20 de fev. de 2012

O Profano, O Iniciado, O Realizado

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Quem desperta em si
As forças criadoras da vida,
Realiza a sua intima essência.
E nela permanece, intangível,
Criando paz e silenciosa maturidade.
Musicas e peças teatrais
Aliciam os transeuntes profanos,
Mas quem se interessa por Tao?...
Não basta ver para enxergá-lo.
Não basta ouvir para compreendê-lo.
Mas quem sabe auscultá-lo,
Esse descobre a plenitude de Tao.
 
Explicação: O homem profano vive nas periferias – é ego-vivente, mas não cosmo-vivido. Vê, ouve, tange as coisas que existem lá fora – mas não sabe o que ele mesmo é por dentro. O profano se identifica com algos ou alguéns – e esta coisificação ou algo-personificação o impede de sentir a sua auto-individualidade, que é o Tao nele, o Eu central, a Realidade Univérsica, o Uno, circundado de Verso.

O profano é um homem versificado, mas não unificado. A infeliz-felicidade que ele goza, graças à sua total estupidez, o impede de sofrer a feliz infelicidade dos iniciandos, e por isto não chega às alturas da feliz felicidade do homem iniciado e realizado.
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Lao-Tse_Tao Te King