11 de ago. de 2010

OS CÓDIGOS DA INTELIGÊNCIA


"O ser humano aprendeu a atuar no teatro social com brilho, mas não no teatro psíquico, onde é preciso filtrar estímulos estressantes, gerir seus pensamentos, proteger sua emoção. Somos tímidos espectadores onde deveríamos ser ágeis atores.
No dia-a-dia, a mente pensa tolices, a emoção dá crédito a elas e o eu ingênuo, que não aprendeu a decifrar os códigos da inteligência, paga a conta por não saber filtrar os pensamentos. A vida tão bela se torna, assim, uma fonte de angústias. Decifrar os códigos da inteligência não é um luxo intelectual, mas uma necessidade psíquica vital! "
[Augusto Cury, autor do livro “O Código da Inteligência” ]


O QUE SÃO:
São códigos capazes de estimular as pessoas a libertar sua criatividade, expandir a arte de pensar, desenvolver saúde psíquica e excelência profissional. Pessoas que decifram plenamente alguns destes códigos saem do rol dos comuns e se destacam na vida social, profissional ou acadêmica. CURY chama códigos às funções da inteligência porque diz que não basta admirá-los nem entendê-los logicamente. É preciso decifrá-los intimamente, desvendar os seus segredos, ter disciplina e treinar para os assimilar.

ARMADILHAS DA MENTE HUMANA:
As armadilhas da mente bloqueiam a capacidade de decifrar os códigos da inteligência e são construídas ao longo do processo de formação da personalidade humana. São elas:

- O conformismo: É a arte de não reagir e de aceitar passivamente as dificuldades. O conformista é inerte e mentalmente preguiçoso na área em que se considera incapaz e acredita que tudo é obra do destino.

- O coitadismo: É o conformismo potencializado, a arte de ter compaixão de si mesmo. O coitadista espera sempre que os outros o encorajem, lhe digam coisas positivas. Pode ser ótimo com os outros, mas em geral se auto-abandona, não cuida de si.

- O medo de reconhecer os erros: É o medo inconsciente de se assumir como ser humano, com defeitos, fragilidades e incoerências. Sabemos que errar é humano, mas insistimos em sermos deuses.

- O medo de correr riscos: Bloqueia a ousadia, a liberdade. É impossível eliminar todos os riscos. A existência em si já é um contrato de risco. Todas as grandes conquistas são frutos de ações com risco

OS CÓDIGOS DA INTELIGÊNCIA:

- Código do Eu como gestor do intelecto:
Devemos sempre exercer a arte da dúvida, da crítica e da determinação, deixando a condição de espectador passivo frente à vida e tornando-se autor da sua própria história. Para isso, temos que aprender a filtrar os estímulos estressantes, reeditar as janelas killer de nossa mente, construir janelas light paralelas e fazer constantemente a mesa-redonda do eu.

- Código da Autocrítica:
É a postura madura de quem analisa seu papel como ser humano, educador, profissional, amigo. Para isso, precisamos pensar nas conseqüências dos comportamentos. A memória não obedece a nossa vontade. Tudo que vivemos é registrado e tudo que falamos é arquivado. Por isso pense antes de agir! Pense antes de reagir e pense nos resultados dos nossos atos. Pensar antes de reagir é fundamental, pois nos segundos que se seguem a um foco de tensão somos controlados por zonas de conflito que bloqueiam milhares de janelas light, impedindo o acesso a informações que nos forneceriam serenidade, coerência intelectual e raciocínio crítico.

- Código da Psicoadaptação ou da Resiliência:
É a capacidade de sobreviver às intempéries da existência. Aplausos e vaias, risos e lagrimas fazem parte do teatro da vida. O grau de resiliência de um ser humano depende da capacidade de superar e de se adaptar perante as adversidades que surgem no caminho na sua vida. É preciso estar ciente de que a vida é cíclica e que todas as escolhas têm suas perdas.

- Código do Altruísmo:
Altruísmo é a capacidade de se colocar no lugar dos outros. O altruísmo é o contrário do egoísmo e do individualismo. Com estes expressamos a nossa natureza animalesca ou instintiva, e seremos agentes da exclusão e da agressividade. Com aquele expressaremos a grandeza da alma, e seremos agentes da bondade, compaixão, generosidade e desprendimento. Seremos solidários com quem falha e estimularemos o outro incluindo-o. Os altruístas não são ingênuos. Doam-se aos outros porque aprenderam a reconhecer e a agradecer aos que se doaram por eles. O altruísmo ensina-se pelo exemplo. No ensino do altruísmo a eloquência do silêncio é mais eficaz do que as palavras.

- Código do Debate de Idéias:
O debate de idéias é o alicerce do processo de formação de pensadores, o segredo que fundamenta intelectos livres, seguros e participativos. É preciso questionar as idéias transmitidas, aprender a expor e não impor suas idéiais, dando direito para que os outros a confrontem.

- Código do Carisma:
É o código da capacidade de encantar, de envolver, de surpreender, de admirar os outros e de se admirar a si mesmo. É o código da afetividade, da amabilidade, da afabilidade e do romantismo existencial. Elogiar quem está próximo e agradecer as pessoas que contribuem com você com as coisas mais singelas, ter prazer em ajudar o próximo e aprender a valorizar o que se tem são algumas das ferramentas para se decifrar o Código do Carisma.

- Código da Intuição Criativa:

É o código que liberta o imaginário, expande a inventividade, produz novos conhecimentos, refina o olhar multifocal perante os fenômenos físicos, psíquicos e sociais para os poder analisar sob múltiplos ângulos. É o código que alicerça o processo de observação, dedução, indução e raciocínio esquemático. Ele nos dá subsídio para produzir soluções não vistas e saídas não enxergadas. Para decifrar este código não podemos ter medo de pensar diferente, devemos enxergar o caos como oportunidade criativa e evitar dar respostas fechadas, prontas.

- Código do Eu como Gestor da emoção:
É o código que nos posiciona como administradores dos sentimentos, gestores da insegurança, dos temores, medos, angústias, humor triste, ciúmes, agonia e aflições. É o código que dá um choque de lucidez nas emoções, recicla o seu controlo de qualidade, propicia terreno para cultivamos a tranquilidade, o prazer, o júbilo, o deleite e o usufruto existêncial.

Sobre o autor:
Augusto Cury, médico psiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor, produziu uma nova teoria sobre a lógica do pensamento, o processo de interpretação e o processo de formação de pensadores. É autor de dezenas de livros, dentre eles “Pais Brilhantes, Professores Fascinantes”, “O Vendedor de Sonhos” e “O Código da Inteligência”.

Pesquisador da Psicologia, desenvolveu ao longo de 20 anos uma das técnicas mais complexas da atualidade sobre o funcionamento da mente e a construção da inteligência, publicada no livro “Inteligência Multifocal – Análise da construção dos pensamentos e da formação de pensadores”. A teoria da Inteligência Multifocal tem sido usada em teses de mestrado e doutorado em diversos países, nas áreas de psicologia, ciências da educação, sociologia, pedagogia e outras.

“Administrar a emoção é mais difícil do que gerenciar uma empresa com milhares de funcionários.”

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