que captam estímulos. Essas impressões são finalmente transmitidas ao cérebro, onde são transformadas em sensações e imagens de ideação, ou seja, onde adquirem identidade, para nós. Mas, como se aperceberá o EU desses impulsos, como terá ‘sensações’ a uma distância que geralmente ultrapassa o alcance dos órgãos sensoriais, quando a consciência é projetada? Como sentirá o sujeito os detalhes de um local situado, por exemplo, a milhares de quilômetros, sem qualquer meio físico para coadjuvar os sentidos objetivos?
Uma resposta possível, ainda que abstrata, para este enigmático fenômeno, está na existência de um ‘paralelismo psíquico’. Em termos simples, isto sugere que o homem possui uma faculdade psíquica correspondente a cada um d seus sentidos externos, objetivos. Mais especificamente, pode ele ver, ouvir, sentir ao tato e ao olfato, e degustar, de maneira ‘psíquica’. Para melhor compreendermos este ponto, tomemos a música por analogia. Sabemos que as notas musicais podem produzir harmônicos em oitavas superiores e inferiores, com diferentes freqüências vibratórias. Não será então possível que toda a corrente de consciência tenha também um paralelismo psíquico, mas de freqüência vibratória muito superior à das sensações das faculdades sensórias objetivas? A consciência desse paralelismo psíquico não estaria restrita às limitações normais de tempo e espaço. Poderia se ‘expandir’ para onde quer que a mente a dirigisse. Ou, a consciência psíquica poderia ser liberada subconscientemente.
Muitas experiências de projeção da consciência não foram volitivas. Antes, ocorreram sem que fosse precedidas de qualquer pensamento consciente a seu respeito, numa espécie de evento súbito, inexplicável. Portanto, todo ser humano é dotado desse paralelismo psíquico, porém, raramente vivenciará o fenômeno de projeção psíquica da consciência. Existem exercícios que podem ajudar o individuo a desenvolver e exercer esta potencialidade humana natural. Não é fácil consegui-lo, porém, mesmo para aqueles que fazem estudos especiais. A projeção da consciência é a única verdadeira forma de expansão da consciência.
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[Texto do Imperator]
Todas as nossas percepções, nossos estados de consciência, estão relacionados com três categorias gerais de sensações.:
1_Primeiro: há as qualidades de nossos sentidos externos [objetivos]: visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa. Qualquer coisa que tomemos consciência exteriormente, no mundo que nos cerca [bem como em nosso próprio ser físico], assume as qualidades de nossos sentidos objetivos, tais como, dureza, moleza, intensidade [som], frieza, proximidade, distância,doçura, azedume, e assim por diante.
2_Segundo: consiste das sensações de prazer e de dor. Embora as chamemos de ‘sensações’, na verdade elas não estão relacionadas com as características grais da faculdade do tato. Isto é, não são sensações de dureza, moleza, maciez, nem necessariamente de calor ou de frio. Sensações como de calor ou de frio podem acompanhar a consciência de prazer ou de dor, porém, não são inerentes à mesma. Na realidade, podemos afirmar que o prazer e a dor são avaliações que o organismo faz dos efeitos, sobre ele próprio, de outras sensações. Mais sucintamente, o prazer e a dor nos informam se aquilo que estamos sentindo é aceitável para o organismo, ou não.
3_ A terceira categoria de sensações de percepção é a mais complexa. Pode ser chamada de ‘psíquica’, no sentido de que é mais subliminar, ou seja, parece transcender as faculdades objetivas, mais grosseiras. Esta espécie de consciência constitui a ‘autopercepção’. Nosso ser não possui, em seu estado puro, as qualidades de nossos sentidos externos. Em outras palavras, nosso Eu real não é alto nem baixo, ou quente, frio, etc. Simplesmente, estamos cônscios das sensações de que o “Eu”, o ego consiste, destituídas de quaisquer qualidades relacionadas com o mundo físico ou externo.
CONSCIÊNCIA E PERCEPÇÃO
“Sabemos que existimos”, porém, não por quaisquer sensações que possamos atribuir a alguma outra categoria de consciência. Portanto, esta ‘terceira’ categoria de sensações consiste em uma espécie de introversão da consciência, ou seja, de sensação que se volta para si mesma. Mais especificamente, trata-se de ‘apercepção’, isto é, ‘consciência da consciência’. Isto significa que a consciência se ‘apercebe’ de sua própria função.
Se nos detivermos um pouco para analisar este ponto, isto nos ajudará a compreender melhor a natureza do EU. Nós, seres cognitivos, pensantes, não existimos para nós mesmos sem a consciência, nem existe qualquer outra coisa que chamamos de realidade. Portanto, nosso estado de consciência constitui nossa ‘existência pessoal’, nossa própria realidade. Um ser precisa ‘saber’ que ‘existe’. Não precisa saber o que é, mas, por meio de alguma espécie de consciência, tem de reagir como entidade distinta de seu ambiente. Por conseguinte, se a consciência do EU é nossa ‘entidade psíquica’, distinta de nossa entidade física, ela existe quando estamos cônscios da consciência. Então, sabemos que existimos. Temos um sentimento de realidade pessoal, de identidade pessoal.
A ideação, os vários conceitos ou as diversas idéias associadas a nossas experiências, quer provenientes de raciocínio, imaginação, ou percepção direta, são apenas a estrutura final da mente. Em outras palavras, trata-se de uma combinação, uma associação das diversas impressões recebidas externa e internamente, que são arranjadas numa nova ordem, pela mente.
Surge então a questão: ‘é a consciência uma coisa? É ela substancial, ou seja, terá uma qualidade própria, específica e independente?’ Já afirmamos que a consciência é usualmente definida como percepção. Todavia, a percepção não tem existência independente. Não pode haver percepção à parte daquilo que é percebido. A consciência, portanto, apresenta-se como uma ‘função’. É um estado, uma condição decorrente de outros fatores e deles dependente; um fenômeno que ocorre como efeito de certas causas. Sem essas causas, não existe consciência.
UM EQUILÍBRIO DE DUAS QUALIDADES
Toda célula viva apresenta um equilíbrio imanente de duas qualidades primárias. De um lado, os elementos químicos de que a célula é composta. Esses elementos não são diferentes dos que compõem a matéria inanimada. Há, entretanto, a segunda qualidade primária, que é mais sutil e misteriosa do que a primeira. Trata-se da força ‘vital’, que atua sobre os elementos químicos da célula, ‘relativamente’ inertes. Esta força mostra-se dinâmica em sua ação sobre os demais elementos da célula. A Biologia Molecular procura explicar esta ação interna da célula viva como uma interação de seus componentes moleculares. Contudo, há uma característica da força vital que sugere ‘inteligência’. Trata-se de um esforço no sentido daquilo que parece constituir um propósito: a função de perpetuar sua espécie. Isto se caracteriza como um ato de preservação. Ou seja, no interior da célula, persiste um estado de ‘harmonia’, uma evidente ordem, compelindo-a ao cumprimento de suas funções.
A célula resiste a qualquer condição que cause ‘irritação’. Existe, assim parece, um campo de sensibilidade em torno da célula. Qualquer coisa contígua a esse campo hipotético atua sobre o mesmo. Esta ação, então, ou complementa ou perturba a função da célula.
Haverá melhor expressão para designar esse campo de sensibilidade celular do que a função da consciência? Aqui podemos usar a analogia comum do campo magnético do ímã. Esse campo, tanto atrai como repele. A consciência apresenta reação semelhante às impressões que os sistemas nervosos e o cérebro finalmente interpretam como sensações e imagens mentais.
Em vista desta especulação ou hipótese, dir-se-ia que a consciência é uma função de ‘reatividade’, isto é, um estado ou condição de ser ativa por estímulos. Isto, então, implicaria que nossa percepção a distancia, da realidade, por exemplo de algum objeto, seria devida à energia dos impulsos emanados desse objeto, que alcançariam o campo de nossa consciência e nele penetrariam.
Uma outra pergunta precisa ser feita: Será possível identificar um nível do campo da consciência humana? Poderá ela expandir sua ‘reatividade para além’ do próprio organismo? Isto é como perguntar s o campo do ímã pode ser expandido. Sabemos que ele pode ser expandido, aumentando-se a força do ímã.
Há referencias na literatura mística do passado que postulam a ‘projeção da consciência humana’. Além disso, muitos pesquisadores científicos contemporâneos, no campo dos fenômenos psíquicos e da parapsicologia, estão tentando comprovar essas afirmações tradicionais de projeção psíquica da consciência. Numerosos experimentos de natureza cientifica têm parecido comprovar que a telepatia é um fato. Todavia, os cientistas ainda não chegaram a um acordo quanto ao seu exato mecanismo. Mas o fenômeno da projeção da consciência é muito diferente do fenômeno de transmissão e recepção por telepatia.
BI-LOCAÇÃO
Na projeção da consciência, o sujeito se apercebe de algo além das mensagens ou palavras mentais, que são aparentemente auditivas. Todo o fluxo da consciência parece expandir-se no espaço e no tempo. Neste fenômeno de projeção, o sujeito sente uma percepção ‘dual’ de localização, tecnicamente conhecida como ‘bi-locação’. Em outras palavras, sente o EU presente em dois lugares, simultaneamente. Assim, ele pode estar fisicamente sentado numa cadeira, em seu lar,e, no entanto, concomitantemente sentir o EU num outro lugar. Esse outro lugar pode ser próximo ou do outro lado da Terra. Durante a projeção, o sujeito pode ver, ouvir, sentir ao tato,etc., as condições do lugar para o qual sua consciência se projetou, bem como ao redor do mesmo. Além disso, pode senti-las tão intensamente como se elas fossem objetivamente percebidas no lugar em que ele fisicamente se encontrava.
Há um aspecto singular desse fenômeno de projeção que tem sido assinalado por aqueles que o vivenciaram. Trata-se de que, quando o sujeito se projeta, não tem percepção objetiva, física, de si mesmo, no lugar para onde sua consciência se projetou. Tudo se passa como se sua consciência, no local da projeção, estivesse isolada de todas as impressões d seu próprio ser ‘físico’. Não obstante, durante todo o tempo, o sujeito se apercebe do seu EU. Sabe que o EU está sendo projetado, como sabe que ele se encontra num lugar distante de onde está situado seu corpo físico. Mas, a não ser por este peculiar fato de não estar cônscio do seu ser físico, o sujeito, na projeção, pode se aperceber de seu ambiente como em sua percepção objetiva ordinária.
Sabemos que vemos, ouvimos, sentimos ao tato, degustamos, e sentimos ao olfato, por meio dos órgãos receptores, tais como os olhos, ouvidos e o nariz, que captam estímulos. Essas impressões são finalmente transmitidas ao cérebro, onde são transformadas em sensações e imagens de ideação, ou seja, onde adquirem identidade, para nós. Mas, como se aperceberá o EU desses impulsos, como terá ‘sensações’ a uma distância que geralmente ultrapassa o alcance dos órgãos sensoriais, quando a consciência é projetada? Como sentirá o sujeito os detalhes de um local situado, por exemplo, a milhares de quilômetros, sem qualquer meio físico para coadjuvar os sentidos objetivos?
Uma resposta possível, ainda que abstrata, para este enigmático fenômeno, está na existência de um ‘paralelismo psíquico’. Em termos simples, isto sugere que o homem possui uma faculdade psíquica correspondente a cada um d seus sentidos externos, objetivos. Mais especificamente, pode ele ver, ouvir, sentir ao tato e ao olfato, e degustar, de maneira ‘psíquica’. Para melhor compreendermos este ponto, tomemos a música por analogia. Sabemos que as notas musicais podem produzir harmônicos em oitavas superiores e inferiores, com diferentes freqüências vibratórias. Não será então possível que toda a corrente de consciência tenha também um paralelismo psíquico, mas de freqüência vibratória muito superior à das sensações das faculdades sensórias objetivas? A consciência desse paralelismo psíquico não estaria restrita às limitações normais de tempo e espaço. Poderia se ‘expandir’ para onde quer que a mente a dirigisse. Ou, a consciência psíquica poderia ser liberada subconscientemente.
Muitas experiências de projeção da consciência não foram volitivas. Antes, ocorreram sem que fosse precedidas de qualquer pensamento consciente a seu respeito, numa espécie de evento súbito, inexplicável. Portanto, todo ser humano é dotado desse paralelismo psíquico, porém, raramente vivenciará o fenômeno de projeção psíquica da consciência. Existem exercícios que podem ajudar o individuo a desenvolver e exercer esta potencialidade humana natural. Não é fácil consegui-lo, porém, mesmo para aqueles que fazem estudos especiais. A projeção da consciência é a única verdadeira forma de expansão da consciência.
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[Texto do Imperator]
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