15 de nov. de 2009

UFOLOGIA _ SEIS CASOS INEXPLICADOS


A grande maioria dos avistamentos de objetos voadores não-identificados encontram explicações terrenas. Mas um pequeno número de casos continua a desafiar a ciência e os céticos. Relembramos aqui seis desses episódios, narrados na enciclopédia THE UFO BOOK.

Os descrentes dizem que é muito fácil derrubar um objeto voador não-identificado. Basta acertá-lo com um ponto de interrogação. Por exemplo, o famoso incidente Mantell, no qual um UFO supostamente derrubou um caça P-51 Mustang em plena luz do dia. Na verdade, no dia 7 de janeiro de 1948, o capitão Thomas F. Mantell Jr., piloto da Guarda Aérea Nacional, morreu depois de esgotar seu oxigênio perseguindo um reflexo da luz do sol provocado por um então secreto balão da Marinha.

O radar também é tão falível quanto o olho humano. Já houve casos em que fizeram manchetes descrevendo frotas de UFOs sobrevoando instalações militares e cidades. Em todos esses incidentes, os verdadeiros invasores foram os sinais de radar sobrepostos,massas atmosféricas de densidades diferentes ou bandos de pássaros que de repente compactavam a sua formação de vôo.

Cada uma dessas anomalias pode fazer o radar detectar alvos múltiplos ou objetos que surgem e desaparecem num piscar de olhos.

Em certas ocasiões, divergências na interpretação dos ‘fatos’ de um determinado caso podem levar ufólogos e céticos a se comportarem como índios em guerra. Existe, no entanto, um ponto no qual todos concordam: a maior parte dos avistamentos declarados de discos voadores não passa de ilusões criadas por aviões, planetas ou outros fenômenos naturais.

A ‘maior parte’ dos avistamentos, porém, não significa ‘todos’ os avistamentos. E, enquanto as investigações do governo americano, por exemplo, garantem que os UFOs não ameaçam a segurança nacional, os mesmos relatórios também detalham dúzias de avistamentos que nem a ciência nem os céticos conseguem explicar convincentemente. Talvez, um dia, quem sabe, por causa de um dos seis casos inexplicados relatados a seguir, o manto de segurança envolvendo UFOs venha finalmente a cair.
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1] McMINNVILLE,EUA
Segundo opinião generalizada entre ufólogos, o avistamento mais plausível de todos foi registrado em uma simples foto em preto e branco, feita pelo fazendeiro Paul Trent, de McMinnville, Oregon [oeste dos Estados Unidos]. Foi em 11 de maio de 1950, quando Trent, sua mulher e seu padrasto avistaram uma máquina voadora em forma de tampa de tijela. A Sra. Trent foi quem viu primeiro. Ela contou aos investigadores da Força Aérea americana que eram cerca de sete e meia da noite. Ela estava andando pelo quintal da sua casa quando, dez metros acima dela, o objeto passou flutuando sem fazer nenhum ruído. Ele vinha do norte e criou um deslocamento de ar que fez seu vestido farfalhar.

Pensando ser ‘alguma coisa que o exercito estava experimentando’, ela gritou para o marido trazer a Câmera. Enquanto ele corria para fora e batias as fotografias, ela foi para dentro telefonar para seus pais, que eram vizinhos. Alertados, eles ainda chegaram a ver um pouquinho da nave enquanto ela desaparecia na direção oeste.

Quando o filme foi revelado , Trent mostrou-o ao seu amigo Frank Wortmann, o banqueiro da cidade, que exibiu as fotos na janela do banco. Elas depois foram vistas por um repórter local, que publicou a história. No mês seguinte a foto principal foi publicada pela revista ‘Life’. O FBI e a Força Aérea interrogaram os Trents. E depois as fotos sumiram.

Só foram encontradas 17 anos depois, no arquivo de uma agência de notícias. “As fotos chamam a atenção porque mostram uma nave estruturada, artificial, e não luzes nebulosas’, explica Jerome Clark, do Centro J. Allen Hynek para o Estudo dos UFOs [JAHCUS]. Ele investigou o caso enquanto fazia pesquisas para uma enciclopédia intitulada THE UFO BOOK.

Os céticos não encontraram nada para desacreditar a integridade dos Trents e nenhum motivo financeiro que os levasse a falsificar as fotos de UFOs. Até hoje, a principal critica às fotos foi feita por Philip J. Klass, um jornalista de aviação que publicou vários livros desancando os discos voadores. Klass diz que a foto de Trent mostra um padrão de sombra que só poderia ser produzido se a foto fosse tirada na luz da manhã. Bruce Maccabee, um físico ótico de respeito, porém mais simpático aos ufólogos, diz que o mesmo efeito pode ser criado por um céu encoberto.

O mistério continua. ‘Se autênticas, as fotos são uma significativa evidência da existência de UFOs inteligentemente controlados’, diz Clark.

2] SHIRAZ, IRÃ
No final dos anos 70, o longo relacionamento entre o Irã e os Estados Unidos terminou depois da queda do xá Reza Pahlevi. Antecipando o conflito armado, ambos os lados correram para se preparar militarmente. Com satélites-espiões americanos olhando para baixo e os radares xiitas iranianos olhando para cima, os céus sobre o Irã tornaram-se o espaço aéreo mais vigiado do mundo.

Não fosse pelos eventos políticos, sem duvida o comando militar americano jamais ficaria interessado em uma foto tirada pelo jovem Jamshid Saiadipour, de 16 anos. Acordado até tarde da noite a fim de estudar para os exames, em junho de 1978 ele viu e fotografou um UFO da janela do seu apartamento na cidade de Shiraz.

A foto causou sensação entre os ufólogos porque mostrava um UFO que pilotos americanos diziam ter visto no começo daquele ano, quando faziam uma manobra de aproximação para pousar no aeroporto de Teerã.

Em outubro de 1978, uma nave similar foi fotografada por outro adolescente, Franklin Youri, em frente à sua casa perto do lago Urmia, no oeste iraniano. Esta foto, contudo, só foi vista depois da família de Youri se mudar para os Estados Unidos, três anos mais tarde.

Este caso só veio a público quando uma ação baseada no Freedom Information Act obrigou o Departamento de Defesa dos EUA a divulgar os documentos que revelavam seu interesse em objetos voadores não-identificados.

O que levou os ufólogos e os militares americanos a ficarem tão interessados nas fotos de UFOs tiradas por dois adolescentes iranianos? Os ufólogos afirmam que o espaço aéreo iraniano há muitos anos era palco para a ação dos discos voadores. Dizem eles que o momento fundamental ocorreu em 19 de setembro de 1978, com o encontro entre dois caças F-4 Phantom iranianos e um objeto que não apareceu no radar. Quando os jatos se aproximaram o suficiente para lançarem seus mísseis ar-ar, os sistemas de controlo de disparo de armas dos aviões falharam misteriosamente e por várias vezes.

Os descrentes argumentam que a verdadeira razão para o interesse dos chefes militares americanos foi a forte semelhança entre o objeto que aparecia nas duas fotos e um então secreto avião furtivo [stealth], conhecido como Tacit Blue. Desenvolvido numa base secreta americana localizada no centro do Estado de Nevada, conhecida como Área 51, o avião foi projetado para testar a tecnologia stealth. Os ufólogos dizem que o caso precisa ser mais investigado. Enquanto isso, permanece como sendo o de um UFO válido.

3] ILHA DE TRINDADE, BRASIL
Quando os ufólogos e os céticos não conseguem encontrar os fios transparentes, as sombras ou os sinais de que determinada foto de UFO é falsa, eles questionam a credibilidade do fotógrafo e das testemunhas. Observadores treinados-incluindo pilotos, capitães de navios e oficiais militares – são geralmente considerados as melhores testemunhas. É a credibilidade de 47 membros da tripulação de um navio de guerra brasileiro, o Almirante Saldanha, que torna a foto de um disco voador sobrevoando a ilha de Trindade tão importante.

Participando do Ano Geofísico Internacional, a Marinha brasileira montou uma estação meteorológica na pequena e rochosa ilha de Trindade, no meio do Atlântico Sul. Em janeiro de 1958, observadores no local começaram a notar uma atividade aérea incomum, incluindo discos voadores que cruzavam o céu velozmente. Em 16 de janeiro, um disco apareceu dentro do alcance visual do navio.

Entre os presentes estava o fotógrafo Almiro Baraúna, que bateu uma série de seis chapas. Depois que o Almirante Saldanha retornou ao seu ponto, as fotos, que haviam sido reveladas a bordo, foram entregues ao Ministério da Marinha. Analistas determinaram que elas eram autenticas e concluíram que mostravam um objeto com cerca de 15 metros de diâmetro movendo-se a mais de 900 quilômetros por hora.

Duas explicações foram oferecidas pelos céticos. Inicialmente, Donald H. Menzel, professor de astronomia da Universidade Harvard, disse que o UFO era simplesmente um avião voando pela neblina. Depois, no primeiro livro de uma série que escreveria desacreditando os discos voadores, Menzel afirmou que as fotos eram falsas. Baraúna, ele disse, havia primeiramente fotografado um modelo de UFO em sua casa e mais tarde teria feito uma dupla exposição do mesmo rolo de filme, tirando fotos a céu aberto. Todavia, em 1978, um laboratório independente analisou as fotos usando computadores e concluiu que não houvera dupla exposição do filme.
“Devido ao numero de testemunhas, os resultados do exame da foto e a necessidade dos céticos de reinventar o incidente para ‘explicar o caso’, parece muito improvável que as fotografias de Trindade sejam um engodo”, argumenta Clark.


4] Bentwaters, Inglaterra
Nick Pope, funcionário do Ministério da Defesa britânico, começou seu novo trabalho acreditando em luzes de aviões – e terminou acreditando em extraterrestres. Durante três anos ele trabalhou no escritório do Ministério da Defesa que investiga os UFOs. Entre os relatórios que Pope examinou estava um incidente que ficou conhecido como o “Caso Roswell da Inglaterra”. Aconteceu nos últimos dias de dezembro de 1980, próximo a base aérea americana em Bentwaters, atualmente desativada. Por duas noites seguidas, patrulhas de segurança observaram luzes incomuns no bosque de Rendlesham, logo além da cerca da base. Na Noite de 27 de dezembro, uma patrulha entrou na floresta com lanternas, contadores geiger e rádios de comunicação. No momento critico, quando surgiu uma nave angular com 7 metros de largura por 10 de altura, os instrumentos dos contadores geiger começaram a detectar radiação e as lanternas e rádios começaram a falhar esporadicamente.

A luz do dia revelou galhos de árvores quebrados e três depressões circulares [com 5 centímetros de profundidade], sugerindo que algo havia pousado, exatamente como os observadores afirmavam.

Primeiro os descrentes descartaram essa evidencia física como sendo estragos provocados pelo vento. Eles explicaram que as luzes incomuns eram resultado de uma complexa cadeia de eventos que incluía um raro fenômeno astronômico, restos de satélites queimando ao reentrar na atmosfera terrestre e a luz rotativa de um farol marítimo situado a vários quilômetros de distancia. O que eles não conseguiram explicar, segundo Pope, foi um relatório cientifico encontrado nos arquivos do Ministério da Defesa, que mostrava radiações 25 vezes mais altas do que os níveis normais encontrados no local do pouso.

Procurando mais, Pope descobriu que o caso Bentwaters foi o segundo a ocorrer no bosque de Rendlesham. Em 13 de agosto de 1956, radares britânicos detectaram sinais semelhantes ao de um avião a jato – só que ele se movia a mais de 15 mil quilômetros por hora. Os técnicos mais tarde disseram aos investigadores do Projeto Livro Azul que inspeções no radar indicavam que o aparelho estava funcionando normalmente. O incidente permaneceu secreto até 1969.

Pope disse que os dois episódios em Bentwaters - e outros que investigou durante sua permanência no Ministério da Defesa britânico como seu principal investigador de UFOs – levaram-no a acreditar em discos voadores e o inspiraram a escrever um livro intitulado OPEN SKIES, CLOSED MINDS [ “CÉUS ABERTOS, MENTES FECHADAS”]. “Enquanto nós continuarmos a ter medo do ridículo, os UFOs continuaram a ser ignorados”, diz ele.

5] ZANESVILLE, EUA
Para aqueles que acreditam que os discos voadores são pilotados por criaturas do tamanho de crianças com grandes olhos amendoados, qualquer avistamento que tem lugar no Estado americano de Ohio merece atenção especial.

O ponto de atração é a base da Força Aérea de Wrigth-Patterson. Além de ser o quartel-general do Projeto Livro Azul, também é o laro do Air Technical Intelligence Center, que analisou as máquinas voadoras baseadas nos projetos do “disco voador” desenvolvidos pela Alemanha Nazista. O que torna essa história ainda mais atraente são os boatos recorrentes de que a base aérea também é um depósito de UFOs acidentados e cadáveres de extraterrestres.

Ohio tem outra distinção na ufologia. Em Zanesville, no dia 13 de novembro de 1966, o barbeiro local e astrônomo amador Ralph Ditter tirou duas fotos espetaculares de um objeto. Além de detalhadas e isso para os céticos é prova de fraude – essas fotos são importantes por sua semelhança com uma nave que fora avistada várias vezes no decorrer daquele ano. Pelo menos dois desses avistamentos foram relatados por oficiais de justiça, testemunhas críveis em qualquer lugar. Em Toledo, em 25 de março, dois oficiais do condado de Lucas, Robert Schultz e Stanley Nelepa, disseram ter visto um enorme objeto flutuando no nível do topo das árvores. Quatro dias mais tarde, um objeto laranja brilhante foi visto flutuando sobre o prédio da prefeitura em Berea. Três dias depois ele foi visto pela segunda vez pelos policiais Clarence T. Janowick e John R. Galik Jr.

Como Ditter tirou suas fotos com uma câmara Polaroid, não há negativos para se buscar sinais de alterações. Os senhores jurados ainda não chegaram a um veredito se as fotos de Zanesville são uma prova espetacular ou uma fraude retumbante.

6] HISDALE, EUA
Os ufólogos às vezes dizem que os descrentes são aqueles que ainda não viram um disco voador. Joseph Hynek, que cunhou a frase “contato imediato”, certamente concordaria.

Hynek era um astrofísico da Universidade de Chicago e um cético convicto que serviu como consultor do Projeto Livro Azul, uma investigação de UFOs patrocinada pela Força Aérea americana. E então ele mudou de lado. O caso responsável por sua conversão aconteceu no condado de Hillsdale, Michigan, em 21 de março de 1966.

Eram cerca de dez e meia da noite quando uma moradora do dormitório feminino da Faculdade de Hillsdale avistou um estranho objeto no céu. O diretor da Defesa Civil, Willian E. Van Horn, confirmou que um objeto luminoso e brilhante estava de fato “pulando” em um desfiladeiro próximo e depois levantou vôo. Hynek, que morreu em 1986, disse inicialmente que o avistamento em Hillsdale era uma “inundação de gás”. Mas, duas semanas depois, ele não só mudou de opinião mas também de lado no grande debate sobre discos voadores.

Talvez tenha sido o conteúdo do relatório de Van Horn que deu início à sua conversão. Análises de solo mostravam que, no mesmo local onde a “inundação de gás” havia pousado, os níveis de radiação eram mais altos do que nos arredores. Mais significativo ainda era que o chão também estava contaminado com boro, o elemento utilizado para controlar as reações nucleares em cadeia. Para Hynek, foi um disco voador.

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[Por Lu Gomes]

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