O psiquiatra alemão Viktor Frank descreve sua experiência num campo de concentração nazista:
“...no meio do castigo humilhante, um preso disse:’Ah, se nossas mulheres nos vissem assim!’.
O comentário me fez lembrar o rosto de minha esposa e, no mesmo instante, me jogou para fora daquele inferno. A vontade de viver retornou, me dizendo que a salvação do homem é por e pelo amor. Ali estava eu, no meio do suplicio, e ainda assim capaz de entender Deus, porque podia contemplar mentalmente a face de minha amada.
O guarda mandou que todos parassem, mas não obedeci - porque não estava no inferno naquele momento. Embora não tivesse como descobrir se minha mulher estava viva ou morta, isso não mudava nada. Contemplar mentalmente sua imagem me devolvia a dignidade e a força. Mesmo quando retiram tudo de um homem, ele ainda tem a bem-aventurança de lembrar-se do rosto de quem ama – e isto o salva.”
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Contos do Alquimista_ Paulo Coelho
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