29 de nov. de 2009

A MENTE MATERIAL E A MENTE ESPIRITUAL


Todo ser humano encerra em si um EU elevado e puro e outro EU baixo e mau que, através das idades, vai crescendo e purificando-se, como tem igualmente um corpo ou mente corpórea, que é apenas uma coisa transitória que não vai além do presente dia de hoje.

O espírito está cheio de idéias sugestivas, instigadoras, e de aspirações nobilíssimas que recebe do Poder Supremo.

O corpo ou a mente corpórea considera bárbaras essas idéias e denomina tais aspirações de utopias.

A mente espiritual contém em si possibilidades e forças muito maiores, mais fortes e poderosas do que todâs aquelas que até agora tanto o homem como a mulher tem possuído e desfrutado, através de todas as eras.

A mente material ou corpórea diz-nos que só podemos viver como nas épocas anteriores viveram os nossos antepassados. O espírito só anela libertar-se das cadeias e dores que o corpo lhe impõe, ao passo que a mente física se empenha em nos demonstrar que nascemos já fadados para o mal, para sofrer, e que, quanto mais avançarmos na senda do progresso, mais sofreremos. O espírito deseja ser o seu próprio guia, tanto no caminho do bem, como no do mal, e encontrar em si próprio a direção adequada e propicia para ele.

A mente material diz-nos, pelo contrário, que devemos aceitar a mesma norma de vida até aqui seguida pelos outros, a mesma bandeira pelos outros asteada e sugerida pelo entusiasmo de opiniões rotineiras, crenças velhas e velhos preconceitos.

“Nunca mintas a ti próprio”, eis um provérbio ou rifão que freqüentemene se ouve. Porém, a quel EU se refere?

Já por diversas vezes, temos dito que cada um de nós tem em si duas mentalidades, a física e a espiritual.

O espírito é uma força e um mistério. Tudo quanto sabemos ou podemos chegar a conchecer a seu respeito é que existe e que estende a sua ação sobre todas as coisas e fenômenos da vida física, pois vemos e verificamos os resultados dela em tudo, mas muitos dos seus efeitos escapam à percepção dos nossos sentidos físicos.

O que vemos de uma coisa qualquer, árvore, animal, pedra ou homem, é apenas uma parte mínima dessa mesma coisa. Existe uma força que mantém durante um espaço de tempo mais ou menos longo, a pedra e o homem na forma e sob o aspecto em que os nossos olhos físicos os vêem, e esta força atua constantemente sobre eles, em um grau maior ou menor. É esta força que forma a flor, desde o pólen até a sua completa maturação e esplendor. Quando tal força cessa de atuar sobre a flor, sobre o homem, determina o que se chama a decadência e a morte. Esta força está transformando continua e constantemente a forma de todos os seres constituídos pela matéria organizada. Nem a planta, nem o animal, nem o homem conservam hoje exatamente a mesma forma física que tiveram ontem ou hão de ter amanhã. A esta força que está sempre ativa e que é, de certo modo, a criadora de todas as formas que a matéria apresenta aos nossos olhos, é que nós damos o nome especial de ‘espirito’.

O ver, o raciocinar, o apreciar e julgar da vida e de tudo quanto se lhe refere ou lhe é inerente, no conhecimento desta força, é o que se chama a “mente espiritual”.

Em virtude desse conhecimento, possuímos o maravilhoso poder de fazer uso desta força e dirigi-la, logo que a descobrimos e sabemos que existe, para nossa saúde, para a nossa felicidade e para a paz eterna da nossa mente. Nada mais somos do que um composto desta força e, portanto, a estamos atraindo constantemente, para ser convertida, depois, em parte do nosso próprio ser. Quanto maior a quantidade de força que o nosso organismo encerra, tanto maior será também o nosso conhecimento.

No começo da nossa existência física, deixamos essa força agir cegamente, porque ignoramos completamente essa condição especial, a que damos o nome de ‘mente material’. Porém, à medida que a mente cresce e se fortalece, torna-se mais esperta e um dia interroga-se a si própria:”por que havemos de sofrer tanto? Por que hão de ser tão grandes as nossas dores e penas? Por que parece que só tenhamos nascido para adoecer e morrer?

Esta pergunta é o primeiro grito de alerta e despertar que a mente espiritual solta. E toda interrogação feita com o firme desejo de saber, de adquirir o conhecimento da verdade, há de forçosamente ter a satisfatória resposta, um dia, mais cedo ou mais tarde.

A mente material é uma parte do nosso EU, de que o corpo se tem apoderado por ele próprio tem sido educado também. É como se disséssemos a uma criança que são as rodas de um barco que o fazem mover-se, sem nada lhe dizer nem explicar a respeito do próprio vapor, que é incontestavelmente a força motriz das rodas.

O menino educado nessa falsa idéia, quando o barco se recusasse a navegar, procuraria a causa disso nas próprias rodas. É isto justamente o que a muitos sucede, pois tem a pretensão de alcançar a saúde e o vigor dos seus movimentos só pelo fato de alimentar-se bem, isto é, muito, o seu corpo material, sem pensar que a imperfeição ou dano pode estar no verdadeiro motor, única fonte de força – a mente.

A mente material ou corpórea considera e julga tudo sob o ponto de vista físico somente, vendo apenas aquilo que em nosso próprio corpo material está contido. Em compensação, a nossa mente espiritual vê o corpo somente como um instrumento de que há de servir-se o nosso verdadeiro EU, para se pôr em contato com as coisas do mundo material.

A mente corpórea ou física vê, na morte do corpo, o fim de todas as coisas, ao passo que a mente espiritual só vê, na morte do corpo, uma nova libertação do espírito, o ato de abandonar este instrumento, já gasto ou imprestável, inútil, porquanto o espírito sabe que, embora invisível para os olhos materiais, existe sempre, como antes da morte do corpo.

A mente material julga que a força nos provém toda dos músculos e nervos, sem mesmo admitir que, ao menos em parte, ela possa provir-nos de uma fonte muito diversa e alheia a ele e fôra dele, e só nesse poder confia para agir no mundo físico, como nós confiamos também na palavra ou na pena, para nos comunicarmos com os outros homens. Chegará contudo a descobrir um dia, a mente espiritual, que o pensamento pode influir sobre as pessoas, embora se encontrem muitas milhas distantes de nós, tanto a favor como contra os nossos interesses.

A mente material não acredita que o seu pensamento seja uma coisa tão real e verdadeira como a água que bebemos ou o ar que respiramos. Mas a mente espiritual sabe, pelo contrário, que cada um dos mil pensamentos por nós formulados todos os dias, secretamente, é uma coisa real, um elemento verdadeiro que atua sobre a pessoa ou pessoas para as quais é dirigido; como igualmente sabe, também que toda matéria nada mais é do que manifestação do espírito ou força; que tudo quanto é material ou físico continuamente se está modificando de acordo com o espírito, que se exterioriza a si próprio sob a forma por nós denominada matéria.

Por conseguinte, se com firmeza, persistência e Constancia, mantivermos em nossa mente espiritual idéias de saúde, força, fortuna, ventura, e a possibilidade de readquirir ou recuperar as nossas perdidas energias, essas mesmas idéias terão a sua expressão física no corpo, providenciando de forma que nunca decaia, e não tenha fim o seu vigor, nem sequer diminua, antes aumente a acuidade de cada um de seus sentidos físicos.

A mente material acredita que a matéria, isto é, o que os nossos sentidos físicos nos fazem conhecer, é tudo ou quase tudo quanto existe neste mundo.

Do seu lado, a mente espiritual apenas considera a matéria como a expressão mais baixa e grosseira do espírito, sabendo também que ela é uma diminutíssima parte de tudo quanto existe.

A mente material entriste-se ante ao aspecto da decadência e da morte. A mente espiritual nenhuma importância liga a tudo isso, por saber que o espírito ou a força que o move tomará novamente o corpo ou a árvore apodrecida e, vivificando todos os seus elementos, com eles constituirá outra vez alguma nova forma material de vida e de beleza. A mente do corpo acredita que os únicos sentidos que o homem possui são os sentidos físicos da vista, da audição, do tato, do olfato e do paladar, porém, a mente mais elevada, a mente do espírito, sabe que ele é possuidor de mais outros sentidos por nós desconhecidos, semelhantes aos físicos, porém ainda mais poderosos e de muito maior alcance.

A mente do corpo tem sido denominada, em diversas ocasiões, “mente material, mente mortal ou mente carnal.” Todos esses termos se referem a uma spo e mesma coisa, isto é, a essa parte do nosso EU que tem sido educada no erro, pelo próprio corpo. Aquele que tivesse nascido e se tivesse educado sempre entre pessoas que acreditam ser a terra uma superfície plana e que não gira em volta do sol, acreditá-lo-ia também, tal e qual elas o acreditam.

É exatamente assim que absorvemos, durante os primeiros anos juvenis de nossa existência terrestre, todos os pensamentos das pessoas que nos rodeiam ou que mais próximas estão de nós, as quais crêem que é unicamente o corpo que constitui o seu ser e de todas as coisas julgam pelo que os sentidos lhes mostram. É isto que constitui a nossa mente material.

Vendo a mente material que se produz a decadência, a disolução e a morte em toda criatura humana, ou antes o que ela julga como tal desconhecedora do fato de que a mente espiritual ou o verdadeiro EU nada mais faz com tal processo do que abandonar um invólucro já gasto e inútil,pensa que a decadência e a morte são sempre o fim de todo ente humano, de todo organismo vivo. Por esse motivo, não pode evitar a tristeza e o desalent oriundos de semelhante erro, que preenche literalmente a maior parte de nossa existência terrestre. Um dos resultados dessa tristeza, que nasce da falta de esperança, é um espírito desassossegado que põe o Maximo em proporcionar-se todas as alegrias e os prazeres, sem ver que são justos e retos na atual existência do corpo. É este um erro enorme. Toda energia que por acaso se adquira em semelhante disposição de espírito, não pode ser, de nenhuma forma, duradoura, trazendo, além disso, consigo, em partilha, muita dor e, miséria física.

A mente espiritual ensina-nos, pelo contrário, que o prazer e a alegria são os maiores estímulos da existência. Mas estes prazeres e alegrias são muito diversos dos prazeres e alegrias apreciados pela mente material. A mente espiritual – que sempre está aberta às mais elevadas e puras idéias da vida – ensina-nos que existe uma lei que regula o exercício de cada um dos sentidos psíquicos e, quando conhecemose seguimos fielmente esta lei, diminui a fonte das nossas dores até estancar-se totalmente, e aumenta a dos nossos prazeres, que crescem tanto mais, quanto mais cresce a observância da dita lei.

Por ‘mente espiritual’ compreendemos uma visão mental muito mais nítida e clara das coisas e forças existentes, ao mesmo tempo, em nós e no Universo, e das quais a Humanidade tem vivido até agora na maior ignorância.

Atualmente, chega até nós um diminuto vislumbre destas forças e, embora a sua claridade não seja muita, ela tem sido suficiente para convencer a alguns de que as causas reais e verdadeiras da dor humana foram ignoradas nos tempos antigos. Na realidade, a Humanidade tem sido como aquêles meninos que acreditam ser o moleiro de quem, do interior das velas, mói o grão, porque alguém lhe disse isto. E até que não se lhes diga o contrário, os meninos estarão na completa ignorância de que é o vento que faz girar o moinho.

Não se imagine que este exemplo seja uma imagem exagerada da ignorância dos homens, a qual repele a idéia de que o pensamento é um elemento que nos rodeia por todos os lados constituindo uma força propulsora tão potente como o próprio vento, com a diferença que, dirigida às cegas pelos homens, no domínio da mente material e da ignorância, fez girar as velas do ‘moinho humano’ em direções diversas, ora boas, ora más, proporcionando uma vezes resultados magníficos e outras vezes verdadeiros desastres.

O corpo não é constituído dos trajes que ele usa e, contudo, a mente material raciocina como se assim fosse. Não conhece que ele nada mais é do que uma espécie de roupa para o espírito, pela ignorância em que está de que o corpo e o espírito são duas coisas inteiramente diversas, julgando assim que é o corpo aquilo que apenas constitui o homem e a mulher. E quando esse homem e essa mulher caem acabrunhados pelos sofrimentos morais e físicos, empregam todos os seus esforços em refazer o ‘vestido’ em farrapos, sem se lembrarem de restaurar e reforçar antes a força interior, o verdadeiro fabricante da roupa.

Não há provavelmente, duas individualidades em quem a mente corpórea e a espiritual operem e raciocinem exatamente da mesma forma. Em alguns parece não te despertado ainda a mente espiritual. Emm outros começa já a entreabrir os olhos como os nossos olhos físicos fazem, quando despertamos, aparecendo-nos todas as coisas vagas e indistintas. Outos estão quase completamente acordados e sentem que, em volta deles, existem certas e determinadas forças em que nunca tinham pensado, embora se servissem delas. Nestes, já está travada a luta pelo predomínio entre a mente espiritual e a corporal, luta que, algumas vezes, pode ser acompanhada de grandes perturbações físicas, dores fortíssimas e absoluta carência de tranqüilidade de espírito.

A mente corpórea, enquanto não foi subjugada e totalmente vencida e convencida da verdade, é sempre recebida pela mente espiritual de lança em riste e em tom de desafio.

A parte ignorante de nosso EU opõe uma resistência hecúlea a despender-se dos seus modos habituais e rotineiros de pensar; e em cada caso tem o espírito de travar uma renhida batalha para nos induzir firmemente à convicção e libetação de um erro qualquer estabelecido.

A mente física só deseja seguir sempre os caminhos rotineiros de suas idéias cediças. Quer fazer e continuar sempre a fazer apenas o que tem feito, o que seus antepassados fizeram. É isto oq eu sucede atualmente à imensa maioria dos homens, e, à medida que os anos passam, mais espêssa e dura se torna a crosta de seus velhos pensamentos e, portanto, maior dificuldade encontra em se modificar ou renunciar às suas velhas e errôneas crenças.

Quer e deseja viver sempe na casa onde longos anos tem vivido, vestir segundo seus antigos hábitos, i aos seus negócios ou ocupações e voltar cotidiniamente à sua casa à mesma hora, e isto durante anos e anos.

Ao chegar a certa idade nega-se absolutamente a aprender qualquer coisa de novo e até chega a menosprezar todas as artes, como a música, a pintura e outros trabalhos artísticos que muito contribuíram não sópara o distrair, mas também para lhe robustecer a mente espiritual, proporcionando-lhe o repouso necessário, sem mencionar o prazer que o espírito sente em ensinar ao corpo maior habilidade, destreza e aptidão para uma profissão ou ofício.

No exercício de qualquer arte,a mente corpórea apenas sabe ver o meio de ganhar dinheiro e nunca de tornar aprazível e variada a existência, destruindo toda a fadiga e repousando, assim, a parte da inteligência dedicada aos negócios ou preocupações habituais, aumentando, deste modo ou destarte, a saúde e o vigor do espírito e do corpo. A mente material mantém fixa a idéia, à medida que o corpo avança em idade, que já demasiado velho para aprender. É isto o que dizem muitíssimas pessoas antes de terem chegado ao que chama meia-idade, aceitando como incontestável e invencível a idéia de se irem fazendo velhos.

A mente material diz-lhes que o seu corpo se irá debilitando gradualmente, perdendo, pouco a pouco, as forças juvenis até chegar, por fim, à morte.

A inteligência ou mente corpórea diz que sempre assim tem sido e, portanto, assim será sempre também no futuro, e aceita esta idéia sem sequer discuti-la ao menos. “Isto tem de ser assim”, diz ela, com plena inconsciência do que diz.

Dizer que uma coisa há de ser é a maior força que se pode por em ação para que se realize. A mente material vê que o corpo corre para uma decadência gradual, lenta por vezes, é certo, porém inevitável. E embora trate, de quando em quando, de afastar esse espetáculo da vista, a idéia reaparece uma vez ou outra, como sugestionada pela morde de seus contemporâneos, o que nela desperta a idéia de que há de ser; e este estado mental suscitado por essa frase é o que determinará a inevitável decadência física.

O espírito, ou antes, a mente melhor inspirada diz: - “Quando alguém sentir que está entrando no caminho da fraqueza ou decadência, dirija o seu pensamento, com toda a energia que lhe for possível, para idéias de saúde, bem-estar e vigor; pense em coisas mateiais alegres, saudáveis, animadoras, que encerram tais idéias; por exemplo, nas encasteladas nuvens, na fresca brisa, nas espumante cascata, nas tempestades do oceano, no bosque de robles seculares ou pássaros que, nos viridentes ramos, soltam alegres e harmoniosos gorgeios, cheios de vida e de movimentos.”

Agindo assim, atrairemos uma positiva e verdadeira corrente de vida e saúde, encerrada nas coisa materiais aqui mencionadas e outras semelhantes. E, acima de tudo isso e com isso, se aprende a confiar no Poder Supremo que formou todas essas belas coisas e muitas mais, o que constitui a infinita e imortal parte do nosso EU mais elevado, isto é, a nossa mente espiritual; à medida que a nossa fé no dito Poder aumente, aumentarão também as nossas forças.

Responde a mente material:”Isto é um absurdo! Se o meu corpo está doente, devo procurar curá-lo com coisas materiais que possa ver e senti; isto é, e só isto, o que tenho a fazer. Quanto ao pensamento, é indiferente pensar na enfermidade ou na saúde.”

Pode acontecer que qualquer mente que comece a despertar e sentir toda a força destas verdades, permita em muitos casos, que a sua própria mente material ridicularize e menospreze alguma destas idéias, sendo coadjuvada por outras mentes espirituais, ainda não despertas também de todo a estas verdades e em quem a ‘ignorancia’ é a força mais positiva e nela radicda transitoriamente.

Há pessoas que, com um telescópio na mão, não vêem tão longe quanto outras podem ver, sendo possível, por esse motivo, que elas duvidem, de boa-fé, ser verdade o que as outras dizem ver. Embora tais pessoas não digam nem desmintam as crenças de quem já tem a mente mais desperta e esclarecida,nem por isso deixa de atuar o seu pensamento como uma barreira ou cortina que intercepta a luz da verdade e a impede de chegar aos seus olhos.

Porém, quando a mente espiritual começou uma vez a despertar, nada pode deter o seu acordar definitivo. Só a ação da matéria pode retardá-lo mais ou menos.

“o nosso verdadeiro EU pode não se encontrar onde se encontra o nosso corpo. Ele está sempre onde está o nosso pensamento – no negócio, no escritório, na oficina ou junto de alguém para quem nos sentimos atraídos pelos laços de afeto ou de rancor, e ainda em lugares muito afastados do ponto aonde se encontra o nosso corpo. O nosso verdadeiro EU move-se com a mesma inconcebível rapidez com que o faz o nosso pensamento.”

E a mente material diz: “Isto é um absurdo. O meu EU está sempre onde o meu corpo se encontra e em nenhuma outra parte.”

Muitos dos pensamentos ou idéias que repelimos às vezes como impossíveis ou filhos de pura fantasia, são apenas procedentes da mente espiritual, e é a ‘mente fisica’ quem a repele e menospreza.

Não nos ocorre idéia alguma que não encerre em si mesma alguma verdade; o que sucede é que nem sempre somos capazes de descobri-la e compreende-la de um modo perfeito. Há alguns séculos ou talvez ml anos que um homem pôde ter concebido a idéia de que o vapor existia como fonte de força e poder inestinguíveis. Era necessário, para isso, produzir um certo progresso – progresso na manufatura do ferro, na construção de estradas e nas necessidades criadas pelos homens. Mas isto não impede que a idéia de aproveitar o vapor como orgem de força, não fosse uma verdade. Mantida esta verdade, uma série de mentalidades acabou por trazer as aplicações do vapor à sua presente e relativa perfeição, para o que a dita idéia teve que lutar contra as negações e obstáculos que iam lançando em seu caminho e mentes materiais, cegas e grosseiras.

Quando uma idéia qualquer nos ocorre, e dizemos a nós próprios: “Bem,eis aqui uma coisa que poderia ser muito boa, embora não veja, neste momento, como possa acontecer”,deitamos por terra uma grande barreira, abrindo um largo caminho para a realização das mais novas e extraordinárias possibilidades em nós latentes.

A mente espiritual sabe hoje que possui, para conseguir toda espécie de fenômenos sobre o mundo físico, um poder muito maior do que a maior parte das pessoas pensa, e vê que, a esse respeito, o mundo se acha imerso nas mais densas trevas da crassa ignorância.

Todavia o homem espiritual conhece já o caminho a seguir para conseguir uma saúde perfeita, para se libertar da decadência e ainda da morte física, para se transladar de um ponto a outro e observar quanto quiser, inteiramente independente do corpo e para conseguir todas as coisas materiais de que tenha necessidade ou desejo, mediante somente a ação da prece ou súplica silenciosa em comum com os outros homens[*] ou isoladamente.

A condição mental que mais devemos desejar é o completo domínio da mente espiritual. Isto porém não significa que a mente material ou corpo deva ser inteiramente e em toda ocasião martirizado pelo espírito; significa apenas que a sua resistência e oposição aos impulsos do espírito tem de ser vencidas. Nada mais significa senão que a mente material ou o corpo não deve empenhar-se em predominar sobre o espírito, quando, na realidade, ela constitui somente a parte inferior da personalidade humana. Pelo “predominio do espírito” esse especial estado em que o corpo coopera de boa vontade e alegremente em todos os desejos da mentalidade espiritual.

É então que o espírito poderá gozar de todas as suas faculdades e poderes, pois não terá de desbaratar nenhuma porção da sua força em vencer a hostilidade da mente material.

Podemos, então, empregar todas as nossas energias na empresa que deve ou há de trazer-nos toda espécie de bens materiais, aumentando cada vez mais as nossas potencias, a nossa paz e a nossa felicidade, até chegar à realização do que hoje, decerto, seria tido por milagre.

A mente material ou física nunca se deve misturar com a espiritual em coisa alguma do se possa referir às privações ou castigos que a nós próprios infligimos, por pecados ou faltas cometidas. Bastaria só esta mistura para nos levar a convertermo-nos em verdadeiros fanáticos, em homens inexoráveis e sem piedade, tanto para conosco como para com o próximo. Esta grande e indubitável perversão da verdade tem dado origem a frases cruéis, tais como estas: crucificar, subjugar o corpo, martirizar a carne. Foi desta mesma perversão ou má compreensão da verdade que brotaram essas ‘ordens religiosas’ ou associações de homens e mulheres que, caindo ao extremo do exagero, procuram a santidade na privação de todo conforto e no próprio martírio.

A palavra “santidade” significa ação integral do espírito sobre o corpo, mediante o conhecimento, a fé profunda em nossa capacidade para atrairmos o auxilio do Poder Supremo, em maior proporção de dia para dia.

Quando perdemos a paciência conosco, quando não nos podemos suportar a nós próprios – devido às repetidas investidas e ataques da mente material ou por nossos freqüentes delitos e recaídas nos pecados que nos assediam ou por vivermos em determinados períodos de irresistível intemperança – nenhum bem faremos em nosso favor pensando sempre mal de nós e apostrofando-nos com os piores epítetos.

O homem nunca deve chamar-se a si próprio: mísero pecador, e ainda menos com maior energia e intensidade do que chamaria os outros. Ao pronunciar esta frase, materializamos a idéia nela contida e, pelo menos temporariamente, convertemo-la em realidade.

Se muito freqüentemente pusermos diante de nosso espírito a visão de sermos um miserável pecador, o que inconscientemente faremos é que essa visão se converta em um ideal que, de dia para dia, se robustecerá cada vez mais, produzindo-nos grave dano, até obrigar-nos a retroceder no caminho do nosso progresso, o que nos arruinará o nosso próprio corpo. Porque, após esse estado mental que tem sido preconizado nos tempos passados, vem sempre a dureza de coração, a hipocrisia, a falta de caridade pelo próximo, a misantropia e a mesquinha concepção da vida – estados mentais próprios apenas para nos trazerem toda espécie de enfermidades físicas.

Quando a mente material permanecer no sítio quelhe corresponde, ou antes quando nos convencermos da existência verdadeira desta força espiritual, dentro e fora de nós ao mesmo tempo, e quando aprendermos a fazer uso dela com ‘retidão’ – pois de alguma forma temos usado dela em todos os tempos – compreenderemos então as palavras de Paulo:”A morte absorvida na vitória”, e o pavor e a aflição da morte desaparecerão. Então se converterá a vida em uma marcha triunfal, caminhando do prazer de hoje aos prazeres vindouros; e a palavra VIVER significará somente ALEGRIA.

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Notas:
[*] Bases do Circulo Esotérico da Comunhão do Pensamento.

[Texto retirado do, Volume 4º, Capitulo 5º do Livro Nossas Forças Mentais, pg. 43/54 de Prentice Mulford, Editora “O Pensamento”.


VIAGEM ATRAVÉS DO TEMPO – SERIAM OS ETs PROCEDENTES DO FUTURO?


Na Teoria da Relatividade Geral de Einstein, o tempo num determinado local se acelera e desacelera quando se passa por corpos de grande massa, como estrelas e galáxias. Ao se aproximar do Sol, por exemplo, uma nave estraplanetária teria deformado o tempo medido em eventual relógio em seu interior. Desta mesma forma, um segundo na Terra não é o mesmo que um segundo em Marte. Se pudéssemos espalhar relógios pelo universo, notaríamos que eles se movimentam a velocidades diferentes, nos diversos pontos onde se encontram. E ao praticar navegações por distintos pontos do cosmos, um veículo estaria sujeito a inúmeras variações no transcorrer de seu tempo, conforme se aproxima ou distancia de corpos de grande massa.

A pergunta que fica no ar, então, é: seres pertencentes a uma tecnologia mas avançada teriam como tirar proveito disso para fazer viagens espaciais? Aparentemente, sim. Boa parte dos ufólogos da atualidade acredita que nossos visitantes extraterrestres têm capacidade de vencer grandes distancias através do uso calculado de conceitos que envolvem a manipulação do tempo. Os elementos essenciais para isso estão espalhados pelo universo e são justamente as estrelas, os buracos negros e, mais recentemente descorbertos, os buracos de minhoca [Do inglês wormholes]. Estes seriam, a grosso modo, a ligação de dois ou mais buracos negros, interligando distintas e as vezes longínquas posições do universo – ou de vários universos.

Em 1935, Einstein e o cientista Nathan Rosen deduziram que a solução das equações da relatividade geral permitia a existência de “pontes temporais” no cosmos, originalmente chamadas de Pontes de Einstein-Rosen. Correntemente, são os conhecidos buracos de minhoca, que receberam esse nome em virtude de terem imaginariamente formas irregulares, tais como canais. Estas pontes uniriam distantes regiões do espaço-tempo e, viajando-se através de uma delas, poder-se-ia mover mais rápido do que a luz viajando pelo espaço-tempo normal. Os buracos de minhoca seriam poderosos atalhos que encurtariam distâncias astronômicas.

Antes da morte de Einstein, o matemático Kurt Gödel, que também trabalhava na Universidade de Princenton, teria encontrado uma solução para as equações da relatividade geral que, em tese, permitiram a viagem através do tempo proposta por seus antecessores. Esta solução mostrava que o tempo poderia ser distorcido pela rotação do universo, gerando ‘redemoinhos’ que possibilitariam a alguém, movendo-se na direção de tal rotação, chegar ao mesmo ponto no espaço, mas atrás no tempo. Antes de Gödel, no entanto, Einstein havia concluído que, como o universo não está em rotação, a solução de Gödel não se aplicava. Estava criado um impasse, até que, em 1955, o físico norte-americano John Archibald Wheeler cunhou o termo buraco negro. Ele escerveu um artigo sobe geometrodinâmica mostrando que as pontes de Einstein-Rosen poderiam ligar não somente distintas regiões do universo, formando um túnel de espaço-tempo, mas também universos paralelos.

Em 1963, o matemático Roy Patrick Kerr, da Nova Zelândia, encontrou outra solução nas equações de Einstein para um buraco negro em rotação. Nesta solução, tecnicamente, tal buraco negro não colapsa para um ponto, ou para o que os cientistas chamam de “SINGULARIDADE” como previsto nos estudos anteriores. Ele concentraria sua ação num gigantesco anel de nêutrons em rotação.Em termos mais simples, um anel desse gênero teria um equilíbrio gravitacional, através de forla centrífuga, que impediria um colapso que o encerraria em si mesmo. É muito difícil conceber de forma mental como isso se daria, mas cientistas chegaram a equações matemáticas de grande complexidade que garantiriam, em tese, que o anel formado seria um redemoinho que conectaria não somente regiões do espaço, mas também regiões do tempo, como um buraco de minhoca. Apropriadamente empregado, tal redemoinho poderia ser usado como uma máquina do tempo.

Nossa ciência tem conhecimento disso apenas teoricamente, com algum respaldo em observações astronômicas através de telescópios óticos e radiotelescópios. Outras civilizações mais avançadas poderiam ter maiores e mais complestas informações a respeito, usando-as de uma forma prática que, entre outras coisas, as permitiriam usar as próprias forças naturais do universo em seu favor. Segundo nossos conhecimentos a respeito dessa área da astronomia – já apelidade de opináutica [ De opi, que significa buraco + náutica, que se usa para navegação] -, a maior dificuldade para o uso dos buracos de minhoca como máquina do tempo é a energia necessária para sua operação, que teria que ser de uma quantidade fabulosa. Seria preciso usar a energia nuclear de uma estrela, ou a proveniente da operação com antimatéria, para se lograr êxito na empreitada. E essas são apenas conjecturas teóricas sobre as quais temos pouco ou nenhum conhecimento.

O segundo problema que se enfrentaria é falta de estabilidade do sistema. Um buraco n egro em rotação pode ser instável, se excreta massa. Efeitos quânticos também podem acumular-se e destruir o redemoinho. Na verdade, a teoria prevê que os redemoinhos ou buracos de minhocas sobrevivam somente uma fração de tempotão curta que nem a luz conseguiria atravessá-lo. O outro grande problema para se usar um buraco negro ou de minhoca como ponte entre dois locais é que a força desses objetos estelares seria tão grande que despedaçaria qualquer corpo que se aproximasse de suas redondezas, primeiro sugando-o ao seu interior e, uma vez lá, exercendo sobre ele uma pressão descomunal. Portanto, embora teoricamente possível, uma viagem no tempo não é praticável.

AUMENTO DE MASSA _ O postulado fundamental da TEORIA DA RELATIVIDADE de Einsteins, que até os dias de hoje se mantém como padrão de entendimento na área, é de que o limite universal de velocidade é a que a luz atingiria em sua propagação no vácuo, algo pouco menor do que 300 mil km por segundo. Para se ter idéia dessa grandeza e das distâncias que envolvem os corpos estelares, se o Sol se extinguisse neste instante, sua luz ainda brilharia sobre a Terra por pouco mais de oito minutos, que é o tempo necessário para que viaje da posição onde está nossa estrela-mãe até nosso planeta. Ao extinguir-se, os últimos raios do Sol precisariam dos tais minutos para atingir a Terra. Isso equivale a dizer que cada instante em que recebemos a luz e o calor solares, eles já tem oito minutos de duração viajando pelo espaço.

A estrela mais próxima da Terra, fora do Sistema Solar, é Alfa da Constelação do Centauro, que está a pouco mais de 4,4 anos-luz da Terra. Seu brilho, portanto, precisa de quatro anos e alguns meses para atingir nosso planeta. Se num determinado instante a estrela deixar de existir, talvez por uma explosão, por exemplo, só perceberemos o fato quase meia década depois, porque a luz que ela emitiu antes de extinguir-se ainda estaria chegando à Terra. Isso à fantástica velocidade de 300 mil km por segundo. Em sua trajetória, ao passar por corpos de grande massa, poderia sofrer alterações, cujos impactos estãos sendo estimados por astrônomos.

Qualquer corpo do universo, quando acelerado, tem sua massa inercial aumentada em função da velocidade atingida. Assim, quanto maior a velocidade do corpo, maior a massa inercial, o que implica que será necessário muito mais energia para fazê-lo acelerar e, conseqüentemente, desacelerar. Em outras palavras, para fazer a velocidade de um corpo aumentar até 100 km/h, por exemplo, gasta-se muito mais energia do que para acelerar um corpo a 10 km/h, ou mais ainda para outro que esteja a 1km/h. Assim, para corpos que estejam próximos à velocidade da luz, a quantidade de energia necessária para aumentar sua velocidade é absurdamente alta, algo quase inimaginável.

Já a relação da velocidade com o tempo é inversa. Quanto maior a velocidade de um determinado corpo em movimento, mais lentamente o tempo passa para ele. Daí o exemplo clássico da Astronáutica: um pai que viaja numa espaçonave, próximo à velocidade da luz, quando volta ao ponto de partida estará mais novo do que o filho que ficou na Terra. Assim, a velocidade do fluxo de tempo é tanto mais lenta quanto maior a velocidade do corpo, de forma que, à velocidade da luz, esse fluxo de tempo seria nulo. Mas, ainda assim, por mais que isso fosse um benefício para quem gostaria de viajar a velocidades supralumínicas [acima da luz], ainda haveria o impasse da fabulosa quantidade de energia necessária para acelerar o corpo a tal velocidade, para que se pudesse usufruir de um retardamento no envelhecimento de quem estivesse dentro da nave espacial. Pode-se chamar de velocidade de fluxo de tempo a relação entre o fluxo de tempo propriamente dito no corpo em movimento e o fluxo de tempo no referencial que se toma por base - aquele que fica parado com relação ao qual medimos nossa velocidade. Assim, se relativamente ao fluxo de tempo no referencial, para cada segundo transcorrido, o tempo decorrido no corpo em movimento fosse de 0,5 segundo, a velocidade de fluxo de tempo seria de 0,5 – 0,5 segundo para o corpo em movimento, dividido por um segundo no referencial.

VELOCIDADE DA LUZ _ A constatação que se pode fazer a partir daí é bastante interessante: quando o corpo está em repouso, sua velocidade no espaço é mínima ou nula, e sua velocidade de fluxo de tempo é máxima. Ou seja, para cada segundo que se passa no referencial, passa-se um segundo para o corpo. Dessa forma, quando o corpo está à velocidade da luz, algo apenas imaginário para o ser humano, sua velocidade no espaço é máxima e sua velocidade de fluxo de tempo é mínima. Portanto, poder-se-ia dizer que o delocamente de um segundo no tempo equivale a um deslocamento no espaço de 300 mil km. A viagem para o futuro, em tese, é perfeitamente possível segundo a já citada Teoria da Relatividade. Fazendo-se aumentar a velocidade de um corpo, o tempo passará mais vagarosamente para ele em relação ao referencial de partida. Assim, para cada segundo que se passa para o corpo, passará um segundo e mais alguma coisa para o referencial parado. Esse “mais alguma coisa” pode ser uma fração do valor total. A velocidade do corpo, nessa interpretação da teoria de Einstein, determinará a “velocidade” da viagem no tempo.

E se chegar a dois-terços da velocidade da luz, para cada segundo que passar para o corpo, passará 1,34 segundo para o referencial. Assim, ao final de 10 anos de viagem, o corpo em viagem pelo universo terá se “adiantado” no tempo em mais de três anos. Embora complexas para o leitor, estas constatações são matemáticas e precisas. Infelizmente, nada podemos fazer para testá-las na prática...

De qualquer forma, seguindo a mesma analogia, para fazer o corpo ganhar velocidade é preciso a ação de uma força descomunal para acelerá-lo. E quanto maior a velocidade que se deseja atingir, maior terá que ser a força a ser empregada, devido ao aumento da massa inercial,como já foi colocado anteriormente. Isso significa que mais e mais energia será necessária para continuar a aceleração ou manter a velocidade atingida. Segundo a conhecidíssima formula de Einstein, a energia que o corpo absorve, com o aumento da massa inercial, é definida por sua clássica fórmula, E=m.C2, onde E é a energia necessária, m é a massa considerada e C2 é a velocidade da luz elevada ao quadrado. Matematicamente falando, a energia necessária para acelerar um corpo até certa velocidade é sempre a mesma. Entretanto, a força produzida pela energia é que determina a aceleração, e assim, se a energia for aplicada lentamente, o corpo demorará bastante até chegar à velocidade desejada. Desta forma, o fluxo de energia também pode influir no tempo gasto na hipotética viagem ao futuro.

VIAGEM AO PASSADO_ E para o passado, é possível viajarmos? Será um dia, mas certamente não tão ‘simplesmente” quanto viajar ao futuro. O raciocínio que geralmente se faz, relativamente aos efeitos do aumento da velocidade quando se atinge velocidade supralimínicas, é incorreto. Ainda que se ignore a impossibilidade de se ultrapassar a velocidade da luz para viajar ao futuro, não podemos usar a mesma lógica para viajar ao passado. Um imaginária jornada à Antiguidade, por exemplo, seria uma impossibilidade mesmo segundo o avançado postulado de Einstein ou aqueles dele derivados. Mesmo que a velocidade de um veículo fosse maior do que a da luz, ele não seria levado ao passado. Na realidade, o corpo teria seu tempo, retrocedido e uma pessoa em seu interior, por exemplo, ficaria mais nova. Mas não haveria o retrocesso do próprio tempo.

A menos é claro, que se descubra no futuro alguma condição que permita rever aquilo que Einstein tão brilhatemente descobriu, um teoria sobre a qual cientistas das mais diversas áreas, há décadas, se debruçaram para ampliar ou modificar. No entanto, a julgar pelo fato de que, num dado momento de nossa história, surgiu um Albert Einstein para criar um “regulamento” que permitia ao homem sonhar com viagens no tempo, talvez possamos soltar nossa imaginação e esperar que essa mesma história nos presenteie com outro ser com seu brilhantismo e intuição, que nos dê mais respostas às perguntas que tanto nos inquietam. Essa nossa trajetória histórica, que contemplamos neste instante, por já ser algo concreto para outras civilizações mais avançadas, que estiveram e resolveram os problemas que hoje nos retém ao nosso próprio tempo.
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[Texto de Sheyllah Salles Pires]

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VIAGENS ATRAVÉS DE BURACOS NEGROS
A idéia de que espaçonaves podem navegar rapidamente através do universo usando buracos negros como portais de alta velocidade é um antigo clichê da ficção cientifica. Mas, ultimamente, o consenso entre cientistas é que buracos negros são tão destrutíveis que espaçonaves seriam transformadas em migalhas subatômicas se seus pilotos tentasse usá-los. Então, novamente, talvez não seja a hora de se falar no assunto. Mas, de qualquer maneira, um novo estudo da Universidade de Utah, dirigido pelo físico Lior Burko, um israelense de 34 anos, levanta a possibilidade de que esses corpos celestes não destruiriam as coisas que a ele se acercariam. Assim, o potencial de viagem pelo hiperespaço permanece em aberto.

“É uma possibilidade real que os buracos negros possam ajudar-nos a viajar a locais remotos do universo, ou a outros universos”, disse Burko. Para ele, isso dependeria da topologia do universo, algo que não conhecemos bem. “Não estou discutindo se é uma coisa prática ou não, mas, talvez daqui a mil anos, com certeza será mais simples”. No esquema de Burko, buracos negros podem ser portais para outros buracos, os de minhoca. Estes seriam construções teóricas equivalentes a túneis ou atalhos entre pontos distantes do universo, que se distinguiriam em diferentes tempos ou mesmo em diferentes universos paralelos.

As idéias de Burko não são novas. Buracos de minhoca foram popularizados pelo físico Kip Thorne, nos anos 80. Eram o meio de transporte interestelar da série “Contato”, de Carl Sagan. Mas estudos subseqüentes sobre eles sugeriram que seria impossível utilizá-los como portais. O interior dos buracos negros são infinitamente densos, de maneira que eles exerceriam destruição maciça a corpos que nele adentrem. “Seriam como marés distorcendo objetos que se aproximem, rasgando-a em suas partículas subatômicas”, disse ainda Burko.

Curiosamente, é o interior infinitamente denso destes misteriosos corpos celestes que dá a eles seu potencial para facilitar viagem no tempo e espaço. Dentro de um buraco negro, o tecido do universo entra em colapso num ponto de curvatura infinita, conhecido como “singularidade” tempo-espaço, onde as leis da física não se aplicam mais. É o equivalente a dizer que um buraco negro altera a estrutura do universo de forma irreversível. E há muitos por aí. Quando se interligam, formam canais que são os tais buracos de minhoca [Do inglês wormholes]. É através desses canais que, teoricamente, uma nave interplanetária suficientemente resistente à gigantesca pressão viajaria de um ponto a outro do universo. Um atalho e tanto.

Foi o mesmo que Burko quem recentemente sugeriu que alguns buracos negros podem ser tão destrutivos como outros.”Sob certas circunstancias, podem até agir como aberturas para buracos de minhocas”. Seus trabalhos anteriores comprovaram que singularidades mais fracas estão presentes em buracos negros de uma espécie peculiar, os rotativos. Num artigo publicado na revista Physical Review Letters, o cientista alega que, sob certas circunstâncias, podem existir singularidades híbridas, compostas de um setor forte, que é destrutivo, e um setor fraco, que não é. Qualquer astronave que entrasse no setor fraco poderia, em tese, passar através dele sem ser danificada. Para isso seria necessário um grande equilbrio e controle por parte de seus eventuais pilotos. Tudo é teórico, é claro, mas a possibilidade de uma singularidade fraca, se confirmada, aumenta o potencial para se usar buracos negros para viagem interestelares.”No momento, este tipo de viagem pelo hiperespaço não está descartada”, disse Burko.

Já o físico Richard Gott, autor de Time Travel in Einstein’s Universe [Viagem no tempo num universo de Einstein], disse que hipóteses como essas abrem possibilidades interessantes. “Uma singulardade fraca pode ser um atalho do atalho. Acertá-lo representa pular para uma nova região do tempo, algum lugar muito distante ou talvez outro universo”. Burko acrescenta que sua teoria se baseia em presunções não provadas, e que mais trabalho deve ser feito.Ele diz que pouco é sabido sobre a gravidade quântica – casamento da física quântica com a teoria clássica da gravidade – e que leis físicas ainda não conhecdas podem tornar viagens hiperespaciais impossíveis.

“E mesmo a idéia de viagens como essas sejam possíveis, fazê-lo ainda está longe de nossas capacidades”. Para exemplificar isso, Burko disse que um buraco negro no centro da Via Láctea pode ser um candidato a portal interestelar, mas está a 26 mil anos-luz de distância de nós. Mesmo viajando a velocidade próxima à da luz, o que é impensável,levaria ainda 30 mil anos para chegarmos até esse portal.
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[Texto elaborado pela Equipe Ufo a partir de noticias e informações traduzidas por Pedro Paulo Luz Cunha]